14 de abril, de 2021 | 15:00

SindUTE repudia Projeto que quer reabrir escolas na pandemia

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE/MG), subsede de Ipatinga, emitiu uma nota pública contra o Projeto de Lei 49 do vereador Nei Professor que institui a educação como “serviço essencial”. Após duras críticas, o PL 49 que havia entrada em pauta na Câmara de Ipatinga foi retirado e, esta semana, voltou a ser colocado em tramitação, agora, com um substitutivo.

Para o SindUTE, atenta contra a liberdade de organização e manifestação da categoria e é inconsequente e irresponsável ao querer abrir escolas mesmo durante pandemias e endemias.
“O vereador de Ipatinga, Ney professor, de maneira insistente e inconsequente, quer de qualquer jeito ‘arrombar’ as portas das escolas para que retomem as atividades presenciais, diz a nota.

Falácias

O Sind-UTE repudia “todas as falácias e mentiras propaladas pelo vereador como tentativas de ludibriar e confundir a população, em defesa do Projeto de Lei que torna a educação um “serviço essencial”.
Ainda segundo a nota, “o texto apresentado pelo vereador é de um autoritarismo que ultrapassa as raias do ridículo, pretendendo obrigar o funcionamento das instituições mesmo durante pandemias e endemias no município”.

O Sindicato alerta que o vereador já havia apresentado o projeto na Câmara Municipal de Ipatinga, mas diante das críticas o retirou de pauta. “Agora volta à carga tentando colocá-lo (mesmo que na forma de substitutivo) novamente em votação, aproveitando-se de que iniciativa igualmente inconsequente, o PL 5595/2020 foi inserida por bolsonaristas na pauta de urgência da Câmara dos Deputados. Estão evidenciados os vínculos estabelecidos entre o vereador e todos aqueles que defendem o lucro como único imperativo moral”, sustenta a nota pública.

Ação genocida

Ainda conforme a nota do SindUTE, Ney Professor quer reabrir escolas numa cidade com uma população estimada pelo IBGE em 265.409 pessoas em 2020, com um total de apenas 30.628 pessoas vacinadas contra o coronavírus e suas variantes – só com a primeira dose, o que não garante a imunização
completa.

“Insiste numa ação genocida – diz o documento – em meio a uma pandemia que em Ipatinga ultrapassa os 600 óbitos; que a cada dia aumenta as taxas de contágio e ocupação de leitos de UTI e enfermarias, hospital de campanha, UPA; que a cada dia leva a morte para mais perto das casas dos ipatinguenses. Na verdade, Ney Professor defende a essencialidade do genocídio”.

“Sob o disfarce de tornar a educação ‘atividade essencial’, ignora a situação de absoluta calamidade vivenciada pelo município e o consenso científico a respeito da urgência em aumentar o rigor nas políticas restritivas”, critica.

Apelo

O SindUTE conclama os, cidadãos e cidadãs ipatinguenses a dizerem não e a desconfiarem das iniciativas que querem tornar a educação um “serviço essencial”, até porque ela já é um direito fundamental da sociedade. “O que precisamos é de legisladores dispostos a encampar a luta para transformar nossas leis em realidades concretas e garantir uma escola pública de qualidade, gratuita, democrática, laica e acessível para todos e todas”.

Por fim, o SindUTE apela aos demais vereadores para que rejeitem qualquer proposta dessa natureza ou de teor semelhante. “Não vamos cair em malabarismos jurídicos. Ainda é tempo de arregaçar as mangas e trabalhar pela vacinação ampla e irrestrita da comunidade escolar e por mais recursos humanos, físicos e financeiros para a educação pública”, conclui o Sindicato.
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