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27 de outubro, de 2016 | 14:42

Cruzeirense morto no Mineirão tinha múltiplos traumas

Segundo médicos, Eros Datilo apresentou múltiplos traumas. Versões de amigos e seguranças são divergentes

Reprodução
Eros compunha a diretoria da pavilhão IndependenteEros compunha a diretoria da pavilhão Independente
A morte do cruzeirense Eros Datilo Belizario, de 37 anos, está cercada de mistério e é investigada pela Polícia Civil. Enquanto os amigos afirmam que o torcedor foi agredido por seguranças do Mineirão, nesta quarta-feira (27), os responsáveis pelo serviço no estádio garantem que o torcedor passou mal durante uma abordagem.

A morte de Eros foi confirmada pelo Hospital Odilon Behrens, ainda durante o jogo entre Cruzeiro e Grêmio, pela semifinal da Copa do Brasil. No boletim, os médicos atestam que o torcedor "apresentava múltiplos traumas".
"O paciente deu entrada no Hospital Metropolitano Odilon Behrens às 23h07, encaminhado via ambulância privada que atende no Mineirão. O paciente chegou ao hospital já sem vida – apresentando múltiplos traumas - e o óbito foi oficialmente declarado às 23h16".

De acordo com cuidadora de idosos Alexsandra Luciana de Abreu, amiga de Belizario, eles entraram juntos, com o cartão de sócio torcedor dele, pelo setor vermelho superior. No entanto, eles queriam ir para o setor laranja inferior e pediram aos seguranças, que negaram esse pedido, afirmando terem câmeras no local. Mais tarde, eles tentaram outra vez refazer a solicitação.

"Eu acho que o segurança pensou que a gente ia invadir, por voltar lá, e um deles já foi dando um mata leão (uma gravata) no Eros e começaram a puxar ele para dentro de um quartinho. Chegou um outro segurança, dando apoio", comentou Alexsandra, de 34 anos.

"Ninguém que estava perto fez alguma coisa para ajudar. O Eros tentou sair, mas não conseguia. Tamparam a boca dele, asfixiando, e começaram a dar soco na cabeça dele. Uns 15 minutos depois, já vi ele tipo desmaiado", completou a amiga. As informações passadas por ela foram confirmadas por mais dois amigos da vítima em relato à Polícia Militar (PM).

Belizario e Alexsandra se conheceram há um ano na Pavilhão Independente, torcida organizada do Cruzeiro. Ele fazia parte da diretoria e ela é integrante. A amiga alega não estar com medo de retaliação. "Eu quero Justiça. Ele era muito gente boa, prestativo, pai de família. Eu nunca vi ele em confusão nenhuma", resumiu.

A versão de segurança

Por outro lado, à PM, um dos seguranças, que se envolveu no caso, alegou que durante uma tentativa de invasão de setor, foi agredido e reagiu usando de força física. Ele disse ter imobilizado o homem, que se sentiu mal, durante a abordagem, e que o levou para atendimento médico.

Inquérito

A Polícia Civil informou que já instaurou um inquérito para apurar o fato: algumas testemunhas já foram ouvidas, bem como um dos seguranças envolvido e foi feita perícia no local. O corpo de Belizario ainda passa por exames no Instituto Médico Legal (IML) e deve ser liberado na tarde desta quinta-feira (27).

Posição do Mineirão

Há câmeras de segurança no estádio que ficam voltadas para a arquibancada e podem ter filmado o fato. Em nota, a Minas Arena, administradora do Mineirão, lamentou o fato.

"A Minas Arena lamenta profundamente o falecimento do torcedor Eros Dátilo Belizario, ocorrido no Hospital Odilon Behrens, após a partida entre Cruzeiro e Grêmio, válida pelas semifinais da Copa do Brasil 2016, e se solidariza com a família nesse momento de dor. A concessionária, que administra o estádio, tem total interesse no esclarecimento do assunto de forma séria e verdadeira, acompanha de perto e aguarda a apuração dos fatos pelas autoridades competentes".

(Com informações: O Tempo)
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