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09 de março, de 2021 | 10:00

O impacto da covid na saúde pública após um ano de pandemia

Doze meses se passaram desde os primeiros casos e equipes da saúde têm se desdobrado no atendimento

Bruna Lage
No HMC, atendimento à covid significou alterações desde o fluxo de chegada dos pacientesNo HMC, atendimento à covid significou alterações desde o fluxo de chegada dos pacientes
(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)
O número de pessoas mortas pela covid-19 no Brasil ultrapassou a casa dos 265 mil. A informação é do Ministério da Saúde e evidencia um quadro assustador da doença no país. O primeiro caso em território brasileiro foi registrado no dia 26 de fevereiro de 2020, um cidadão de São Paulo que havia viajado para a Itália. De lá pra cá, o que se viu foi uma avalanche de positivos e um sistema de saúde em constante adaptação, lutando para dar conta da demanda. No Vale do Aço, só as quatro cidades da Região Metropolitana somam 814 vidas perdidas na pandemia.

Desde o ano passado, o Diário do Aço tem divulgado boletins diários com os dados da covid-19 fornecidos pelas Secretarias de Saúde dos municípios. Por meio destes boletins são informados dados sobre os casos positivos, recuperados, óbitos e pacientes hospitalizados. No caso das internações, a situação é complexa. Em Ipatinga, por exemplo, o percentual de ocupação de leitos chegou a ultrapassar 100% nos últimos dias, o que quer dizer que algum paciente estava na fila, à espera de uma vaga de UTI.

A reportagem entrou em contato com a administração municipal de Coronel Fabriciano, de Ipatinga, e também com as assessorias de Comunicação do Hospital Márcio Cunha e Unimed, para entender como a covid-19 impactou em seu atendimento.

Em Fabriciano, o município registrou o primeiro caso positivo no dia 15 de março, e no dia seguinte, o prefeito Marcos Vinicius Bizarro (PSDB) assinou o decreto municipal 7.184/2020 com medidas de proteção e assistência à população.

Foi colocado em prática, segundo a assessoria, o protocolo com medidas de biossegurança e investimento foram feitos para contratação de pessoal e estruturação imediata da rede de saúde para retaguarda e cuidados com a doença. “No dia 16 de março de 2020 já estava em funcionamento o Tele Orientação - Eu Saúde, para o cidadão tirar dúvidas sobre o coronavírus com profissionais treinados, via whatsapp 24 horas por dia. No mesmo dia, o município implantou o Centro de Referência, na UBS do Centro da cidade. O Centro funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. No início da pandemia, a unidade realizava média de 150 atendimentos/dia; hoje, são cerca de 70 atendimentos/dia”, informou.

Hospital

Houve a ampliação de leitos do Hospital Dr. José Maria Morais, com abertura de 25 leitos destinados a pacientes da covid, dos quais 10 são de UTI e 15 com suporte ventilatório. “Em menos de 60 dias, o hospital recebeu obras e ganhou uma nova ala de UTI covid-19 para atendimento de pacientes com agravo. Após a pandemia, a nova ala, bem como os leitos e equipamentos, serão incorporados ao HJMM”, acrescentou a nota enviada pela assessoria.

HMC

Já a assessoria do Hospital Márcio Cunha avalia que, para o hospital, o atendimento aos pacientes da covid significou alterações desde o fluxo de chegada dos pacientes, sejam eles eletivos ou emergências, até mesmo a condução dos desfechos.

“Ações para o enfrentamento da covid seguindo as boas práticas e rigorosos protocolos de segurança em saúde regidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) foram tomadas. Todo o foco foi controlar e conter a disseminação do vírus entre nossos clientes e colaboradores, impactando da menor forma possível a oferta de serviços”, assegurou.

Leitos

No HMC foi necessária uma reestruturação física. Foram criados 50 leitos de terapia intensiva focados exclusivamente no paciente covid. Dois andares inteiros do hospital foram direcionados ao atendimento deste público em especifico. Mais de R$ 27 milhões foram investidos em estrutura física, adequação de leitos, treinamentos, contratação de equipes e a mais alta tecnologia disponível para o enfrentamento da pandemia, informa a assessoria da Fundação São Francisco Xavier, mantenedora do hospital.

Atendimentos

Questionada sobre quantas pessoas foram atendidas desde março do ano passado até o mês de dezembro de 2020, a assessoria informou que o movimento do pronto atendimento praticamente dobrou. “Desde o início conseguimos dividir todo o movimento de casos suspeitos de covid a uma ala exclusiva e dedicada no serviço de urgência. Até dezembro, totalizávamos mais de 3.000 internações de casos suspeitos e confirmados da doença”, revelou.

Sobre os desafios de atender pacientes em meio à uma pandemia, o maior deles foi o de preservar vidas, “nosso maior patrimônio”, segundo a Comunicação do HMC. “O maior desafio depois de zelar pela saúde e proteção da vida das pessoas foi a saúde mental e psíquica de todos. O isolamento impôs uma grande barreira física e psicológica às pessoas e tivemos que tratar o corpo físico, mas também o psíquico. Vencer o cansaço continua sendo um grande desafio”, concluiu.

Marcello Casal
Pacientes de covid têm se tornado cada vez mais comuns nos hospitaisPacientes de covid têm se tornado cada vez mais comuns nos hospitais
Números regionais chamam atenção

No fim de semana, a Secretaria de Saúde de Ipatinga divulgou que a taxa de ocupação dos leitos destinados à UTI covid estava em 102%. Sobre a falta de vagas, a assessoria de Comunicação ponderou que a realidade do município não é uma peculiaridade local, sendo um momento circunstancial vivido por todo o país. “Contudo, uma série de medidas já estão sendo tomadas pelo poder público, em diversas frentes, para conter o agravamento da pandemia. Entre outras ações, a administração do prefeito Gustavo Nunes está em contato direto com os governos Federal e Estadual para agilizar o credenciamento de novos leitos. Foi formalizado junto aos setores competentes o pedido de celeridade para habilitação de novos leitos para o município e região”, garantiu.

O município de Ipatinga conta atualmente com 45 leitos de UTI-Covid-SUS e está pleiteando mais 10 unidades. Na última sexta-feira (11), foram recebidos 11 novos respiradores do governo Federal. Embora não sejam de alta performance, os equipamentos estão sendo adaptados para que possam entrar em operação ainda nesta semana.

Maior cidade da região em termos de população, Ipatinga tinha 20.490 positivos, 18.876 recuperados e 428 mortes anotadas até domingo (7).

Fabriciano

Conforme boletim divulgado pelo Diário do Aço, Coronel Fabriciano contava 7.957 casos positivos; internados eram 20; recuperados 7.274 e 170 óbitos (dados divulgados pelo poder público até o dia 5/3). No fim de semana Coronel Fabriciano informou que a taxa de ocupação de leitos de UTI estava em 75%.

Timóteo

Em Timóteo o último boletim epidemiológico apontava 34 internados; 6.411 casos positivos; 5.865 recuperados e 159 mortes. Neste domingo a cidade estava sem vagas para internação nos dez leitos de UTI Covid SUS e com 60% de ocupação nos 18 leitos de enfermaria para covid-19, conforme informou a assessoria de imprensa do governo.

Paraiso

Santana do Paraíso tinha, até o dia 7 de março, 4.035 confirmados; 3.928 recuperados e 57 óbitos.
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