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24 de agosto, de 2016 | 14:55

Notícias alvissareiras

Zenólia M. de Almeida

Até o início do século XX, a região do Vale do Rio Doce permaneceu quase intacta devido à floresta quase intransponível bem como a presença dos ferozes índios botocudos que defendiam o território. A chegada da ferrovia no ano de 1910 consolidou a posição estratégica da Figueira do Rio Doce, estimulando as trocas comerciais. A partir de então, a derrubada da floresta se deu de forma rápida e intensa.

Nas décadas de 20 e 30, o crescimento foi acelerado e as pastagens já ocupavam os espaços vazios da mata, incrementando a pecuária extensiva. Em poucas décadas, grande parte das matas nativas, incluída a ciliar, foram dando lugar a plantações de café e pastagens.

A chegada de colonos, através da ferrovia, veio favorecer o desenvolvimento de pequenos aglomerados populacionais ao longo da estrada de ferro, que, com o passar do tempo, se transformaram em municípios. Grande parte da floresta que ainda existia, não duraria muito tempo: o fornecimento de madeira para a ferrovia e serrarias, carvão para alimentar o complexo siderúrgico que se instalou no vale, combinados com a extração de riquezas minerais e a ocupação irregular do solo, contribuíram para o processo de desertificação da região.

O agravamento das consequências levou instituições ligadas à área rural: — Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, Siccob-Crediriodoce, Sindicato Rural de Governador Valadares e a União Ruralista Rio Doce — a promoverem um ambicioso Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Rio Doce (PDRS), do qual fazem parte as bacias do Santo Antônio, Suaçui Grande e Caratinga. A iniciativa tem por objetivo a obtenção de recursos para a melhoria socioeconômica ambiental da região, bem como a geração de energias alternativas.

No dia 27 de julho, o PDRS foi apresentado à comunidade pelo Dr. Carlos Eduardo Orsini, diretor executivo da YKS (empresa de consultoria estratégica e técnica na área ambiental), em solenidade que contou com a presença do ex-ministro da Agricultura, Dr. Allysson Paulinelli, entidades promotoras, o reitor da Univale José Geraldo Prata e o coordenador Dr. José Geraldo Pedra Sá. O programa se fundamenta no “resgate dos valores e vocações tradicionais da região, extremamente sacrificada em sua história pela devastação de suas florestas naturais”.

Baseado nos conceitos de “aumento da produtividade e competitividade” através de “investimentos na produção sustentável”, o PDRS busca recuperar pastagens e áreas degradadas, implantar medidas de conservação do solo e da água, bem como contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa. As metas previstas se referem ao desenvolvimento de medidas produtivas sustentáveis; manutenção e expansão de mercados; redução da predisposição de áreas a degradações; favorecimento da manutenção do homem no campo; capacitação da mão de obra regional e criação de base tecnológica para o desenvolvimento do agronegócio.

Através do impulso das atividades produtivas e a melhoria ambiental, o PDRS busca despertar a atratividade de aportes financeiros necessários para o cumprimento dos objetivos do programa, ao longo de 15 anos. Os benefícios auferidos pela população são incontáveis. Por essa razão, podemos considerar o PDRS como uma notícia alvissareira para nossa região.

Zenólia M. de Almeida, Socióloga, PhD em Gestão. Membro da Academia Valadarense de Letras.

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