18 de abril, de 2021 | 09:00

Perspectiva para geração de emprego e renda em Ipatinga é favorável, aponta consultor

Divulgação Emalto
Não fosse a vocação e presença de indústrias na região, o cenário seria outro, aponta WilliamNão fosse a vocação e presença de indústrias na região, o cenário seria outro, aponta William
(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)
A alta do preço do minério de ferro no mercado internacional e seus preços no Brasil, acima do praticado fora do país, têm impulsionado resultados operacionais históricos na Usiminas. A informação é do consultor especializado em desenvolvimento regional, geógrafo e colaborador do Diário do Aço, William Passos, que aponta o fato como explicação para os bons números do mercado de trabalho em Ipatinga e região.

No mês de fevereiro, a companhia anunciou uma nova previsão de investimentos para 2021, recursos que devem ser destinados, principalmente, para a reforma do alto-forno 3 da Usina de Ipatinga, sinais de bons ventos para empresa e região. William observa que o mercado de trabalho no Vale do Aço é basicamente puxado pela indústria que faz a transformação do minério de ferro e que tem elevado seu preço de forma sustentada no mercado internacional. Por sua vez, essa elevação estimula novos investimentos e novas contratações nas indústrias vinculadas a essa cadeia produtiva, e seus fornecedores, beneficiando particularmente Ipatinga.

“Cidade que concentra o grosso do parque industrial e puxa o emprego regional. Num cenário de crise aguda como este que vivemos, em função da pandemia, pode-se dizer que, além de boa notícia, isso ajuda a amenizar os impactos da quase paralisação da economia dos municípios da região”, aponta William.

Geração

No mês de março, dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mostraram que Ipatinga liderou a geração de empregos no Vale do Aço, no mês de janeiro. Conforme os números, foram 2.681 admissões e 2.098 demissões, resultando em 583 novas vagas no maior município da região.

Passos acrescenta que os investimentos públicos anunciados pelo Governo Joe Biden em obras públicas nos Estados Unidos, com a já conhecida demanda da China, podem elevar ainda mais o preço do minério de ferro, gerando mais empregos e investimentos na região. “Além de fazer circular uma renda extra dos funcionários da Usiminas, proveniente de um pagamento ainda maior dos lucros e resultados da empresa. Isso é importante porque parte dessa renda vira consumo, mas parte dela vira investimento em pequenos negócios também, movimentando a economia regional. Nem só de más notícias vive o Vale do Aço nesse momento”, frisa.

Essencial

Se não fosse a presença do parque industrial siderúrgico e metalomecânico do Vale do Aço, com empresas como Usiminas, Aperam e Cenibra, o cenário sem dúvida nenhuma seria muito pior, segundo William. O comércio e os serviços sofreram muito com a pandemia e o auxílio emergencial, pelo seu valor muito baixo, foi insuficiente para impedir as perdas, já que, embora tenha conseguido gerar algum movimento, este se concentrou nas atividades consideradas essenciais, basicamente varejo alimentício e construção civil.

“Por isso, apesar de tudo o que a região tem passado, se não fossem as indústrias, a tragédia teria sido muito pior. Muitas regiões gostariam de estar na situação que o Vale do Aço está hoje. Minas Gerais tem muitos exemplos. Só para citar um: as regiões turísticas, que sobrevivem, essencialmente, de visitantes, comércio, serviços e prefeitura”, salienta.

Diretora de Operações relata bons ventos



Localizada em Timóteo, a Emalto Indústria Mecânica vive um bom momento, apesar da situação sanitária do país. A diretora de operações do Grupo Emalto, Maria de Lurdes Martins Pinto, explica que a empresa é fabricante de bens de capital, fornece produtos e equipamentos para empresas em todo o Brasil, e especificamente no Vale do Aço, para Aperam, Cenibra e Usiminas. Para esta última, a empresa irá fornecer a carcaça do alto-forno 3, dentre outros produtos.

“Aqui são fabricados diversos tipos de equipamentos, tais como carcaça para altos-fornos, convertedores, panelas de Aciaria, carros transportadores de panelas, etc. Apesar do momento que vivemos, da pandemia da covid-19 mundialmente instaurada, a demanda do setor metalomecânico aumentou a partir do segundo semestre de 2020 até o presente momento, na ordem de pelo menos 30%. O que nos permitiu, além da manutenção dos empregos dos nossos colaboradores, a geração de novos postos de trabalho, dobrando as equipes de produção em todas as nossas unidades do Grupo Emalto”, revela.

A diretora entende que a demanda aumentou em função da necessidade real de crescimento do mercado, do aumento das commodities em nível mundial, exigindo assim o aumento de produção das mineradoras, siderúrgicas, empresas de papel e celulose. “E somado a isso, o aumento do mercado de energia eólica tem sido extremamente demandado nos últimos três anos. Temos também um fator relevante para tal, que é o dólar com o valor elevado, inviabilizando o custo de importação para os diversos produtos destes segmentos. Vislumbramos um 2021 positivo, com uma maior geração de empregos e economia crescente e, principalmente, o fim da pandemia”, anseia.
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