12 de março, de 2021 | 10:00

Altos preços dos combustíveis não é culpa dos postos, afirma sindicato

Bruna Lage
Proprietários de veículos não têm percebido diferença do preço nas bombas Proprietários de veículos não têm percebido diferença do preço nas bombas

Mesmo após o presidente da República Jair Bolsonaro assinar decreto em que zera as alíquotas da contribuição do Programa de Integração Social (PIS), assim como da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), incidentes sobre o preço do diesel, os valores não apresentaram alterações significadas, segundo relato de leitores do Diário do Aço.

A medida atinge ainda valores incidentes sobre a comercialização e a importação do óleo diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP) de uso residencial. Em Ipatinga, a média de preço praticado sobre o diesel era de R$ 4,45. Valor que não foi reduzido, mesmo com o decreto de Bolsonaro.

Em nota enviada ao Diário do Aço, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) esclareceu que a redução vigorará no período de março a abril de 2021 e que o corte do tributo federal foi de R$ 0,3060/litro no óleo diesel. Na prática, entretanto, diante do aumento do combustível nas refinarias da Petrobras, desde a 0h do dia 2 de março, o impacto total será de R$ 0,1934/litro.

A explicação é embasada na eliminação do PIS/COFINS (-R$ 0,3060) subtraindo o reajuste médio do diesel nas refinarias da Petrobras (+ R$ 0,1126) é igual a (-R$ 0,1934/litro). “O Minaspetro divulga esta informação a fim de deixar claro para a sociedade em geral que os postos dependem dos repasses das companhias distribuidoras para que haja uma possível redução de preços ao consumidor. Desse modo, como houve redução de PIS/COFINS, mas a Petrobras reajustou os preços do diesel nas suas refinarias, infelizmente a redução nos preços não será mais aquela esperada pelo Governo Federal e por toda a sociedade”, ponderou.

Responsabilidade

Ainda conforme a nota do sindicato, “o Minaspetro quer deixar claro para todos que a culpa disso não é das redes de postos, mas sim dos demais elos anteriores, ou seja, refinarias e distribuidoras e também da elevadíssima carga tributária incidente nos combustíveis. O sindicato não estima o período para que determinadas baixas ou altas de preço dos combustíveis nas refinarias, aumento de impostos ou quaisquer decisões políticas ou de cunho comercial tenham impacto direto nas bombas”, salientou.

A direção do Minaspetro também afirma que a “elevadíssima tributação incidente sobre os combustíveis, que sufoca o empresário, fecha dezenas de estabelecimentos em todo o Brasil e impede o crescimento sustentável do país”, apontou.


Preço do etanol também está nas alturas

Já em relação à disparada no preço do litro do etanol, o Minaspetro informa que o preço do biocombustível subiu nas usinas desde o início do ano. “São mais de 36% de aumento acumulado desde janeiro. A alta de mais de 21% está relacionada com o preço da cana de açúcar, que subiu em razão do período de entressafra e da falta de chuva na região produtora, o que prejudicou uma produção que já estava menor. O etanol hidratado passou de R$ 2,06 (em janeiro) para R$ 2,90 em março.

Em uma pesquisa rápida realizada pelo Diário do Aço, nesta quinta-feira, foi constatado que a média praticada em Ipatinga é de R$ 4,70 o litro do etanol. O valor assusta, principalmente no caso de quem vê no combustível uma alternativa à gasolina, que já é vendida por até R$ 5,98 litro.
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Comentários

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Injuriado

13 de março, 2021 | 08:34

“Suponhamos que um posto de combustível comprou um carregamento de gasolina a R$ 3,00/L e completou seu estoque. No dia seguinte, a Petrobras anuncia um aumento. Os donos dos postos já sobem seus preços (mesmo tendo comprado a gasolina sem o dito reajuste). E tá tudo bem! Se acontece uma queda no valor lá na refinaria, o reajuste (quase imperceptível) só acontece quando o posto compra a nova remessa... Ahh vá...”

Paulo Cesar

13 de março, 2021 | 07:59

“Comentário do cidadão que se denomina " observador" e a prova viva do analfabetismo político do brasileiro.”

Bolsolula

12 de março, 2021 | 19:14

“Observador, o presidente é culpado sim pela altas dos combustíveis. O petróleo é vendido em dólar, a nossa moeda está sendo desvalorizada artificialmente, sendo que o real foi a segunda moeda mais desvalorizada do mundo. Tudo isso devido aos gastos excessivos do governo. Impostos federais sobre combustíveis são pequenos , o que pesa são os estaduais, que é impossível de reduzir devido ao déficit de MG e municipais.”

Observador

12 de março, 2021 | 10:26

“Se o Presidente cumpriu o que prometeu ao cortar impostos federais, não pode ser culpado pelos preços altos.”

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