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25 de outubro, de 2016 | 21:21

O nascimento de um gigante

Na década de 1950, um grupo de idealizadores mineiros, conscientes de que a indústria siderúrgica teria importância essencial para o país e para o mundo, articulou um importante movimento para viabilizar a implantação da primeira grande usina de siderurgia em Minas Gerais.

Divulgação/Arquivo Aceciva
Foto histórica da inauguração do primeiro alto-forno da UsiminasFoto histórica da inauguração do primeiro alto-forno da Usiminas
Fundada no dia 25 de abril de 1956, a Usiminas nasceu na incipiente localidade do Horto de Nossa Senhora, atual Ipatinga, em um cenário de absoluta euforia e otimismo no Brasil, gerados pelo Plano de Desenvolvimento do governo do também mineiro Juscelino Kubitschek.

Em 1958, a Usiminas tornou-se uma joint venture, com a participação de capital estatal em parceria com acionistas japoneses, permitindo um novo estilo de gestão compartilhada, nos moldes da iniciativa privada. Com o aporte de capitais do Governo do Estado de Minas Gerais, do Governo Federal e do Japão, significou, à época, a realização do ideal mineiro e, ao mesmo tempo, atendeu ao desejo e necessidade do Japão de demonstrar a presença e a marca de sua tecnologia no mundo ocidental.

Divulgação/Arquivo Aceciva
A chegada da Usiminas mudou o perfil populacional de IpatingaA chegada da Usiminas mudou o perfil populacional de Ipatinga
Em 26 de outubro de 1962, João Goulart inaugurou a Usina Intendente Câmara. Com uma tocha trazida de Ouro Preto, simbolizando os inconfidentes mineiros, o Presidente da República acendeu o primeiro alto-forno da usina. Algumas horas depois teve início a primeira corrida de gusa, ou seja, começava, de fato, a produção industrial da Usiminas, dando início a uma série de novas etapas e inaugurações.

Hoje dotada de grandes recursos humanos, tecnológicos e financeiros, a empresa tinha pouca estrutura naquela época, e as condições humanas de trabalho eram precárias. No decorrer de 1963, a usina estava em formação e contratava várias pessoas para o seu crescimento, incluindo estrangeiros, entre estes a maioria era de japoneses.

Mas a maioria dos empregados contratados não tinha experiência no ramo siderúrgico e não entendia muito do assunto. Os canteiros de obra eram rodeados de caixotes, onde se vendia de tudo um pouco. Os ainda poucos moradores do lugar se misturavam com o borbulhar de gente que chegava a cada dia, para tocar aquela que viria a ser a maior empresa siderúrgica do país.

O milagre econômico
Na década de 70, época do milagre brasileiro e da ditadura militar, a economia surgia recuperada e em crescimento, reflexo das medidas adotadas pelo governo federal. À Usiminas coube desempenhar um papel fundamental neste processo, o fornecimento do insumo básico para reativar a indústria pesada brasileira, naval, automobilística e de construção civil.

Divulgação/Arquivo
A produção do aço Usiminas cresceu em quantidade e qualidade A produção do aço Usiminas cresceu em quantidade e qualidade
Em 1971, a capacidade de produção da Usina Intendente Câmara alcançou 1 milhão de toneladas de aço/ano. Isso garantiu sua passagem para três novas fases de expansão, tornando-a capaz de, ao final da década, produzir 3,5 milhões de toneladas anuais. A equipe da empresa trabalhava decididamente voltada para a expansão da produção de aço. Com passos firmes, avaliava oportunidades. E com a ousadia dos vencedores, transformou a Usiminas na mola propulsora para o crescimento do Brasil.

Se nos anos 70 foi o período de crescimento, no início dos anos 80 o Brasil recuou. Palco de profunda recessão industrial e econômica, o país enfrentou dívidas, inflação galopante, desemprego e queda do PIB, lançando um novo desafio à Usiminas: ajustar-se ao conturbado quadro conjuntural.

Com um gerenciamento inteligente e flexível, a Usiminas pôs em prática um rígido programa de economia interna, controlando os investimentos em função da manutenção do pessoal e melhor utilização de seus recursos físicos, financeiros e humanos. E quando o período crítico chegou ao fim, abrindo novas perspectivas à indústria siderúrgica, a Usiminas criou oportunidades para intensificar a busca por tecnologias mais avançadas e maior grau de automação de suas unidades produtivas.
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