24 de agosto, de 2016 | 13:49

Apae de São Sebastião do Anta emite nota sobre caso de estupro

A presidente da instituição, Andréa Andrade, repudiou a ação do terapeuta ocupacional

Reprodução
A presidente da Apae, Andréa Andrade, manifestou depois da prisão do terapeuta ocupacional, Rodrigo CarvalhoA presidente da Apae, Andréa Andrade, manifestou depois da prisão do terapeuta ocupacional, Rodrigo Carvalho
A presidente da Apae de São Sebastião do Anta, Andréa Andrade Corrêa Duarte, se manifestou pela primeira vez sobre o escândalo ocorrido na entidade. O terapeuta ocupacional da Apae, Rodrigo Carvalho Pereira, denunciado por abusar sexualmente de crianças, foi detido pela Polícia Civil na última sexta-feira (19).

Em nota de repúdio, a presidente destaca o sentimento de pesar, o apoio incondicional às famílias e reitera: “nos sentimos impotentes diante dessa situação, a entidade foi violentada, o seu Estatuto foi ferido”. Abaixo, leia a nota na íntegra:

"A APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Sebastião do Anta), abalada com os atos de abusos cometidos contra os alunos por parte do Terapeuta Ocupacional que atendia na entidade, vem prestar solidariedade às famílias, num momento delicado onde o autor agredia a inocência daqueles que depende do profissional para uma possível recuperação. É o mais baixo de todos os atos de um ser humano. A conduta desse autor, é uma das principais formas de violação dos direitos humanos, atingindo-o em seus direitos à saúde, à cultura, à integridade física, psicológica e moral.

Repudiamos os abusos e todo tipo de violência contra as crianças e jovens deficientes, nos sentimos impotentes diante dessa situação, a entidade foi violentada, o seu Estatuto foi ferido. Chegamos à conclusão terrível de que esse tipo de violência não conhece fronteiras geográficas, sociais, de gênero, de parentesco, religiosas ou econômicas.

A conduta cometida contra nossos alunos, feriu não só o Estatuto das APAES, como também a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Diante disso, o que nos resta é orar a Deus e contar com o rigor da Lei para punir severamente o autor dos abusos para evitar outras ocorrências dessa natureza em nossa sociedade.

A APAE manifesta seu apoio incondicional às famílias dos alunos e confirmamos nosso compromisso com a luta contra esse tipo de violência e reafirmamos nossa missão de promover e articular ações de defesa de direitos e prevenção, orientações, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência intelectual e Múltipla e à construção de uma sociedade justa e solidária.

Andréa Andrade Corrêa Duarte
Presidente"

INVESTIGAÇÃO

Após denúncias, a Polícia Civil utilizou câmeras escondidas para monitorar a ação do terapeuta. O funcionário trancava a porta para cometer os estupros. Até o momento, três crianças, vítimas dos abusos, foram identificadas.

PRISÃO

Rodrigo foi preso na manhã de sexta-feira (19) pela Polícia Civil. A equipe da Delegacia de Inhapim ainda investiga as ações do terapeuta.

“Tivemos informações da própria APAE de que poderia estar ocorrendo abuso sexual contra os assistidos em São Sebastião do Anta. Diante destas informações, nós monitoramos o Rodrigo e infelizmente nós acabamos colhendo imagens que mostram claramente que ele abusava sexualmente das crianças”, disse o delegado de Polícia Civil Fábio de Sousa Henrique, responsável pelo caso.

De início, Rodrigo negou o crime, mas depois acabou confessando. As investigações começaram após uma mãe perceber alterações no comportamento do filho. Ela comunicou o fato à direção da APAE, em São Sebastião do Anta, que procurou pela Polícia Civil.

Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido na casa do investigado para verificar a suposta existência de material ligado à pornografia infantil, mas nada foi encontrado pelos policiais civis. O investigado também atuava como terapeuta ocupacional da APAE em Inhapim há aproximadamente 10 anos. A Polícia Civil deve abrir uma investigação para identificar se há ou não outras possíveis vítimas do investigado.

O delegado Fábio Souza ressaltou que as investigações continuam e que vai pedir a conversão da prisão temporária em preventiva para o investigado. A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito policial. Rodrigo será indiciado pelo crime de estupro de vulnerável.
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