07 de outubro, de 2016 | 16:33

MAIS DIFÍCIL

Comentei em colunas anteriores e reitero que o Atlético, na ânsia de buscar um título brasileiro, que persegue há várias décadas, sempre disputa a competição no fio da navalha. Uma das dificuldades é a de contratar um treinador capaz de visualizar esta situação com os seus jogadores e tentar este objetivo de maneira mais significativa. E mesmo quando monta boas equipes, fica faltando um comandante corajoso para levar o time à ambicionada conquista.

Este ano não tem sido diferente. O Galo tem um bom elenco, com jogadores de qualidade, e contratou um técnico bastante identificado com o clube. No entanto, Marcelo Oliveira se mostrou um treinador burocrático e medroso. Ainda não consegui entender como ele conseguiu ser campeão com o Cruzeiro por dois anos seguidos, e chego à conclusão que o time celeste era realmente muito bom.

Marcelo foi tri vice-campeão da Copa do Brasil exatamente pela falta de coragem e ousadia. Ele não consegue impor ao time a vontade de ganhar. E quando o Galo consegue marcar um gol, passa praticamente o restante da partida sofrendo pressão. Virou rotina dizer que em se tratando do Atlético tudo tem que ser com muitas dificuldades, como uma sina que acompanha até a torcida atleticana.

O fato é que o time tem elenco para se impor e não consegue. Na partida da última quarta-feira, em São Paulo, mesmo com vários desfalques, o Galo tinha condições para encarar um Corinthians também todo desmantelado e sem comando, e não tomou a iniciativa.

Por isso, amargou um empate e se distancia a cada rodada do líder Palmeiras. Marcelo, assim, repete o mesmo papel de Levir Culpi e Aguirre, que apostaram todas as fichas em Patrick, que é lateral e não atacante ou meio-campista. Enquanto isso, Dátolo permanecia no banco de reservas.

Tento até hoje entender o que acontece nos treinamentos, pois não é possível que um treinador que já foi um talentoso jogador de meio-campo, consiga apostar em alguém com falta de talento para a posição e mesmo assim escalá-lo em uma partida tão complicada.

Faltam nove rodadas para o término da competição, mas dificilmente o Palmeiras vai ceder a ponta do campeonato. Com o futebol que vem apresentando, resta ao Atlético consolidar sua posição, para carimbar a vaga na Taça Libertadores da América.

QUEM DÁ MAIS...
Como a CBF não toma providência, os clubes estão agindo em busca do dinheiro e esquecendo a responsabilidade de cada um dentro da competição, e faltando com o respeito às suas próprias torcidas.

A liquidação de mando de campo começou com o América, que resolveu de vez enterrar o clube na série B. O Palmeiras será o primeiro beneficiado. Essa inversão de alguma maneira facilita as coisas para o time paulista. O Santa Cruz também vai pelo mesmo caminho.

Lamentável uma situação dessa natureza. Está claro que um time mineiro trabalha contra os coirmãos. Quando o Cruzeiro propôs à diretoria americana a transferência do clássico para o Mineirão com algumas vantagens, a diretoria prontamente recusou e a partida foi realizada no Independência. Com esta venda de mando de campo, os clubes provam qual é o tamanho da sua instituição, e quando são rebaixados não podem ficar lamentando pelos cantos. O mais correto seria acabar com essa prática, deixando-a para ser utilizada apenas em casos extremos.

LEMBRANÇAS
Muitos jogadores que fizeram história na cidade de Ipatinga foram revelados na quadra do antigo Contingente de Polícia Militar, então localizado no centro de Ipatinga, onde hoje funciona o Colégio Tiradentes. Após se destacar nas peladas do final da tarde, muitos buscaram no futebol de salão e nos campos uma oportunidade para mostrar o seu talento. Há muito, no entanto, infelizmente os campos de várzea estão desaparecendo por causa da exploração imobiliária.
Contato com a coluna: [email protected].