08 de agosto, de 2016 | 18:27
Rafaela Silva dá ao Brasil sua primeira medalha de ouro
Judoca brasileira bateu a mongol Sumiya Dorjsuren, atual líder do ranking mundial

"Treinei muito depois de Londres porque não queria repetir o sofrimento. Depois da minha derrota, muita gente me criticou, disse que eu era uma vergonha para minha família, para meu país. E agora sou campeã olímpica", disse Rafaela logo depois da luta. A atleta é sargento da Marinha de Guerra do Brasil.
"Em 2014 eu estava desacreditada, mas agora eu vim e treinei o máximo que eu podia e meu resultado veio através dos meus treinamentos. O ginásio chegava a tremer e eu consegui contribuir", complementou.
O técnico da brasileira, Mário Tsutsui disse que a luta mais difícil foi a da semifinal. "A luta mais difícil foi contra a romena, pelo Golden score, mas quando ela passou a romena e vimos a mongol ganhando, ficamos confiantes e sabíamos que ela tinha uma chance muito grande de ganhar a medalha de ouro”, comentou.
Com sua família e amigos nas arquibancadas, Rafaela cresceu com a vibração do público e reverteu um histórico incomodo: em cinco lutas contra a asiática, tinha vencido apenas uma vez, no ano passado.
Na Arena Carioca 2, Rafaela Silva conseguiu um wazari sobre a mongol e levou a luta até o final atacando e até mesmo deixando de atacar algumas vezes, o que rendeu duas penalidades, aumentando ainda mais a tensão.
Outra medalha
No sábado (6), saiu no tiro esportivo a primeira medalha do Brasil na Olimpíada. Atleta do Exército, Felipe Almeida Wu, de 23 anos, confirmou que era mesmo um dos favoritos e ficou com a prata na prova de pistola de ar de 10 metros, no Centro Olímpico de Tiro, em Deodoro. Felipe chegou a liderar a prova, mas foi superado por Xuan Vinh Hoang, do Vietnã, no último tiro. Pang Wei, da China, completou pódio e ficou com o bronze.
O sargento Felipe quebrou um jejum de quase um século do tiro esportivo, que havia conquistado as primeiras medalhas olímpicas para o Brasil nos Jogos de Antuérpia-1920. Na mesma prova, Julio Almeida terminou em 13º lugar.
"Deu para ouvir e muito o barulho dos torcedores. Me deu uma energia muito boa e não me deixou abaixar a cabeça nos momentos difíceis. Até hoje, eu dizia que a torcida não era tão importante no tiro esportivo, mas depois de hoje", disse Felipe Wu.
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