12 de março, de 2021 | 13:36

Antônio Fernando Ribeiro Pereira: Precisamos de cidades inteligentes

O empreendedor digital Antônio Fernando Ribeiro Pereira, avalia que o Brasil está muito atrás no conceito de cidades inteligentes

Divulgação
Antônio Fernando: Antônio Fernando: "A tecnologia tem a ver com o desenvolvimento de inteligência artificial, mas não é só isso. Tecnologia também é otimizar recursos, ouvir as necessidades da população, reduzir tempo no trânsito e emitir menos gases de efeito estufa"

O empreendedor digital Antônio Fernando Ribeiro Pereira, avalia que o Brasil está muito atrás no conceito de cidades inteligentes. Temos poucos municípios com aspectos das smarts cities, e ainda há um caminho longo a percorrer.

O primeiro desafio e o mais importante, é mudar o conceito de como se viver nas cidades, para podermos criar alternativas inteligentes. E, quando pensamos em inteligência, rapidamente pensamos em tecnologia. “A tecnologia tem a ver com o desenvolvimento de inteligência artificial, mas não é só isso. Tecnologia também é otimizar recursos, ouvir as necessidades da população, reduzir tempo no trânsito e emitir menos gases de efeito estufa”, explica Antônio Fernando.

Durante a primeira onda da pandemia, o Brasil teve ótimas oportunidades para um planejamento, mas o rápido retorno do crescimento de casos de covid-19 mostrou que não aproveitamos esta oportunidade. “Home office, valorizar o comércio local, otimizar as saídas de carro... tudo isso faz parte de uma estratégia, que demanda vontade política”, esclarece Antônio Fernando.

Mas afinal, o que é uma cidade inteligente?



Um dos pais do termo é o professor de Desenvolvimento Urbano e Inovação da Grécia, Nicos Komninos. Em seu livro Cidades inteligentes e inteligência conectada: plataformas, ecossistemas e efeitos de rede (em tradução livre do inglês Smart Cities and Connected Intelligence: Platforms, Ecosystems and Network Effects), ele define como sendo a convergência ente três dimensões da inteligência: humana, coletiva e artificial. Komninos vai além: se tudo não estiver conectado como num ecossistema ou como um ser vivo, as transformações podem ser apenas paliativas.

O que a princípio pode parecer falar grego, é traduzido como a integração dos espaços físicos, institucionais e digitais. Antônio Fernando explica que desse modo fica fácil entender como a tecnologia é usada a favor da população e da cidade.

“A tecnologia, como a Internet de alta velocidade e automação de serviços, favorece o trabalho em sistema home office, em tempo parcial ou integral”, explica.

Se isso se aplica no nível individual, empresarial e industrial, há várias opções também para as gestões públicas. Vinhedo, em São Paulo, e Campo Verde, em Mato Grosso, são dois municípios com sistema de vigilância por câmeras de alta definição e inteligentes, que é um grande aliado da segurança pública. Como resultado há maior eficiência das polícias civil e militar, redução na criminalidade e estimula o sentimento de comunidade.
No entanto, essas experiências isoladas precisam se transformar em ações nas grandes cidades.

Antônio Fernando Ribeiro Pereira: plano do Brasil precisa sair do papel



Divulgada no fim de 2020, a Carta Brasileira de Cidade Inteligente traz robustas ideias que precisam sair do papel. No documento, é definido que inteligentes:

São cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural, que atuam de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede, promovem o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas e utilizam tecnologias para solucionar problemas concretos, criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação.

“Ideias sem metas não geram resultados”, resumiu o empreendedor digital Antônio Fernando Ribeiro Pereira. “Mas já temos uma diretriz, que é o de abandonar o antigo conceito de urbanidade, falta começar a usar o novo conceito”, concluiu.
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