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29 de setembro, de 2016 | 14:35

O desafio de todos por um trânsito mais seguro

Carlos Santana

Na década de 1950, a malha rodoviária brasileira estava em plena expansão, e os incentivos à indústria automotiva faziam crescer exponencialmente a frota de carros no país, que hoje se aproxima de 90 milhões de veículos. Foi nesse contexto que surgiu a Campanha Nacional Educativa do Trânsito, que salientava a importância da educação como forma de prevenir e de erradicar fatalidades nas vias.

Quase 50 anos depois, o tema da prevenção a acidentes é mais urgente do que nunca e integra um esforço global para melhorar a preparação dos motoristas e aprimorar as condições de segurança.

Em linha com a “Década das ações de segurança no trânsito”, lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e com a Segunda Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que aconteceu em Brasília, em 2015, a Semana Nacional do Trânsito deste ano, celebrada de 18 a 25 de setembro, ressaltou a colaboração de cada indivíduo para fazer do trânsito um ambiente mais seguro e humano.

Por isso, continua atual a necessidade de investir na educação e na formação de motoristas mais bem preparados e conscientes, inclusive porque esse é um dos pontos focais dessas iniciativas e serviu de estímulo para algumas das resoluções adotadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) nos últimos anos.

Uma das maneiras de aprimorar os sistemas de ensino nas autoescolas surgiu com a inclusão de simuladores de direção veicular como parte do processo para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Essa medida é um exemplo de como as novas tecnologias têm contribuído para a preparação de melhores condutores. Desde que o uso desses equipamentos passou a ser obrigatório no Brasil, há resultados positivos crescentes, de Norte a Sul do país.

Rio Grande do Sul e Acre foram os primeiros estados brasileiros a determinar que o uso de simuladores de direção seria obrigatório na etapa pré-prática de formação de condutores. No Acre, o índice de reprovação dos aspirantes a motoristas caiu 68% desde 2013, quando as aulas por meio de simulação passaram a ser aplicadas, conforme dados do Detran local.

Hoje, o Rio Grande do Sul é um exemplo de como os simuladores são capazes de transformar a educação no trânsito, contribuindo para a formação de motoristas mais conscientes e preparados. No estado o número de mortes em acidentes de trânsito caiu 20% nos últimos cinco anos, especialmente em 2015, após a adoção dos equipamentos de simulação. Além desses índices, não se pode desconsiderar que menos vítimas de acidentes nos hospitais significam a desoneração expressiva de serviços públicos e privados.

O debate ainda está vivo e, com o passar dos anos, percebe-se que a iniciativa do Contran foi bastante acertada. Ela introduz no ensino situações difíceis de reproduzir no ambiente real, como a condução sob o efeito do álcool, direção noturna, visão parcial devido à neblina, entre outros cenários, como mostrar os riscos de conduzir e dividir a atenção ao manusear o celular.

Soma-se a isso o efeito bastante realista, que permite uma experiência quase fidedigna, que prepara o aluno para enfrentar as ruas com todos os recursos necessários para uma aula prática mais efetiva. Possibilita conhecimento e preparo para uma atividade mais consciente quando assumir a condução de um veículo pelas vias públicas.

Que possamos fazer um autoexame sobre o tipo de motoristas que somos e, principalmente, qual queremos ser. Ele deve partir da preparação proporcionada pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs) e chegar até a maneira que aplicamos esses ensinamentos em nossa conduta como motoristas. A tecnologia é uma maneira de confrontar causa e efeito, antes que eles se manifestem na realidade, e estimula uma postura reflexiva sobre os impactos da atitude de cada um para tornar o trânsito um ambiente seguro. Afinal, esse deve ser um compromisso a ser assumido por todos.

Carlos Santana é diretor de relacionamento institucional da ProSimulador, uma das empresas homologadas pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para fornecer simuladores de direção veicular para os Centros de Formação de Condutores (CFCs) de todo o Brasil.

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