09 de setembro, de 2016 | 14:20

MG concentra 42% das mortes por dengue

Imunização pode reduz em dois terços a chance de contrair dengue e em 93% os casos mais graves

Estudo estima que a dengue custou ao país entre setembro de 2012 e agosto de 2013 – antes do ápice da doença - R$ 3,9 bilhões de reais (1,2 bilhão de dólares)Estudo estima que a dengue custou ao país entre setembro de 2012 e agosto de 2013 – antes do ápice da doença - R$ 3,9 bilhões de reais (1,2 bilhão de dólares)
O número de casos de dengue cresceu 300% em Minas Gerais este ano, com 63% dos municípios registrando alta incidência da doença, segundo dados do último boletim da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado no dia 6.

Até o início deste mês, foram 525.542 casos prováveis (confirmados + em investigação) com 227 óbitos confirmados e 58 que ainda em investigação. As mortes se concentraram em Belo Horizonte (50), Juiz de Fora (48), Contagem (14) e Uberaba (11).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como alta a incidência de dengue quando há mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes. A incidência média do Estado, até o início de julho, era de 2500. O Paraná, com incidência média quatro vezes menor, disponibilizou a vacina contra dengue na rede pública dos 30 municípios mais afetados pela doença.

Desenvolvida pela Sanofi Pasteur, a vacina é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Sociedade Brasileira de Imunologia para áreas em que a doença é endêmica. A imunização reduz em dois terços a possibilidade de contrair a doença e em 93% os casos graves.

Sua eficácia sobe para 82% em caso de pessoas que já tiveram a doença, que são justamente aquelas mais suscetíveis de se tornarem casos graves. Disponível desde junho em clínicas privadas de todo país, a imunização começou a ser feita também por redes públicas no Paraná, nos municípios de maior incidência da doença.

Ministrada em três doses com intervalo de seis meses, a vacina oferece proteção crescente desde a primeira dose. Indicada para a população de 9 a 45 anos, tornou-se parte da estratégia recomendada pela OMS para atingir a meta de reduzir pela metade as mortes por dengue e em 25% os casos da doença nos países onde a doença é endêmica. Fruto de duas décadas de pesquisas e de estudos clínicos em 15 países, a vacina já obteve registro em cinco desses países (Brasil, México, Filipinas, El Salvador e Costa Rica), estando em análise em diversos outros. Nas Filipinas foram feitas campanhas de vacinação na rede pública.

O Brasil é um dos países mais atingidos pela dengue: enfrenta epidemias desde 1986, tendo vivido o ápice da doença em 2015, com 1,6 milhão de casos. Este ano, até 9 de julho de 2016 foram registrados 1,4 milhão de casos no país, sendo 639 casos graves e mais de 400 óbitos.

Em Minas Gerais, mais de uma centena de municípios superaram este ano os 3.000 casos a cada 100 mil habitantes, com 12 deles apresentando incidência de mais de 8 mil casos: Campanário, Morro da Garça, Pequi, Igaratinga, Santana do riacho, Divinésia, Guiricema, Matutina, Descoberto, São Gotardo, Cláudio e Sarzedo. No Paraná, que está ofertando a vacina na rede pública dos 30 municípios mais afetados, só dois municípios têm mais de 8 mil casos para cada 100 mil habitantes.

Um estudo coordenado pelo Centro de Pesquisa Aggeu ]Magalhães-Fiocruz Pernambuco e Universidade de Pernambuco estimou que a dengue custou ao país entre setembro de 2012 e agosto de 2013 – antes do ápice da doença - R$ 3,9 bilhões de reais (1,2 bilhão de dólares) entre custos médicos e custos indiretos (queda de produtividade e faltas ao trabalho e à escola).
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