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28 de setembro, de 2016 | 10:29

Seca reduz o nível do Rio Doce a três centímetros em Colatina

Bancos de areia tornam possível travessia a pé no rio que já teve profundidade de um metro, em média, na cidade capixaba

Raquel Lopes / A Gazeta
Rio Doce está seco. Régua aponta nível bem mais baixo dos que os 7 metros já registradosRio Doce está seco. Régua aponta nível bem mais baixo dos que os 7 metros já registrados
O nível de água no antes caudaloso rio Doce, na cidade capixaba de Colatina, atingiu a pior marca desde outubro do ano passado, chegando a três centímetros. A informação foi divulgada pelo jornal A Gazeta.

Não bastasse a catástrofe ambiental com o rompimento da barragem de resíduos da mineradora Samarco/Vale/BHP, que provocou o assoreamento na maior parte da extensão do rio, a seca também castiga o manancial. No fim de semana, o Diário do Aço mostrou o caso do ribeirão do Boi, afluente do Rio Doce, no Vale do Aço, que está totalmente seco desde o mês de maio. São ribeirões como esse que mantinham o Doce caudaloso.

Conforme notícia de A Gazeta, o normal para o mesmo período do ano é de aproximadamente um metro de nivel de água em Colatina. A medição foi feita com a régua da Agência Nacional de Água (ANA), que faz o monitoramento na cidade. Em janeiro deste ano, o nível do rio passou dos seis metros por causa das chuvas.

Segundo o diretor do Sanear, Antônio Demoner, a crise hídrica é altamente acentuada e é preciso economizar. “É preciso evitar o desperdício, porque se perpetuar essa crise teremos dificuldade de captar água”, afirma.

Por causa da falta de água é possível caminhar até locais que se formavam ilhas dentro do rio. O cenário assusta moradores que nunca viram o rio tão seco como agora, como o lavrador aposentado Anael Barbosa dos Santos.

“Eu nunca vi o rio assim, antes eu atravessa o rio de canoa e agora é possível atravessar a pé. Eu considero que é a pior seca. Na lavoura nós perdemos gado e a lavoura de café nós perdemos bastante”, afirma.

A dona de casa Marciana Máximo Aires Lino comenta que passou a economizar água nos serviços de casa por ver a situação do rio. “Eu abro a torneira, molho e fecho na hora. Tinha tempo que não via o rio assim, ele está muito seco”, diz. “Eu lavo carro uma vez por mês, é preciso economizar vendo o rio desse jeito”, acrescenta outro colatinense, o microempreendedor Moacir da Silva Santos.

Captação

Antônio Demoner explica que a vazão do rio está em 135 mil litros por segundo, no entanto, esse valor já chegou a atingir 600 mil litros por segundo. Menos de um por cento desse valor é usado na captação que é feita através de bombas flutuantes, que mudam de lugar.

“Estão sendo retirados 400 litros por segundo. Os bancos de areia atrapalham na captação porque as bombas ficam mais difíceis de trabalhar. Há locais que estão cheios de areia e a última água que passou foi com a chegada da lama.”
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