10 de agosto, de 2016 | 17:05

Novo relatório sobre a água em GV

Ministério Público de Minas Gerais divulga novas informações sobre a qualidade da água em Governador Valadares

Arquivo Agência Brasil
Vista panorâmica de Governador ValadaresVista panorâmica de Governador Valadares
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União divulgaram, na terça-feira (9), novas informações sobre a qualidade da água em Governador Valadares.

Com base em dados coletados em julho, a Central de Apoio Técnico (Ceat) do MPMG concluiu que a água distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) do município não atende os padrões de potabilidade, apresentando concentrações de alumínio superiores aos limites estabelecidos na saída das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Central, Vila Isa e Santa Rita e em quase todos os pontos da rede de distribuição onde foram coletadas amostras.

O laudo destaca que, após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, foi verificado que os níveis de alumínio estavam muito elevados na captação do rio Doce. “Considerando que os rejeitos das barragens apresentam em sua composição elevadas concentrações deste metal, é bem possível que o alumínio tenha sido transportado ao longo do rio Doce, ocasionando alterações na composição química em diversos trechos deste curso d’água, conforme a direção dos ventos, os índices pluviométricos e a vazão do rio”. Além disso, o laudo aponta a substituição do coagulante polímero de acácia negra pelo sulfato de alumínio como outro motivo para a elevação dos níveis do metal na água.

De acordo com o documento, não há dúvida acerca dos efeitos crônicos à saúde humana causados pela ingestão constante de alumínio. “Em um dos trabalhos científicos mais completos sobre o tema, foi constatado que, a partir de valores superiores ou iguais a 0,1 mg/L de alumínio na água produzida para abastecimento público, o risco de demência e declínio cognitivo aumenta. Ademais, inúmeros estudos demonstram que a presença do alumínio na água, em concentrações superiores ao padrão de potabilidade, pode contribuir para o aparecimento de algumas doenças no organismo humano, tais como a osteoporose e doenças neurológicas e alterações neurocomportamentais, incluindo a encefalopatia, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson, demência dialítica e mal de Alzheimer”.

Em razão dessas evidências científicas, o laudo afirma ser imprescindível que o Saae adote as medidas necessárias para a adequação do parâmetro, tanto na saída das ETAs quanto na rede de distribuição. O laudo recomenda ainda que sejam constantemente monitorados os parâmetros alumínio, manganês, ferro, cor aparente, turbidez, pH, sólidos dissolvidos totais, Escherichia coli, coliformes totais e cloro residual livre, na saída das ETAs de Governador Valadares e em pontos estratégicos de toda a rede de distribuição do município.

Participaram da reunião os promotores de Justiça Evandro Ventura da Silva e Leonardo Diniz Faria; o procurador da República Bruno Costa Magalhães; e os defensores públicos da União Francisco Moreira Salles e Hendrikus Simões Garcia.
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