23 de maio, de 2021 | 12:00

Ainda há tempo para degustar um pedaço de queijo mineiro

Tereza Boari/Secult
O queijo artesanal mineiro tem uma data para chamar de suaO queijo artesanal mineiro tem uma data para chamar de sua

Quem não saboreou no café da manhã, no tira-gosto do almoço, no lanche da tarde ou em qualquer hora do domingo passado, perdeu a oportunidade de comemorar uma data especial; mas sempre haverá tempo para degustar!

Em 16 de maio, no último domingo, foi celebrado o Dia dos Queijos Artesanais de Minas Gerais. É isso mesmo: um dos produtos agropecuários mais característicos do estado, por seu valor cultural, econômico, social, alimentar e histórico, o queijo artesanal mineiro tem uma data para chamar de sua. A homenagem foi instituída pela Lei Estadual 22.506/2017, reconhecendo a importância dos tipos de queijos feitos de leite cru, sem processo de pasteurização. As receitas variadas seguem tradições históricas de gerações de produtores.

O dia e o mês escolhidos para homenagear os queijos artesanais mineiros remetem ao registro, em 2008, do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre ou Alto Paranaíba. Naquele ano, o jeito de produzir a iguaria foi identificado no Livro de Registro dos Saberes, pelo Conselho Consultivo do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Uma das iguarias tradicionais do estado, o Queijo Minas Artesanal (QMA) é reconhecido também como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Iphan. Estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) apontam que a produção de queijos artesanais gera renda e ocupação para cerca de 30 mil famílias em todas as regiões mineiras.

Leite cru

O chamado queijo QMA é feito de leite cru de vaca, sem pasteurização, e costuma seguir processos tradicionais de confecção, em pequenas propriedades. “Foi o primeiro queijo a ser caracterizado no estado e tem de ser fabricado, exclusivamente, na propriedade produtora. Utiliza o leite cru, o pingo e o coalho, salga a seco e passa por processo de maturação, adquirindo uma casca lisa e amarelada”, explica a coordenadora técnica da Emater-MG, Maria Edinice Soares.

Em Minas Gerais, são produzidas cerca de 50 mil toneladas de QMA por ano. O QMA pode ser produzido legalmente em todo o estado, mas somente os alimentos feitos nas oito microrregiões caracterizadas de Minas Gerais (Serro, Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serras de Ibitipoca, Serra do Salitre e Triângulo Mineiro) são autorizados a usarem a nomenclatura na embalagem.

Estudos

Além das oito microrregiões produtoras do QMA, há outras seis regiões no estado com estudos de identificação para a produção de queijos artesanais: Cabacinha (Vale do Jequitinhonha), Serra Geral (norte de Minas), Vale do Suaçuí, Alagoa, Mantiqueira de Minas e Requeijão Moreno.

Cada um deles tem características que sofrem influências do clima e da pastagem predominantes. A origem e o manejo do rebanho e até o perfil do produtor são determinantes no tipo de queijo de cada lugar, com pequenas diferenças entre as produções. Na semana passada, foi promovido o seminário on-line “Sabores e Histórias dos Queijos Artesanais de Minas Gerais” e o programa está disponível no canal do Youtube da Emater-MG.
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