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07 de abril, de 2021 | 07:46

Protocolo da PM e Corpo de Bombeiros de Minas Gerais sugere cloroquina e ivermectina

Comando reforça que o protocolo não vincula e não obriga os médicos militares a adotarem quaisquer das sugestões, e trata-se apenas de um referencial bibliográfico

Reprodução
Protocolo sugere Protocolo sugere "combos", um insere a hidroxcloroquina e outro não; Ambos os medicamentos carecem de comprovação científica de qualquer eficácia contra o coronavirus, alerta o Conselho Nacional de Saúde

A cópia de um protocolo elaborado pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) sugere que as tropas utilizem medicamentos como a hidroxicloroquina e a ivermectina para prevenção e tratamento da covid-19. O documento em PDF circula em mídias sociais desde o começo da noite de terça-feira (6) e a divulgação é impulsionada em todos os meios possíveis.

A adoção dos medicamentos sem eficácia comprovada contra os efeitos do coronavírus SARS Cov-2, em pesquisa farmacêutica gera intenso debate. A Organização Mundial da Saúde já emitiu diretriz contra o uso da hidroxicloroquina em casos da doença.

Pontualmente no caso do vermífugo invermectina, especialistas da área alertam que o consumo exagerado pode resultar em hepatite medicamentosa, uma grave inflamação do fígado causada pelo uso prolongado de medicamentos que causam irritação do órgão.

Já em relação a hidroxicloroquina ou cloroquina, o Conselho Nacional de Saúde, órgão vinculado ao próprio Ministério da Saúde desaconselha o seu uso no tratamento da covid, conforme nota técnica, sob argumento que as pesquisas vêm demonstrando o surgimento de graves efeitos indesejáveis, incluindo problemas cardíacos.

Indicação de “combo”

Entretanto, uma das medidas sugeridas no documento, assinado por militares médicos, é o uso de um combinado de medicamentos para a prevenção da covid-19. O tratamento, segundo o protocolo, não pode ser usado por gestantes.

Há a alternativa do com combo sem e com a hidroxicloroquina. Em ambos os casos é recomendado o uso de ivermectina (cujo fabricante já negou que seja eficaz no tratamento da doença), vitamina D, zinco quelato e quercetina. Também constam substâncias como azitromicina, nitazoxanida, entre outros.

No documento são passadas orientações detalhadas sobre o uso dos medicamentos, como a frequência diária ou semanal e intervalo entre as doses e orienta militares não gestantes a usarem medicamentos no início dos sintomas da covid-19, sem precisar esperar sair o resultado do teste.

O documento também relata alta incidência de casos positivos na tropa, mas uma baixa letalidade pela covid-19. Diante da "ausência de perspectiva de vacinação em massa da segurança pública a curto prazo", oficiais médicos elaboraram a proposta de "tratamento preventivo" do coronavírus.

O documento também cita que a prescrição de qualquer droga é prerrogativa do médico e que o tratamento deve ser baseado na "autonomia do paciente ou de seu responsável legal". Em resposta à imprensa da capital, os comandos, da PMMG e do CBMMG, afirmam que o protocolo não vincula e não obriga os médicos militares a adotarem quaisquer das sugestões, e trata-se apenas de um referencial bibliográfico.

A Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), informa que 164 policiais militares morreram em Minas em decorrência dos efeitos da covid e 18,75% da tropa foi contaminada pelo coronavírus até a última semana do mês de março de 2021.
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