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27 de agosto, de 2021 | 10:00

Com preços nas alturas, Movimento das Donas de Casa orienta que produtos caros sejam deixados nas prateleiras

Bruna Lage
Café, arroz, óleo e carne estão na lista dos itens cujos preços dispararam Café, arroz, óleo e carne estão na lista dos itens cujos preços dispararam

Sobreviver não está fácil e muito menos barato. Seja no combustível que abastece os automóveis ou o arroz do dia a dia, a despesa do brasileiro está cada vez mais alta com o crescimento da inflação. Gás de cozinha e energia elétrica ampliam a lista de gastos cada vez maiores. Enquanto economistas atribuem a carestia à alta do dólar nos últimos dois anos, o cidadão luta para enquadrar o orçamento do mês a uma nova realidade. A coordenadora Institucional do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais (MDC-MG), Solange Medeiros de Abreu, orienta que, se possível, substituições de itens sejam feitas, deixando os produtos de valor mais elevado de lado.

Solange pontua que a alta de preços de qualquer produto ou serviço público (água e energia elétrica), interfere na vida das pessoas, às vezes de forma drástica. “Quando o custo de produtos essenciais como os alimentos se descontrolam, inevitavelmente vira um transtorno para a vida das pessoas, já que os salários recebidos não são corrigidos nas mesmas proporções”, avalia.

Solange acrescenta que os preços de alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza, praticados nos últimos meses, têm sido considerados muito altos, principalmente levando-se em conta a estabilidade da moeda nos últimos anos. “Desde a instituição do Plano Real, os índices de inflação se estabilizaram e o reflexo disto era demonstrado pelos preços dos produtos também estabilizados, sem a necessidade de correções, às vezes semanais como estamos presenciando”, salienta.

Trocas

A defesa do Movimento das Donas de Casa, diante deste quadro, é de optar por trocar marcas de produtos de preferência por outros de menor preço. “Um bom exemplo a ser citado é o arroz que vem sofrendo altas consecutivas de preços, pelo fato da oferta reprimida em função da alta nas exportações dos produtos agrícolas. Nos últimos dias, já se pode sentir uma estabilização destes preços, com melhores ofertas por marcas não líderes de preferência do grande público consumidor”, pondera.

Cada vez mais caro

Nas gôndolas dos supermercados de Ipatinga, por exemplo, foi possível observar a diferença no preço dos produtos nesta quinta-feira (26). Um pacote de 500 gramas de café em pó, que até há alguns meses era vendido a R$ 8,99, custa atualmente R$ 10,98. Isso sem falar no arroz, que só é encontrado a um valor razoável quando a escolha é o de menor qualidade. A média praticada pelo cereal é de R$ 23. Inclusive, o arroz já esteve à casa dos R$ 40 a sacola de cinco quilos. Caiu, mas permanece bem acima da média de R$ 12 de dois anos atrás.

O litro de leite integral de caixinha apresenta variação, mas o mínimo encontrado nas prateleiras gira em torno de R$ 3,89, podendo chegar a R$ 4,25. Sobe para R$ 4,99 se o consumidor precisar levar o produto sem a lactose.

Carne

No dia 19 deste mês, o Diário do Aço divulgou que havia ocorrido redução no valor praticado em alguns cortes de carnes de boi e de porco, por causa da queda no consumo, que esfriou, ocasionou estoque e pressionou por uma leve queda.

O valor pago na carne de boi e de porco na manhã de ontem apontava o quilo do corte acém a R$ 29,90 e do pernil traseiro suíno a R$ 13,90, numa casa de carnes do bairro Cidade Nova, em Santana do Paraíso. Conforme anotações da reportagem referentes a maio, o mesmo corte custava R$ 32,85 e 16,98, respetivamente.

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Boicote

O MDC-MG, em momentos como os atuais, orienta às donas de casa e consumidores a fazerem uso do seu poder de compra, promovendo o boicote aos altos preços e substituindo produtos e marcas por outros que estejam cobrando preços mais favoráveis ou que estejam em oferta. “Mercadoria cara que permanece nas gôndolas ou nas geladeiras, sem que sejam vendidas, forçosamente vão ter que baixar os preços ou perderão o prazo de validade e não poderão ser disponibilizadas por preço nenhum. Nesta hora surgem as ofertas, e aí o consumidor precisa ficar atento aos prazos de validade dos produtos e dar preferência aos que são ofertados por preços atrativos”, orienta.

Atenção

Solange alerta que em relação aos produtos vendidos de forma fracionada, o mais importante a ser verificado é o preço descrito na etiqueta, em quilos. Embora o valor descrito pela fração esteja em valores baixos, o cobrado pelo quilo pode estar muito alto. Segundo a dirigente, espera-se que, como em tantos outros momentos já vividos pelos brasileiros - período da hiperinflação, nos anos 1980 e 1990 -, aconteça um ajuste da moeda e das demandas não só nacionais como internacionais, fazendo com que o equilíbrio inflacionário aconteça em benefício de todos.

“Neste momento, o consumidor que é o elo mais vulnerável na cadeia de consumo, precisa ter a consciência de que tudo o que é ofertado, seja alimentos, utensílios, medicamentos, só terá circulação se o consumidor adquirir, exercendo o seu direito de escolha, procurando e levando aquilo que melhor lhe cabe no orçamento. A preferência deve ser exercida sem se esquecer da necessidade de economizar sempre, ainda que em pequenas coisas, mas com a atenção que o momento exige”, conclui.
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Comentários

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Paula

27 de agosto, 2021 | 21:25

“Só fazer arminha e jogar a culpa nos governadores que o preço baixa...”

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