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14 de julho, de 2021 | 13:56

Ministério da Saúde admite que ''kit covid'' é ineficaz contra a doença

Carolina Antunes/PR
Em um dos eventos em Brasília, Bolsonaro mostrou uma caixa do remédio hidrocloroquinaEm um dos eventos em Brasília, Bolsonaro mostrou uma caixa do remédio hidrocloroquina

Hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e outros medicamentos que compõem o “kit covid” não têm eficácia contra a doença causada pelo novo coronavírus, admitiu o Ministério da Saúde nesta semana, em notas técnicas enviadas à CPI da Covid, realizada no Senado Federal. O kit, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e indicado pelo aplicativo do Ministério, TrateCov - que foi tirado do ar após alegações de ter sido invadido por hackers -, não mostrou eficácia e não deve ser utilizado como prevenção ou tratamento à doença, relatou o Ministério da Saúde. A informação foi divulgada pelo site Congresso em Foco.

"Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população", diz o documento.

Instalada em abril deste ano, a CPI da Covid apura se o governo contou com um gabinete paralelo para tomar decisões em relação ao combate à pandemia, se houve favorecimento na compra de medicamentos sem eficácia e qual o motivo do atraso na compra das vacinas.

Medicamentos sem eficácia

Diversos estudos ao redor do mundo já comprovaram que os medicamentos do “kit covid” não têm eficácia contra a covid-19 e podem, inclusive, serem prejudiciais aos pacientes. Atualmente, esse mix farmacológico não é reconhecido ou chega a ser contraindicado por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Em depoimento à CPI em maio, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmou que não havia comprovação a eficácia dos medicamentos.

Além de não combater a doença, diretores de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais de referência disseram à BBC Brasil que o uso do kit covid contribui para aumentar o número de mortes de pacientes graves no Brasil.

O médico intensivista Ederlon Rezende, coordenador da UTI do Hospital do Servidor Público do Estado, em São Paulo, disse que cerca de 15% dos pacientes com covid desenvolvem quadros graves da doença. "É nesses pacientes que os efeitos adversos dessas drogas ocorrem com mais frequência e esses efeitos podem, sim, ter impacto na sobrevida", pontuou o médico. Além disso, o uso do kit retarda a procura de atendimento pela população e absorve dinheiro público que poderia ir para a compra de medicamentos para intubação.

Uso em Ipatinga

A utilização dos medicamentos chegou a ser orientada por uma nota técnica do Ministério da Saúde, que sempre contou com o aval do Conselho Federal de Medicina, com a alegação de que o profissional médico deve ter liberdade de receitar o remédio que achar necessário para tratamento de doenças.

Em 1º de julho do ano passado, a então administração municipal de Ipatinga informou que “médicos que atendem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Ipatinga já são orientados, por meio da nota técnica 01/2020, publicada no Diário Oficial, ao uso da hidroxicloroquina e azitromicina para o tratamento contra a covid-19. Os pacientes, mesmo ainda suspeitos, passaram a receber os medicamentos, em caso de prescrição médica, como forma de evitar o agravamento da doença a ponto de haver necessidade de internação, explicou o governo local”.
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Comentários

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Luizsilva

15 de julho, 2021 | 20:30

“Prezado Maurício Costa!
Imagina então aqueles que ficaram em casa até ter falta de ar!!!! Quando tiveram foram para o respirador(2/3 não sobreviveram)!!! A cloquinha é usada há 70anos,com muita segurança!!! Tô me lembrando de atriz da GLOBOLIXO que tomou da dita cuja porque teve ?malária?em pleno Rio de Janeiro. Ela e a filha!!! Não seria muita hipocrisia???”

Mauricio Costa

15 de julho, 2021 | 17:58

“Agora me digam como fica a situação daqueles que acreditaram nessa fake news e se intoxicaram com esses medicamentos? Como fica a situação dos que tomaram esse kit covid acreditando no governo e sofreram e tiveram gastos com o agravamento da covid? E os familiares daqueles que morreram porque acreditaram nessa mentira? É só isso, dizer que não tem eficácia e pronto?”

Luizsilva

14 de julho, 2021 | 18:36

“PS: Sugiro que pesquisem algumas cidades (Chapecó,Porto Seguro,Porto Feliz,São Lourenço e outras)e alguns colegas como Dr Paulo Porto Melo,Dr.Zenália,Dr.Francisco Cardoso,Dr.Paolo Zanoto,Dr.Alessandro Loiola,Dr.Dra.Nise Yamaguchi e muitos outros! Vamos ouvir os 2 lados! Se salvaram 1 só vida,já estaria bom! Mas eles estão salvando é muitas vidas,graças a Deus!

só vida”

14 de julho, 2021 | 14:54

“Agora os próprios negacionistas desdizem tudo que falaram, medo de cadeia faz coisas né.”

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