07 de março, de 2021 | 13:00

Desempenho da siderurgia impulsiona recuperação econômica regional

Em período de incertezas e desafios pela sustentabilidade das empresas no âmbito da pandemia, atividade da Usiminas fomenta esperanças

Repórter Tiago Araújo
Diante de um cenário de pandemia, que já dura há mais um ano, muitas empresas e estabelecimentos comerciais enfrentam dificuldades financeiras. A sustentabilidade virou um desafio extra. Com a queda de receita, os empreendedores tiveram que se reinventar para superar os desafios e manter seus negócios de maneira ativa, enquanto esperam por uma melhora na economia.

No Vale do Aço, esse cenário econômico pode melhorar com o desempenho da atividade siderúrgica da Usiminas, que apresentou resultados satisfatórios no trimestre passado e tem projetos programados para esse ano, que poderão contribuir no aumento de sua produção.

Em entrevista ao Diário do Aço, o presidente da Usiminas, Sergio Leite, ressaltou que estão programadas, a inauguração do novo gasômetro da siderúrgica, para o mês de maio, e a reativação do alto-forno 2 – desativado em abril de 2020 em razão da pandemia – para o dia 1º de junho deste ano.

“Ipatinga é uma prioridade para Usiminas e o bem-estar, na nossa visão, é extremamente importante. O que nós queremos, acima de tudo, com o crescimento da Usiminas, e com a força industrial, é trazer para Ipatinga e para o Vale do Aço o maior desenvolvimento possível do comércio. O novo gasômetro vamos inaugurar em maio, e o alto-forno 2 será reativado no dia 1º de junho deste ano. Estamos preparados e vamos cumprir com essas datas”, ressaltou.

PLR

Sergio Leite também destacou que em abril deste ano, a Usiminas pagará à título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) os empregados da empresa. “Isso é algo que traz impacto para o comércio de Ipatinga. Nós já pagamos uma parcela em dezembro do ano passado. Portanto, é extremamente importante toda ação que nós fizermos no sentido de fortalecimento da economia e, em especial, ao comércio em Ipatinga”, destacou.

Alto-forno 3

Além da reativação do alto-forno 2 e da inauguração do novo gasômetro, consta na programação a reforma do alto-forno 3, mas para o próximo ano. A expectativa é tenha início no dia 12 de junho e seja concluída no dia 30 de setembro de 2022, com investimento em torno de R$ 1 bilhão, conforme já noticiado.

O alto-forno 3 é o maior da usina de Ipatinga. Tem capacidade para 2,35 milhões de toneladas de ferro-gusa/ano. Após a reforma, a capacidade do equipamento será da ordem de 2,9 milhões de toneladas/ano. A usina tem mais dois altos-fornos, com capacidades somadas de cerca de 1,4 milhão de toneladas anuais. O alto-forno 1, que também estava desativado, teve suas operações retomadas em agosto de 2020.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Vale do Aço, Flaviano Gaggiato, informou ao Diário do Aço que a reativação do alto-forno 2, a reforma do alto-forno 3 e a inauguração do gasômetro, além de várias reformas menores que estão em andamento dentro da usina, impactam positivamente no comércio, na indústria e na prestação de serviço. “O bom é que temos certeza que com os resultados apresentados recentemente pela Usiminas, essas reformas e manutenções ocorrerão”, enfatizou.

Indústria de bens

Conforme Gaggiato, com esses projetos da Usiminas, a indústria de bens de capital sob encomenda terá impacto bastante positivo, principalmente, para o cinturão de fornecedores local para a siderúrgica. “Isso motiva ainda mais que as empresas e indústrias façam investimentos, e que se programem para o momento em que a Usiminas começar a comprar equipamentos, peças e estrutura, além da contratação de mão de obra para essas reformas. Estamos bastantes felizes com as perspectivas de melhora da economia e estamos apostando que esse ano será diferente, apesar de estarmos ainda com o problema da covid-19 em nossas costas”, salientou.

Aumento nos serviços

Para o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Vale do Aço (Sindimiva), João Batista Alves, em um ano marcado por oscilações na demanda e constantes reajustes nos preços do aço, a Usiminas vem performando com recordes históricos nos resultados financeiros. “Isso impacta positivamente no comércio de Ipatinga e nas indústrias do Vale do Aço. Apesar dos grandes impactos sociais e econômicos impostos pela pandemia da covid-19, e com a reforma alto-forno 3 e reativação do alto-forno 2, observamos um aumento nos serviços de fabricação de peças e equipamentos, e consequentemente, crescimento nas contratações de mão de obra”, concluiu.