05 de agosto, de 2021 | 22:59
Voto impresso é derrotado em comissão especial da Câmara dos Deputados
Deputado mostra relatório e denuncia que proposta muda o modelo de votação e institui apuração da eleição nas seções de votação, com presença de plateia
A Proposta de Emenda à Constituições (PEC), que institui o voto impresso” sofreu sua primeira derrota no Congresso Nacional nesta quinta-feira (5). Levado a votação na comissão especial, o relatório do deputado Filipe Barros (PSL-PR) para a volta da contagem manual do resultado das eleições e da impressão do comprovante de votação foi derrotada por 23 votos contrários e 11 favoráveis.A ideia da volta do impresso é do presidente Jair Bolsonaro, que tem ameaçado impedir as eleições de 2022 caso o sistema de votação siga sendo eletrônico.
O ministro da Defesa, Braga Netto, já havia manifestado que o País quer mais transparência nas eleições e a discussão sobre o voto impresso é legítima”.
Entretanto, 12 partidos orientaram suas bancadas a votar contra o projeto PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, Solidariedade, PSOL, PCdoB, PV, DEM e Rede.
Apenas o PSL, PP, Podemos, PTB e o Republicanos (partido da Igreja Universal) indicaram o voto favorável. Liberaram seus deputados a votar como quiserem: Cidadania e o Novo. O DEM chegou a integrar esse último grupo, mas, formada a maioria contra o texto, mudou de posição.
O relatório de Barros ia além da impressão do voto e reduzia o poder do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas investigações sobre processos de votação e permite que eleitores possam acompanhar a contagem manual dos votos na sessão eleitoral.
O relator havia, também, assegurado a derrubada de uma regra segundo a qual as mudanças só poderiam ocorrer um ano após aprovadas, ou seja, teriam validade imediata e para as eleições de 2022.
Apuração de 750 milhões de voto em papel, com presença de eleitores nas seções de votação
O deputado Eliel Machado (PSB-PR), que integra a comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, explicou que votou favorável à PEC na Comissão de Constituição e Justiça, para que o mérito fosse discutido mais adiante. E o relatório substitutivo da proposta, de autoria de Filipe Barros (PSL-PR) é considerado assustador e um retrocesso.
Conforme o parlamentar, o que está no relatório de Barros não é um discurso em vídeos do whatsapp ou das mídias sociais, não é a impressão de votos para eventual consulta ou auditoria futura:
"O que temos aqui é a imposição da regra, de que os votos serão contados manualmente em todas as seções eleitorais do Brasil, com a presença das pessoas e representantes de partidos políticos", detalhou ao explicar seu voto contrário.
"Isso altera o modelo de votação, para que a eleição volte a ser no papel. São mais de 500 mil seções eleitorais no Brasil. Ano que vem serão cinco candidatos a votar (deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente).Se temos 150 milhões de eleitores, vezes cinco, teremos apuração de 750 milhões de votos em papel. Isso é avançar, é trazer auditagem?", indagou o parlamentar.
Próximo passo é votação em plenário
Apesar da derrota na comissão especial, o texto poderá ser votado no plenário da Câmara, que pode manter a rejeição numa nova rodada agora com os 513 deputados ou aprovar a proposta defendida por Bolsonaro.
Como votou cada deputado na comissão
Contra
Geninho Zuliani (DEM-SP)
Kim Kataguiri (DEM-SP)
Raul Henry (MDB-PE)
Valtenir Pereira (MDB-MT)
Júnior Mano (PL-CE)
Márci Alvino (PL-SP)
Edilazio Junior (PSD-MA)
Fábio Trad (PSD-MS)
Rodrigo Maia
Tereza Nelma (PSDB_AL)
Paulo Ramos (PDT-RJ)
Perpétua Almeida (PCdoB-AC)
Marreca Filho (PATRIOTA-MA)
Orlando Silva (PCdoB-SP)
Israel Batista (PV-DF)
Bosco Saraiva (SOLIDARIEDADE-AM)
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Carlos Veras (PT-PE)
Odair Cunha (PT-MG)
Aliel Machado (PSB-PR
Milton Coelho (PSB-PE)
Fernanda Melchionna (PSOL-RS)
Paulo Ganime (Novo-RJ)
Favoráveis
Evair de Melo (PP-ES)
Guilherme Derite (PP-SP)
Pinheirinho (PP-MG)
Bia Kicis (PSL-DF)
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
Filipe Barros (PSL-PR)
Aroldo Martins (REPUBLICANOS-PR)
Marco Feliciano (REPUBLICANOS-SP)
Paulo Martins (PSC-PR)
Paulo Bengtson (PTB-PA)
José Medeiros (PODE-MT)
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Eduardo Oliveira da Silva
06 de agosto, 2021 | 16:01Bom, no meu ver o voto auditavel é sim viavel, e garante a lisura do pleito, mas ter que conferir na sessão todos os votos e com participação popular e muito complicado ou até mesmo impossivel, mas o voto impresso e auditavel é necessario, para que se garanta a lisura das eleições em caso da necessidade de uma recontagem de votos.”
Carlos Roberto Martins de Souza
06 de agosto, 2021 | 14:00Observador? O seu comentário mostra que nem observar você sabe, pois se fosse um pouquinho inteligente não seguiria a boiada burra. Você não deve ter estudo, pode até ter frequentado escola, pois uma pessoa culta e atualizada sabe que é inconcebível fazer exumação da urna de lona para colocar em xeque o vitorioso seguro voto eletrônico. Só mesmo quem defende o MINTO cai num conto do vigário deste. Como de burro se espera tudo ..”
Observador
06 de agosto, 2021 | 10:57Incrivelmente covarde as atitudes dos esquerdistas que insistem em manter o processo eleitoral em total obscuridade, mesmo com o mesmo projeto já tendo sido aprovado em 2015 e barrado pelo STF (arbitráriamente) em 2018.
Ainda sim o projeto pode ser levado a plenário o que pode garantir a reaprovação.”
Marcelo Costa
06 de agosto, 2021 | 07:23Chega a ser inacreditável que estejamos nessa situação. Apuração de voto pelo povo, em mais de 500 mil sessões de votação? É isso mesmo, produção? Isso será um caos - Pelamor de Deus, gente, o que está acontecendo com o Brasil?”
Carlos Roberto Martins de Souza
06 de agosto, 2021 | 04:20A esquerda não precisa gastar com propaganda, basta Boçal Naro continuar falando e fazendo duas cagadas e Lula já será eleito antes mesmo das eleições! Os votos nas urnas serão mera formalidade política, e vai ser de lavada, só não será pior, pois a crentada e a pastorada defendem o miliciano Jair Mentiroso Boçal Naro. O próprio Boca de Lixo conspira contra sua boiada para eleger lula, afinal, só assim ele vai ganhar algum espaço na mídia?”