24 de outubro, de 2016 | 17:13
Odebrecht teria repassado para Lula R$ 8 milhões
Na lista da empresa, o ex-presidente era citado como "amigo"
A Polícia Federal suspeita que o empresário Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, usava os codinomes amigo”, amigo de meu pai” e amigo de EO [Emílio Odebrecht, pai de Marcelo]” para se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.A afirmação está no relatório de indiciamento do ex-ministro Antônio Palocci, enviado na segunda-feira (24) ao juiz federal Sérgio Moro. De acordo com os investigadores, os codinomes eram usados por Odebrecht em conversas com terceiros.
Em um dos trechos do documento, a PF diz que a investigação das planilhas apreendidas revelou que os pagamentos no total de R$ 8 milhões foram debitados do saldo da conta-corrente da propina que correspondia ao agente identificado pelo codinome de amigo”.
A PF diz no relatório que há respaldo probatório e coerência investigativa em se considerar que o termo amigo” faz referência à Lula.
O delegado Felipe Pace, responsável pelo inquérito sobre Palocci, afirmou no documento que a investigação sobre a responsabilidade criminal do ex-presidente da República” não é feita pelo grupo de trabalho da Lava Jato, do qual ele faz parte, mas por outro delegado, Márcio Anselmo, que já investiga Lula.
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Luiz Inácio Lula da Silva era conhecido pelas alcunhas de amigo de meu pai” e amigo de EO”, quando usada por Marcelo Bahia Odebrecht e, também, por amigo de seu pai” e amigo de EO”, quando utilizada por interlocutores em conversas com Marcello Bahia Odebrecht”, diz o relatório da PF.
Em nota, a defesa de Lula afirmou que os investigadores da Lava Jato não apresentam provas contra o ex-presidente e se baseiam em convicção” e de achismos” para acusá-lo.
A Lava Jato não apresentou qualquer prova que possa dar sustentação às acusações formuladas contra o ex-Presidente Lula. São, por isso, sem exceção, acusações frívolas, típicas do lawfare, ou seja, da manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. Na falta de provas, usa-se da convicção” e de "achismos”, afirmam os advogados.
Propina
No despacho em que Palocci foi indiciado, a PF afirmou que a empreiteira comandada por Marcelo Odebrecht tinha uma verdadeira conta-corrente de propina” com o PT. Para os investigadores, a conta era gerida pelo ex-ministro.
Segundo os investigadores, os pagamentos ao ex-ministro eram feitos por meio do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, setor responsável pelo pagamento de propina a políticos, em troca de benefícios indevidos no governo federal.
(Com informações: Agência Brasil)
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