10 de novembro, de 2016 | 17:38

Colégio Leonardo da Vinci fecha as portas em Ipatinga

A tradicional instituição privada de ensino da cidade encerrou as atividades na quinta-feira (10)

Wôlmer Ezequiel
Por questões financeiras, o tradicional colégio fechou as portas na quarta-feira (9)Por questões financeiras, o tradicional colégio fechou as portas na quarta-feira (9)


Todas as atividades do Colégio Leonardo da Vinci, localizado no bairro Cariru, em Ipatinga, foram encerradas na quarta-feira (9). Os pais foram avisados poucas horas antes do fechamento da escola. A instituição oferecia o ensino infantil, fundamental e médio. A Escola Chapeuzinho Vermelho foi fundada em 1965, sendo a primeira instituição de ensino infantil fundada na cidade. Em 1997, iniciaram- se as atividades do Colégio Leonardo da Vinci, no mesmo local, para oferecer também o Ensino Médio.

De acordo com a técnica de educação da Superintendência Regional de Ensino (SRE), Andréa Freitas, a escola teria sido fechada por dois motivos. A entidade mantenedora do Colégio Leonardo da Vinci não está em dia com as obrigações trabalhistas, contribuições previdenciárias e FGTS, o outro motivo é o elevado índice de inadimplência de mensalidades. "Foi-me repassado que o valor das mensalidades não cobre mais as despesas do colégio. Tem funcionário que está sem receber há meses. Quem saiu, já procurou a Justiça do Trabalho para entrar com processo contra a escola", informa Andréa.

O atual diretor do colégio, Augusto César Zanetti de Barros Moreira, explicou que a inadimplência variava de 40% a 50% ao mês. “O índice de mensalidade que não era pago tornou-se muito alto, o que inviabilizou o repasse para os professores. O corpo docente ficou descontente e alguns educadores pararam de lecionar”, informa. Augusto ressalta que, dentro de sua competência, a SRE “optou pelo fechamento da escola, mesmo próximo do fim do período letivo, uma vez que os alunos não recebiam todas as aulas necessárias”. De acordo com o diretor, “foram feitos alguns acordos de parcelamento de salário com os professores, mas a instituição não teve condições de cumprir com nenhum”.

No total, 187 alunos foram atingidos com o fechamento da instituição, sendo 153 do ensino infantil e fundamental e 34 do ensino médio.

Pegas de surpresa com a decisão, as famílias buscam outras escolas para garantir que os filhos possam finalizar o ano letivo.

Conforme o advogado Fabrício Assis Ferreira, pai de um estudante, não foram ministradas aulas na segunda (7) e terça-feira (8), o que causou estranheza. “Eles nos avisaram da reunião de pais, que aconteceu na quarta-feira (9). Quando eu cheguei lá, as pessoas estavam desoladas com a notícia, muitos pais, professores e estudantes chorando”, destaca.

Para ele, o prejuízo para os estudantes é inestimável. “Temos agora uma sensação de insegurança, não sabemos o futuro dos nossos filhos que já estão sem aula”, ressalta o advogado.

Funcionária pública e mãe de uma aluna da escola, Adriana Melo considera que a direção da escola agiu de forma antiética por não ter dado o aviso antecipadamente. “Os pais estão desesperados, buscando por outras escolas. Gostaríamos até de ir à SRE para entender o que realmente aconteceu, mas não temos condições. Creio que a forma que isso foi feito não foi a melhor, o impacto sobre os estudantes será muito grande”, resume.

Frustração

Wôlmer Ezequiel
Pais e responsáveis por alunos procuraram a escola para retirar documentação, mas não encontraram ninguém na tarde de quinta-feira (10)Pais e responsáveis por alunos procuraram a escola para retirar documentação, mas não encontraram ninguém na tarde de quinta-feira (10)
Maria Aparecida de Moraes, servidora estadual aposentada, procurou a secretaria da instituição na tarde de quinta-feira (10) para retirada da documentação, mas não encontrou nenhum funcionário. “Consegui vaga para a minha filha em uma escola pública, mas vim aqui e não tem ninguém que possa me entregar a documentação necessária”, informa.

O diretor da instituição lamentou que a história da escola tenha acabado de forma tão triste. “Minha mãe é fundadora da escola, passei a administrar e eu dei meu máximo, infelizmente não consegui finalizar da forma que eu queria. Não tenho nem palavras”, disse, frustrado, Augusto.

A Superintendência Regional de Ensino enviou ofício destinado aos pais de estudantes do Ensino Médio, com informação de que os mesmos podem encaminhar os filhos à Escola Estadual Maurílio Albanese, no bairro Bela Vista, a única que possui vagas no momento.

De acordo com a técnica de educação, Andréa Freitas, se houver interesse em outras escolas, “os próprios responsáveis devem contatar pessoalmente a instituição e esperar por abertura de novas vagas”.

Andrea ainda explicou que a Rede Estadual não oferece Educação Infantil, logo não tem como receber os respectivos alunos. “Desta perspectiva, a SRE conta com a colaboração da Secretaria de Educação de Ipatinga no sentido de garantir a vaga aos alunos de Educação Infantil e o Ensino Fundamental”, pontua. No dia 16 (quarta-feira), o Leonardo da Vinci irá publicar uma lista com as escolas públicas com vagas disponíveis.

Documentação

De acordo com a secretaria do Colégio Leonardo da Vinci, os documentos de transferência de todos os alunos estão disponíveis e podem ser retirados no horário de 8h30 às 11h. Já o histórico escolar será entregue em um prazo de 30 dias.


Repórter: Fernando Lopes
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Comentários

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Jp

11 de novembro, 2016 | 09:30

“Inadimplência ... a culpa não foi da escola, não adianta os pais brigarem com a Esocla pede a lista dos inadimplentes e briga com eles... e os inadimplentes liga pro governo anterior e briga com eles e o governo liga proooo proooo ixi”

Efigênio

11 de novembro, 2016 | 08:22

“A crise pegou a todos”

Gildázio Garcia Vitor

10 de novembro, 2016 | 20:05

“Notícia desagradável para alunos, pais, professores, funcionários e, principalmente, para os proprietários da Escola.”

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