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22 de abril, de 2021 | 10:00

''Não existe perda no processo de aprendizagem, estamos sempre aprendendo'', afirma mestre em Educação

Rodrigo Vieira Ribeiro opina sobre interação no processo de aprendizagem e aulas virtuais durante a pandemia

Bruna Lage
Para mestre, esse é o momento certo para repensarmos os processos de ensino-aprendizagemPara mestre, esse é o momento certo para repensarmos os processos de ensino-aprendizagem
(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)
A falta de aulas presenciais não significa necessariamente prejuízos para o aprendizado dos alunos. A avaliação é do mestre em Educação, Rodrigo Vieira Ribeiro. Para ele, a interação é tudo no processo, mas que não precisa ser realizada presencialmente. No Vale do Aço, todas as cidades estão sob os efeitos da Onda Roxa do programa Minas Consciente (pelo menos até esta quinta-feira, quando haverá nova avaliação dos números da covid-19), portanto, sem atividades presenciais nas escolas.

Questionado se é possível mensurar o prejuízo dos alunos diante da falta de aulas presenciais, Rodrigo Vieira afirma que ainda é cedo para falar sobre isso. “Na verdade, é o momento certo para repensarmos os processos de ensino-aprendizagem, tanto presenciais quanto on-line. A pesquisa em Educação está muito madura no quesito ‘aulas presenciais precisam ser revistas e remodeladas’”, aponta. 

Conforme o educador, o estrago psicológico criado pela pandemia ainda não pode sequer ser avaliado corretamente. “É muito cedo e não temos pesquisa ou exemplos de pós-pandemia, nem sabemos como ou quando se dará o seu fim. Ainda não temos um governo brasileiro engajado no processo de cura e prevenção, para mim falta muito ainda. Mas aprendizagem e Educação são processos dinâmicos e práticos, podemos ficar tranquilos que nenhuma parada significa perda. O menino em casa está aprendendo outras coisas, como ajudar na arrumação, nos consertos, na manutenção do ambiente familiar, coisas práticas que ele nunca pensou que poderia fazer”, contextualiza.  

Álbum pessoal
Rodrigo Vieira Ribeiro é mestre em EducaçãoRodrigo Vieira Ribeiro é mestre em Educação
Sobrevivência à pandemia

Rodrigo acrescenta que a interação é tudo no processo de aprendizagem, mas que não precisa ser realizada presencialmente. O professor vê como prioridade sobreviver à pandemia e um equívoco forçar o retorno às aulas presenciais sem que tenhamos 80% da população vacinada. “É risco para a família, para as crianças e para quem trabalha na linha de frente da Educação. Vamos forçar uma interação com os colegas e professores e privar as crianças de seus pais e avós, colocando eles (pais e avós) em risco de vida? Penso que não. A pandemia pode estar trazendo uma nova forma de sociedade e podemos aproveitar o momento para rever processos e interagir melhor na família e a escola pode ajudar nisso, criando e orientando novas formas de interação e participação da família com as crianças”, frisa.

Sobre o que os pais podem fazer para ajudar no período longe da sala de aula, Rodrigo Vieira aponta que já estão fazendo o que podem em questão de sobrevivência. “É muito difícil para muitas famílias estar em isolamento e mais difícil ainda é praticar esse isolamento sem apoio governamental, sem orientação básica e com esse negacionismo todo à Ciência. É o que me faz emergir a pergunta: por que os pais querem que o menino frequente a escola, para depois negar a Ciência? Me parece muito incoerente. Não se pode atender aos dois lados ou a escola passará a ser absolutamente inútil”, alerta.

Fases marcantes

Já em relação a um possível prejuízo em fases consideradas fundamentais, como a alfabetização, Rodrigo entende que esta pode ser um processo fácil e natural quando a criança já aprendeu parte da leitura do mundo, compreendeu que existe um código de comunicação escrita e que a sociedade que está inserida depende deste. “A criança passa a necessitar entender esse código e irá trilhar mais facilmente aos 7 anos que aos 5, aí pode-se lançar mão de jogos de computador e métodos on-line de alfabetização. O que faz falta da escola presencial? Falta o coleguinha diferente para que eles aprendam a negociar uso de coisas e espaços, aprender a conviver com o outro, enfim, muita coisa que faz parte dos processos de socialização da criança. Mas precisamos sacrificar esse momento para sobrevivermos, depois ele aprende”, aconselha. 

O mestre em Educação reforça que não existe perda no processo de aprendizagem, estamos sempre aprendendo, formal ou informalmente, mais rápido ou mais devagar. “Não devemos correr com as nossas crianças, elas precisam de tempo para absorver o que está acontecendo e o mundo inteiro está na mesma. Nem é luxo darmos tempo para eles, é uma necessidade há muito identificada. Não devemos perder essa oportunidade de crescermos com eles. Acredito que a pandemia veio para que possamos repensar a nossa vida, pode não ter vindo com esse objetivo, mas serve para isso mais que tudo”, conclui.
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Comentários

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Flávio B

23 de abril, 2021 | 02:12

“Parabéns pela belíssima reportagem.
Não tem como negar a ciência e pedir pro filho ir pra escola, disse tudo Mestre Professor Rodrigo.
Essa pandemia veio para escancarar o abismo que separa os pobres dos ricos, seja na educação, saúde, lazer.


E ainda tem pobre que defende este governo que só faz maltratar a classe trabalhadora.

Nunca antes na história desse país tivemos tantos miseráveis.

Só Jesus pra salvar o Brasil dessa família Bolsonaro.”

Zé das Couves

22 de abril, 2021 | 20:02

“Jorge nenhum aparelho de tv emite ondas na região do ultravioleta e sim na região visível do espectro eletromagnetico. Compete aos pais estimular os filhos a estudar mais pelos livros do que ficar em frente a tvs, computadores, celular, seja estudando ou jogando.”

Jorge

22 de abril, 2021 | 14:16

“Uma coisa eu te falo mestre da educação os raios ultravioletas emitido pelos aparelhos para educação virtual , isto prejudica as crianças por resto da vida.”

Gildázio Garcia Vitor

22 de abril, 2021 | 11:56

“De quais Escolas, de quais alunos/estudantes e de quais famílias, o Mestre está baseando a sua tese? Vivo duas realidades: a da rede particular, com aulas e avaliações para todos, via google meet e Plataforma Bernoulli, e a da rede pública, com atendimento/contato/interação, via grupo de WhatsApp para alguns. Não existe perda, mas existe a possibilidade de ocorrer uma 'atrofia" intelectual. Pascal, quando afirmou que "O homem nega tudo aquilo que não compreende", devia estar pensando no Brasil dos dias atuais.”

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