10 de março, de 2021 | 15:33

Vale do Aço tem segundo maior coeficiente de mortalidade de covid-19 no estado

Tendência é que o número de casos seja de quatro a cinco vezes maior daqui pra frente, alerta Secretário de Saúde de MG

Divulgação ALMG
O Secretário de Saúde de Minas, Carlos Eduardo Amaral, esteve na Assembleia Legislativa nesta quarta-feiraO Secretário de Saúde de Minas, Carlos Eduardo Amaral, esteve na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, esteve na Assembleia Legislativa (ALMG) na manhã desta quarta-feira (10). O titular da pasta falou sobre as ações do governo no combate à pandemia da covid-19 e apresentou números alarmantes. O Vale do Aço tem, conforme levantamento, o segundo maior coeficiente de mortalidade do estado, de 156,43 por 100 mil habitantes, atrás apenas do Triângulo do Norte, com 157,47.

Carlos Eduardo Amaral destacou que Minas Gerais soma 938 mil casos diagnosticados, 19.824 óbitos e letalidade de 2.1%, além de 781 municípios com óbitos registrados no estado. “Em relação ao painel de casos, de janeiro para início de fevereiro, tivemos um pico, houve redução significativa e estamos tendo aumento novamente. Isso tem ligação direta com a circulação das novas cepas (mutação)”, detalhou.

Óbitos

Conforme boletim epidemiológico do dia 9 de março, Ipatinga registrava 433 mortes; Coronel Fabriciano 170; Santana do Paraíso 59 e Timóteo 162 vidas perdidas para a covid. No estado, o secretário aponta que houve um pico de óbitos em 27 de janeiro, seguido por uma queda. “Agora notamos novo aumento. Quando nós vemos os óbitos notificados pela secretaria, são aqueles consolidados, e não necessariamente chegam no dia que acontece esse óbito. Agora estamos com a tendência de platô, podendo ter nova inflexão de alta”, avalia.

O titular da pasta acrescenta que há uma diferença entre a mortalidade nas várias regiões do estado e isso se deve a vários fatores, desde o isolamento até a conurbação de alguns municípios. “Quando falamos do aumento de leitos no estado, tivemos um aumento global em todas as regiões, as que tinham mais leitos tiveram aumento proporcional menor, mas chegamos a ter regiões com aumento superior a 130%. Saímos de 2.072 para 4.075 leitos operantes na rede do SUS do estado, ou seja, tivemos um aumento de 96%. Foi extremamente significativo a ponto de hoje termos dificuldade de encontrar recursos humanos para qualquer aumento de leitos”, revelou. Ainda segundo ele, a ocupação desses leitos é de 78,12%, considerada uma das menores do país, uma vez que pelo menos 17 estados já passaram de 80%.

Reprodução
Gráfico da Secretaria de Saúde mostra números comparativos entre regiões Gráfico da Secretaria de Saúde mostra números comparativos entre regiões


Projeção de aumento de casos

Sobre as projeções de casos, Carlos Eduardo Amaral informou que, quando havia somente a primeira cepa circulando no país, existia uma projeção definida. Mas com as novas cepas do coronavírus, há uma outra projeção, com tendência de número de casos maior, em torno de quatro a cinco vezes em relação ao que foi a primeira mutação.

“Vamos trabalhar ações emergenciais. Do ponto de vista de redução de geração casos, temos objetivado alinhamento com lideranças, realizado reuniões com prefeitos, secretários de saúde, sempre com a presença dos deputados, que tem sido parceiros, com posicionamento consciente. No combate à epidemia, a principal ação é a comunicação, que conduz a sociedade a ter uma percepção adequada”, salientou.

Minas Consciente

Sobre o Programa Minas Consciente, Amaral avaliou que esse foi o primeiro do Brasil com objetivo de equilibrar a necessidade de a economia continuar funcionando, mas com o controle adequado da epidemia. “É extremamente bem estruturado, vem se mantendo bem direcionado ao longo do tempo. Na semana passada, em razão das novas cepas e da mudança de perfil comportamental da epidemia, tivemos de avançar e desenvolver uma onda mais restritiva, a roxa, para regiões com colapso na saúde ou perto disso. Essas decisões em relação ao ingresso na onda são consenso entre os municípios e o estado. É fundamental uma comunicação adequada e, dentro disso, todos os líderes tem de falar a mesma língua, para não haver um desalinhamento do ponto de vista da população”, frisou.

Novas variantes

Em Minas Gerais foi notificada a circulação da variante B.1.1.17, do Reino Unido, desde o mês de janeiro. Além da variante P.1, que é a do Amazonas. “Elas chamam atenção porque são variantes que tem contagio maior que a cepa anterior”, alertou o secretário.

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