21 de maio, de 2021 | 14:25

Tempos modernos

Alexandre Cézar de Oliveira Melo *

Neste momento atípico em que a sociedade sofre as graves consequências advindas da pandemia da covid-19, e se adapta às drásticas mudanças como pode, surgem oportunidades diante da crise. Há mais de um ano, o dia a dia das pessoas e das empresas deu uma guinada na direção das possibilidades que são oferecidas pela tecnologia digital e das atividades remotas.


Os mundos do trabalho e da educação foram impactados pelo isolamento social, consolidando o acesso digital e remoto tanto para o saber quanto para o fazer. Hoje em dia, muitos jovens estudam remotamente e fazem estágio ou participam de programas de capacitação - como o da aprendizagem – em regime de teletrabalho ou home office.

Acreditamos que esta nova situação exigirá uma atualização tanto no texto da Lei nº 11.788/2008, que regulamenta o instituto do estágio no Brasil, quanto na legislação vigente que regula a contratação e a capacitação de aprendizes. O impulso para essa mudança veio do isolamento social que é uma medida preventiva contra a covid-19, mas essa alternativa será uma tendência para muitas empresas que, conscientes de sua ação social, vão optar por manter as vagas atuais e até criar novas vagas para estagiários e aprendizes na condição do teletrabalho.

O fato é que esta crise pandêmica proporcionou e acelerou uma possibilidade e uma tendência ao regime remoto continuará em acessão nos próximos anos. O novo modelo de estágio e aprendizagem no regime de teletrabalho tem possibilitado aos jovens o acesso ao mercado de trabalho. Nesse sentido, muitos estagiários e aprendizes que agora estão obtendo uma oportunidade para aliar seus conhecimentos teóricos aprendidos em salas de aulas, hoje praticamente virtuais, só conhecem esse tipo de formato.

Estamos ainda nos adaptando a um contexto em que da inscrição ao recrutamento, da contratação e durante a capacitação teórica e o exercício prático da atividade, a supervisão e o acompanhamento, inclusive o desligamento, tudo ocorre virtualmente.

"O fato é que esta crise pandêmica
proporcionou e acelerou uma possibilidade
e uma tendência ao regime remoto
continuará em acessão nos próximos anos"


Até março do ano passado quem poderia ter em mente que estagiários e aprendizes iniciariam suas atividades de maneira remota, sem conhecer pessoalmente a empresa, seu supervisor e seus colegas de trabalho. Hoje essa é a realidade de centenas de estudantes que estão trabalhando em organizações dos mais variados segmentos de todo o país.

Como todo modelo experimental, o tele trabalho para os jovens, seja na modalidade do estágio ou da aprendizagem, também traz em seu bojo alguns desafios. Assim, as organizações pesquisam soluções plausíveis para questões relacionadas à melhoria de tecnologia e conectividade dos funcionários.

Um dos maiores entraves é a internet instável, devido à grande demanda de uso nos dias atuais. Outro desafio e o controle e a flexibilidade das jornadas de trabalho. Outros pontos também devem ser levados em consideração para minimizar os efeitos, bons ou ruins, da atividade laboral feita concomitantemente com a rotina familiar. Finalmente, a questão da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) - nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, que exige mais cuidado no tráfego de informações que envolvem os públicos interno e externo das organizações.

Dentre os fatores que prejudicam positivamente a rotina diária e a qualidade de vida das pessoas em atividade remota é o melhor aproveitamento do tempo que seria perdido com o deslocamento. Nos processos seletivos, muitos são os jovens que destacam em suas entrevistas virtuais que o trabalho em casa lhes oferece a oportunidade de planejar melhor suas atividades e também o autogerenciamento. Sejam bem-vindos ao um novo mundo corporativo.

* Professor e supervisor de Ouvidoria, Comunicação e Marketing do CIEE/MG – [email protected]
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