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08 de agosto, de 2016 | 18:09

OUTRO VEXAME

A seleção brasileira olímpica masculina decepcionou, mais uma vez, os mais de 50 mil torcedores que pagaram ingresso caro no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, para assistir o segundo empate de 0 a 0, desta vez contra o Iraque, que ocupa a posição 99 no ranking da Fifa.

A partir da metade do segundo tempo, a paciência da torcida se esgotou e, além das vaias direcionadas para o ex-corintiano Renato Augusto, passou a incentivar o time iraquiano, aos gritos de “Iraque, Iraque, Iraque!”, além de entoar o coro “Olê, olê, olê, olá, Marta, Marta!”.

Amanhã, sob a desconfiança do torcedor baiano e do resto do país, a seleção comandada por Rogério Micale vai precisar da vitória a qualquer custo contra a Dinamarca, para não protagonizar outro vexame similar ao “ 7 a 1”, que seria a eliminação dos Jogos Olímpicos na primeira fase.

Embora tenha de concordar com o comentarista da ESPN/Brasil, Paulo Calçade, que viu o nosso time “em ritmo de treino, enquanto os iraquianos jogam”, como se disputassem uma final, penso que o nosso maior defeito, - aí incluo também a crônica esportiva -, é achar que só o Brasil tem bons jogadores, revela talentos aos borbotões, ou que ainda somos o “país do futebol”.

O alto índice de rejeição a Dunga contrastou com o discurso politicamente correto do atual técnico, Rogério Micale, o que turbinou, de forma surreal, o otimismo da mídia e do torcedor em geral, que passou a acreditar no surgimento de uma nova era com Neymar e seus jovens companheiros desta seleção, todos já titulares em seus clubes e vivenciando o sucesso em suas carreiras.

Mas, como diz a letra da música “Maria, Maria” de Milton Nascimento, imortalizada na voz da saudosa Elis Regina”, no futebol, como tudo na vida “...é preciso ter força/é preciso ter raça/é preciso ter gana, sempre”.
No caso dessa seleção olímpica, ficou claro nesses dois empates de 0 a 0 contra duas seleções de fora do mapa mundial do futebol -, África do Sul e Iraque -, que lhe falta, sobretudo, o espírito olímpico.

Não gosto de comparar o futebol masculino com o feminino, pois há uma abissal distância na estrutura física e financeira de ambos, mas no aspecto da motivação, importância dada aos Jogos e a oportunidade de defender a seleção, as nossas meninas ganham de goleada dos marmanjos.

A globalização é fato no futebol, portanto, como escrevi na coluna de domingo, não me surpreendo com o futebol aplicado e eficiente na marcação apresentado pela seleção do Iraque. Embora mergulhado há décadas numa guerra insana que arruinou o país, o futebol do Iraque tem contratado jogadores estrangeiros, inclusive técnicos brasileiros, como Zico e seu irmão Edu Antunes. Mas nada que justifique esse empate ridículo da nossa seleção.

A diferença técnica entre esta seleção masculina olímpica do Brasil e a principal não é muito grande, até porque grande parte dos jogadores é titular nas duas. Portanto, que o técnico Tite, desde já, tire suas conclusões e tome providências, a fim de que toda essa euforia e otimismo, que tomou conta da torcida com a sua chegada para substituir Dunga, não acabe se transformando em outra grande decepção.

Impressionante o equilíbrio neste Brasileirão na virada do turno, com pelo menos sete equipes em condições de conquistar o título. A liderança está sendo revezada a cada rodada, o que aumenta a importância das partidas. Só o que não melhora é a arbitragem, cujo quadro de lambanças só aumenta, agravado pela pressão feita pelos nossos dirigentes, técnicos e jogadores, em cima dos nossos assopradores de apito.

Foi bonita a vitória do América que, para a maioria já estava na lona, sobre o então líder Santos, por 1 a 0, no último domingo. Se tivesse ganho também do Sport há duas rodadas, o Coelho poderia ter deixado a lanterna para o rival Cruzeiro. O técnico Enderson Moreira está conseguindo tirar leite de pedra, pois o elenco americano é muito limitado. Ainda é cedo para dizer se irá operar o milagre de salvar a equipe do rebaixamento, mas já mostrou que está vivo.

Sinal dos tempos modernos que embalam nossa cultura, a transgênero Lea T, filha de Toninho Cerezo, foi quem esteve à frente da delegação do Brasil na abertura das Olimpíadas. De bicicleta, a modelo puxou o belíssimo desfile da maior delegação nacional da história dos Jogos Olímpicos. Yane Marques, do pentatlo moderno, foi a porta-bandeira. (Fecha o pano!)
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