CADERNO IPATINGA 2024

28 de setembro, de 2016 | 13:50

Voto consciente

Dom João Inácio Müller

É ano de eleições. Vários candidatos a prefeito e vereador estão de olho no seu voto, para serem eleitos e, assim, poderem, legitimamente, governar seu município. O bom político sabe governar bem o município, e busca gerir os rumos de uma cidade da melhor forma possível. Já uma pessoa interesseira ou egoísta não saberá ser bom administrador do bem comum e da vida de todos.

Os bispos do Brasil “convocam os leigos e leigas para serem protagonistas antes, durante e depois do processo eleitoral, assumindo uma democracia atuante. A Igreja conclama que é preciso estar atento às fontes de arrecadação, bem como, à prestação de contas por parte dos candidatos”.

Ninguém pode abdicar da participação na política. Todavia precisamos escolher e votar em candidatos honestos e competentes. O católico que recebeu o dom de Deus para governar e cuidar do bem público não pode se omitir.

Hoje, temos muitos políticos maus porque sempre foram interesseiros e corruptos e, mesmo cientes disso, os elegemos, votamos mal. Por outro lado, muitas pessoas boas acharam melhor não entrar na política. Como lembra nosso Papa Francisco, a política é uma nobre forma de caridade: “devemos envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. Se a política se tornou uma coisa suja, isso se deve também ao fato de que os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico”.

As eleições municipais são uma ocasião de fortalecimento da democracia, que deve ser cada vez mais participativa. Nosso horizonte é sempre a construção do bem comum. Digamos não à intolerância política. Nada de agredir ou difamar a outra pessoa: nunca! É fundamental respeitar as diferenças e não fazer delas motivo para inimizades ou animosidades que desemboquem em violência.

Importante é conhecer os candidatos e as suas propostas de trabalho e saber distinguir claramente as funções a que se candidatam. Dos prefeitos espera-se conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e poderes econômicos. Dos vereadores se requer ação correta de fiscalização e legislação, que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo.

A Igreja incentiva os cristãos leigos e leigas, que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos. No discernimento dos melhores, levemos em conta o compromisso com a vida, com a justiça, com a ética, com a transparência, com o fim da corrupção, além do testemunho na comunidade de fé, que não deveriam abandonar, nem antes e nem depois da Eleição.

A partir do Evangelho de Jesus, a Igreja convida os cristãos a votarem em candidatos que se proponham a governar pelos pobres, e, a partir destes, para todos. Só merece nosso voto quem já fez e está fazendo o bem para a sua comunidade. Quem só promete não merece nosso voto.

Dom João Inácio Müller é bispo da Diocese de Lorena (SP) e articulista da Revista Canção Nova.

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Comentários

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Arnaldo Ribeiro Ou Israel

28 de setembro, 2016 | 16:30

“PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

Olá amigos

Na minha opinião um Estado que contivesse muitos espíritas não era democrático, pois os espíritas são sempre uma minoria, até no Brasil, que é o país do espiritismo, digamos assim. Para além disso nada nos garante que um Estado que seja constituído por Espíritas seria melhor do que outro Estado qualquer. Isso é confundir os adeptos do espiritismo com o ideal espirita. O movimento espirita não é um partido politico, é um movimento espiritualista. Nem é de esquerda, nem de direita, nem de centro, pois isso são classificações aplicáveis a partidos políticos. Estamos a misturar alhos com bugalhos.

Como diz o nosso querido amigo Moura Rego, tudo, na vida social, é politica. Mas os sistemas políticos que vigoram é que são muito imperfeitos. Não é propriamente uma questão partidária, é uma questão que está a montante e a jusante dos partidos políticos. São os princípios fundamentais que estão na base da organização humana. A forma como a pessoa se vê a si mesmo em relação aos outros. E mesmo que se encontre um sistema muito perfeito, haverá sempre pessoas que contornam esse sistema.

Nós ainda não abolimos a escravatura. Apenas lhe damos outros nomes. Admitimos na nossa sociedade pessoas a trabalhar o dia inteiro (quanto mais precária a situação da pessoa mais horas a pessoa tem que trabalhar e menos ganha por hora de trabalho), com um vencimento que dá apenas para comer, quando dá. A mentalidade do escravo-senhor continua em vigor. E o filho do escravo, salvo raras excepções continua a ser escravo. O filho do senhor pode passar a escravo, mas o escravo a senhor é que é mais difícil. Num regime destes a tentação é burlar sistema, para passar a senhor, ou para não deixar de ser senhor, ou resignar-se a ser escravo. Ser corrupto e ladrão é a via de ascensão.

Não há democracias sem pão, sem igualdade de oportunidades, sejam elas ditas de esquerda ou de direita. Todas as pessoas nascem com necessidades básicas que têm de ser satisfeitas. A ninguém faz falta ser rico, mas não me rala nada se existem ou não ricos. O que me rala é que existam pessoas que não podem satisfazer as respectivas necessidades básicas.
Se o sistema politico fosse inspirado nas palavras de Jesus de Nazaré, e na DE DEUS, todos nós nos considerávamos irmãos. E queríamos que fossem asseguradas as necessidades básicas fundamentais a toda a gente, como queremos para nós e para os nossos. Queríamos que todos os que pudessem trabalhar encontrassem trabalho que não fosse trabalho escravo, para se sustentarem e terem a possibilidade de ter uma vida minimamente digna, e contribuírem para sustentar aqueles que não podem, ou que já não podem trabalhar.

Nós não precisamos de políticos que se digam espíritas, ateus, católicos, ou seja lá o que for. O que nós precisamos é que o sistema politico seja inspirado nas palavras de Jesus de Nazaré e de todos os Mestres espirituais que iluminaram a Terra e indicaram o caminho da virtude como o caminho mais feliz para a humanidade. Mas isso, por enquanto, não é possível. Um dia pode ser que os espiritos encarnados na Terra tenham maior nível espiritual. Tanto a nível dos que governam como dos que são governados. E que o sistema politico vigente assente nos ensinamentos fundamentais de Jesus e de todos os Mestres Espirituais que nos visitaram.

Aqui há uns 30, 40 anos, o mundo Ocidental vivia a ilusão de que, para viver dignamente bastava trabalhar o suficiente. Hoje o mundo Ocidental já entendeu que não podemos confiar em políticos. A globalização está a globalizar a miséria a nível planetário, em vez de globalizar a qualidade de vida do homem. As invenções não param, mas a exploração do homem pelo homem é cada vez maior, ao contrário do que seria de esperar (que a tecnologia vinha facilitar a vida a todos). As fortunas de milhares de milhões de €uros de meia dúzia não servem para dar trabalho à pessoas e desenvolver as economias, mas para a especulação e exploração financeira que nada produz de útil a nível global.

O prometido mundo de Regeneração parece estar a afastar-se... Ou será que já estamos a viver a auto-destruição do mundo de Expiação, cujas ondas têm de preceder a bonança?

bem hajam
Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/artigos-espiritas/participacaoolitica/15/#ixzz48N0lOp9x”

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