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10 de julho, de 2021 | 10:57

Reflexões sobre as histórias e a cultura popular dos rios

Festival do BDMG Cultural apresenta programação de eventos que “costuram as águas” do Doce, do São Francisco e do Jequitinhonha

Roberto Filho/Divulgação
A cantora Mônica Salmaso se apresenta na abertura virtual do festival, em agostoA cantora Mônica Salmaso se apresenta na abertura virtual do festival, em agosto

O BDMG Cultural realizará, de 2 a 10 de agosto, o Festival Seres-Rios, um convite à reflexão sobre preservação das histórias e culturas que costuram as águas dos rios Doce, São Francisco e Jequitinhonha, elementos tão sagrados para muitos povos. Em um ambiente totalmente virtual, o festival reunirá estudos e investigações sobre os rios a partir de debates, cartografias inéditas, lives, exposições de artes visuais e mostras de filmes “que dão vozes aos seres que se relacionam com as águas e seus cursos”, descreve a produção do evento.

“Em um momento que se discute as questões ambientais, a crise hídrica, especialmente em Minas Gerais, que é a caixa d’água do país, é urgente falar sobre os nossos rios e a nossa relação com eles. O Seres-Rios chega como um espaço múltiplo de diálogos e conhecimentos, que propõe perspectivas diferentes e plurais para pensar o lugar que os rios ocupam e deveriam ocupar hoje e no futuro”, afirma Gabriela Moulin, presidente do BDMG Cultural.

Abertura e show

A abertura do festival será no dia 2 de agosto (sexta-feira), às 19h, com o debate “Políticas cósmicas - Como viver sem o rio? Como viver com a Terra? Como viver no mesmo planeta?”, protagonizado pelo líder indígena, ambientalista, filósofo e escritor Ailton Krenak e pela antropóloga peruana Marisol de la Cadena. Logo em seguida, às 20h, a estreia será coroada com o show da cantora Mônica Salmaso, que, ao lado do pianista André Mehmari e do saxofonista e flautista Teco Cardoso, fará um passeio por canções clássicas que resgatam as inspirações e histórias lúdicas dos rios.
Sob a curadoria da antropóloga Marcela Bertelli, do arquiteto e designer Wellington Cançado, do jornalista especializado em ciência e meio ambiente Bernardo Esteves e da documentarista e antropóloga Júnia Torres, o Festival Seres-Rios tem programações definidas até o dia 10 de agosto, “promovendo um encontro de quem navega pelos conhecimentos e histórias dos rios”, destaca a produção do evento, acrescentando que “a relevância dos assuntos extrapola os limites do estado de Minas Gerais e do Brasil, colocando em discussão a preservação da cultura dos rios para além das fronteiras”.

“Mais do que reunir a perspectiva dos humanos que vivem com o rio, do rio, para o rio, o festival quer dar voz aos próprios rios, aos peixes e outras criaturas que nele vivem, às matas ciliares e a todos os seres em suas vizinhanças. Pretende-se reimaginar a própria ideia de rios como seres, organismos, sistemas vivos, para admiti-los como sujeitos que têm agência, direitos, se relacionam socialmente com outros seres e contam histórias: Seres-rios”, diz Wellington Cançado, um dos curadores do festival.

Divulgação BDMG Cultural
A artista mineira, pesquisadora e coreógrafa internacional, Ana Pi, fará participação especial A artista mineira, pesquisadora e coreógrafa internacional, Ana Pi, fará participação especial
Trabalhos inéditos

Na programação, o espaço “Diálogos” vai mostrar seis mesas de debates sobre a memória, a beleza, as dores e o futuro dos rios: “Rios Urbanos: qual o futuro dos rios nas cidades?”; “Futuro dos rios: o que podem os rios no mundo pós-desenvolvimentista?”; “Extinções: como morrem os rios?”; “Desextinção: como renascem os rios?”; “Ecossistêmicas: podem rios vivos curar humanos?”; “Rios sujeitos de direitos: o que pensam os rios? quem fala em seu nome?”.  A mostra de filmes “Rios para ver” apresentarão quatro sub mostras – “Opará - São Francisco”, “Watú - Rio Doce”, “Yékity – Jequitinhonha” e “Interflúvios: outros Rios” – com mais de 20 produções que falam sobre os rios, entre longas, médias e curtas-metragens.

O Festival Seres-Rios exibirá, também, um trabalho de cartografia inédita, que mapeia iniciativas e movimentos ribeirinhos das bacias dos rios Doce, Jequitinhonha e São Francisco, e uma exposição de obras artísticas encomendadas com a temática dos rios, com trabalhos de Davi de Jesus, Edgar Xakriabá, Ana Pi, Nydia Negromonte, Paulo Nazareth e Sara Lana.

Rodrigo Dai/Divulgação
O espetáculo Pra Nhá Terra, do grupo Ponto de Partida e Meninos de Araçuaí, é uma das atraçõesO espetáculo Pra Nhá Terra, do grupo Ponto de Partida e Meninos de Araçuaí, é uma das atrações
Debates e atrações infantis

Além disso, na programação do festival há uma série de lives que irá abordar “Como navegar no Antropoceno?”, “Como amansar Gaia?”, “Como confluem águas e saberes?” e “Como fabular contra a corrente?”, que será o tema para encerrar a programação do festival, com as participações da escritora, pesquisadora e professora Maria Esther Maciel e do escritor e biólogo moçambicano Mia Couto, no dia 10 de agosto.

Para o público infantil, haverá a gravação de um episódio especial do podcast “Maritaca”, a disponibilização de uma oficina com Adelsin e outra, de barquinhos navegáveis, com Roquinho. E também, para todas as idades, a transmissão do espetáculo “Pra Nhá Terra”, interpretado pelo grupo de teatro Ponto de Partida e Meninos de Araçuaí e banda.
 
Serviço

O público já pode conferir a programação no Instagram do festival (@seresriosfestival) e no site do BDMG Cultural (https://bdmgcultural.mg.gov.br/).

O acesso a todos os eventos será gratuito, pela plataforma www.seresrios.org, de 2 a 10 de agosto.
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