13 de março, de 2021 | 13:00

Agora vai?

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
Os titulares do Atlético se reapresentaram na última segunda-feira (8) na Cidade do Galo, após dez dias de merecido descanso ao fim do Campeonato Brasileiro, enquanto o time B, composto por reservas e jovens da base, disputa o certame estadual.

O técnico Cuca ainda não se apresentou, em razão do estado crítico de saúde da sua mãe, internada na UTI de um hospital em Curitiba com Covid-19, mas é informado diariamente, por assessores, sobre o andamento dos trabalhos na Cidade do Galo.

A grande expectativa é se, passados oito anos desde que deixou o clube como campeão da Copa Libertadores, o “pai” do Galo Doido, que virou uma espécie de referência para a torcida durante muito tempo, vai dar certo novamente e conquistar os títulos importantes que a torcida anseia, como o Campeonato Brasileiro, que não ganha há 50 anos.

Uma coisa é certa: este Cuca que chega agora está mais maduro, apesar das tolices praticadas na decisão da última Libertadores no Maracanã, quando foi expulso infantilmente após uma esfrega com seu ex-comandado, Marcos Rocha, o que desconcentrou o Santos no final do jogo. Isso além de ter escalado muito mal o time, optando por uma formação pragmática e mais defensiva, descaracterizando a proposta de jogo que encantou contra Grêmio e Boca Juniors.

Agora, no Galo, ele terá à sua disposição um elenco bem maior e com muito mais qualidade, com boas opções em todos os setores do time, além das contratações que os mecenas do alvinegro ainda estão dispostos a bancar.

Manipulação política
Quem nunca ouviu a frase “o homem é um animal político”? A frase é atribuída ao filósofo grego Aristóteles (384 a.C.), que, em tese, quis dizer que todo homem precisa um do outro, que é da natureza humana viver em sociedade e que através da busca pelo bem comum é que se tem a constituição da pólis, ou seja, a cidade, o lugar onde é compartilhada a vida pública.

O problema é quando a política é manipulada por pessoas que só visam o seu próprio interesse e de grupos que os patrocinam, como estamos assistindo no nosso país, deixando em segundo plano o interesse coletivo, no caso, o combate à pandemia, que já levou a vida de quase 300 mil pessoas.

Com UTI’s lotadas, o governador de São Paulo, João Doria, ao invés de tomar as medidas duras de lockdown que o momento de fato exige, resolveu suspender o Campeonato Estadual de Futebol, como se isso fosse a causa do colapso do sistema de saúde daquele estado.

Em seu blog, Paulo Vinicius Coelho (PVC), jornalista do SporTv e um dos mais respeitados do país, foi objetivo: "Os líderes europeus entenderam, após um ano, que o índice de contágio é ínfimo e, por isto, o segundo estágio de lockdown severo não fechou o futebol", escreveu.

Concordo com PVC em gênero, número e grau. Infelizmente, aqui, com o país dividido entre “esquerda” e “direita”, o futebol serve de munição para disputas políticas.

FIM DE PAPO
• Se foi terrível para nós, que somos analistas esportivos, então imagino o sofrimento que foi para o torcedor cruzeirense acompanhar, sobretudo, o primeiro tempo do jogo em que o Cruzeiro empatou com o São Raimundo, em 1 x 1, em Roraima, conseguindo na ‘bacia das almas’ a classificação na Copa do Brasil. Foi, sem dúvida, a pior apresentação do time este ano, coisa de dar calo nas vistas.

• Importante mesmo foi a classificação e a grana da premiação - R$ 1,1 milhão -, um dinheiro que chega em boa hora, além de outros R$1,3 milhão que irá receber pela participação na próxima fase, quando jogará contra o América-RN. Hoje, o time comandado por Felipe Conceição tem a chance de se reabilitar mostrando um futebol melhor. O jogo será contra a surpresa até aqui do estadual, o Athletic de São João Del Rei, que subiu este ano à 1ª Divisão e ocupa o 3º lugar na tabela, com seis pontos ganhos, duas vitórias e uma derrota.

• É coisa comum no Brasil mudar o nome de ruas, monumentos, estádios, prédios públicos etc, de acordo com os interesses políticos do momento. Continua repercutindo uma iniciativa da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que pretende mudar o nome do Maracanã, de Estádio Mário Filho, para Estádio Rei Pelé. Eu acho a ideia inaceitável, mesmo reconhecendo a grandeza e os méritos de Pelé, que marcou o primeiro gol na seleção no Maracanã, onde fez também o que se batizou de “gol de placa”, fez o milésimo gol, deu adeus à seleção brasileira, enfim, o Maracanã foi o seu palco mais importante.

• Mas, quem foi Mário Filho? As pessoas, sobretudo os mais jovens, esquecem ou não sabem. Além de irmão do grande escritor Nelson Rodrigues, o jornalista Mário Filho, fundador do “Jornal dos Sports”, aquele da capa rosa, que circulou no país durante décadas, criou as expressões Fla-Flu e Torneio Rio-SP, além de ter sido o maior defensor da ideia de construir o Maracanã para a Copa do Mundo de 1950, vencendo o duelo verbal com outro jornalista, Carlos Lacerda, contrário à ideia.

O radialista Emanuel Carneiro, dono da Rede Itatiaia de Rádio, foi muito feliz quando disse, em um dos programas da emissora, que “Pelé deveria recusar a homenagem”. O Rei merece todas as honras, mas sem Mário Filho o Maracanã não existiria. (Fecha o pano!)
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