28 de setembro, de 2016 | 16:53

Mais 30% do café produzido em Minas é impróprio para consumo

De acordo com análise feita pelo Procon-MG, 30,7% de 241 amostras possuem presença de impurezas, sujidades e até parasitas

Arquivo Agência Minas
A pesquisa foi desenvolvida desde 2014 com a coleta de amostrasA pesquisa foi desenvolvida desde 2014 com a coleta de amostras
O Procon-MG, órgão integrante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), realizou monitoramento do café produzido em Minas Gerais e concluiu que 30,7% de 241 amostras analisadas são impróprias para o consumo. A investigação, que avaliou amostras café torrado e moído fabricado em Minas Gerais em 2014 e 2015, verificou a presença de elementos estranhos, impurezas, sedimentos, sujidades, larvas e parasitas.

Além disso, o Procon-MG avaliou a contaminação do café pela Ocratoxina A – substância que contém propriedades carcinogênicas, nefrotóxicas, teratogênicas, imunotóxicas e neurotóxicas.

Irregularidades

A principal irregularidade encontrada foi a presença de impurezas – cascas, paus e outros elementos provenientes da cultura do café. Das amostras analisadas, 27,8% foram consideradas impróprias para o consumo na avaliação desse item.

O cenário se mostrou agravado nos resultados das análises da Ocratoxina A. Segundo o monitoramento, das 212 amostras avaliadas nesse quesito, 4,2% foram classificadas como impróprias para o consumo por conterem elevado índice da substância.

Além da Ocratoxina A e das impurezas, foram encontrados elementos estranhos à cultura do café – como o milho – em 2,1% das amostras avaliadas. De acordo com o levantamento, em alguns casos, os elementos estranhos atingiram 6,04% do peso total do produto. A adição de milho no café, em qualquer quantidade, é considerada adulteração.

Objetivos

O coordenador do Procon-MG, promotor de Justiça Fernando Ferreira Abreu, explicou que todas as marcas que apresentaram irregularidades estão sendo processadas administrativamente no âmbito do Procon-MG, com o objetivo de retirar os lotes impróprios do mercado e melhorar a qualidade do produto nos lotes futuros. De acordo com o promotor, também há a previsão de aplicação de multa administrativa pelo órgão de defesa do consumidor.

Os processos administrativos tramitam nas Promotorias de Defesa do Consumidor das áreas produtoras.

Segundo o promotor, o monitoramento também permitirá que os consumidores estejam mais informados e façam escolhas mais criteriosas. Informou ainda que um dos objetivos do projeto é propor melhorias nos regulamentos técnicos que tratam da qualidade do café torrado e moído.

Informações

A ideia de monitorar a qualidade do café torrado e moído despertou a atenção do Procon-MG, pois o produto apresentou o maior número de denúncias e não conformidades do segmento de alimentos em 2013.

As coletas das amostras foram feitas pelos fiscais do Procon-MG e, para as análises, o órgão de defesa do consumidor contou com a participação dos laboratórios do Ministério da Agricultura. O Procon-MG possibilita o agendamento de perícia de contraprova, caso os fornecedores contestem os resultados.

Para ver os resultados do monitoramento realizado pelo Procon-MG, clique aqui
(Com informações: MPMG)
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