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07 de março, de 2021 | 10:00

Naemc completa 30 anos de acolhimento e serviços prestados

Instituição sediada em Ipatinga tem sido referência na área assistencial desde 1991

Bruna Lage
Localizado no bairro Vila Formosa, o Naemc possui três serviços assistenciais de alta complexidade Localizado no bairro Vila Formosa, o Naemc possui três serviços assistenciais de alta complexidade
(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)
O Núcleo Assistencial Eclético Maria da Cruz (Naemc), fundado no dia 10 de março de 1991, completa 30 anos nesta semana. Mais do que um espaço para receber pessoas com deficiência física ou mental, o núcleo se tornou referência na área, uma história de amor ao próximo e de superação de desafios, principalmente financeiros. Localizado no bairro Vila Formosa, em Ipatinga, o Naemc foi criado a partir da iniciativa de Maria Lúcia Valadão, mais conhecida como Tia Lúcia, que contou com a parceria Vera Lúcia Assis Vasconcelos desde o início dos trabalhos.

Atualmente, o Núcleo possui três serviços assistenciais de alta complexidade: instituição de longa permanência para idosos, residência inclusiva para atendimento a pessoas com deficiência física e abrigo institucional para pessoas com deficiência física e mental. Tia Lúcia explica que Naemc é a instituição, e que a Casa da Esperança, muito conhecida na região, é um dos projetos do Núcleo. Quando estava de mudança de Nova Ponte (Triângulo Mineiro) para Ipatinga, e nessa época seu marido estava concluindo o processo de aposentadoria, havia um planejamento de fundar um trabalho junto a dependentes químicos. Mas a vida mudou o projeto de Maria Lúcia Valadão, com o nascimento de um menino em uma família ainda no Triângulo Mineiro.

“Nasceu Luiz Francisco, ele seria adotado por uma cunhada minha, nasceu todo cheio de problemas, ninguém sabia o que seria dele e eu arquei com o compromisso de ficar com o Luiz. Busquei uma orientação espiritual. Fui comunicada que ele seria o número um da obra que nós faríamos nesta cidade, que é cuidar de pessoas excluídas”, resume.

Maria Lúcia recorda que num determinado momento o local começou a receber sentenciados pela Justiça. “Até o dia em que começou a primeira denúncia, porque fundamos a escola inclusiva Maria da Cruz. Já que não achava escola para os deficientes, fundamos uma escola para os ditos ‘normais’. A coisa começou a complicar, queriam que eu fizesse casas lares. Mas eu não estava dando conta de cuidar de uma, como faria isso?”, pondera.

Bruna Lage
Tia Lúcia e Tafarel Martins: uma relação de mãe e filhoTia Lúcia e Tafarel Martins: uma relação de mãe e filho
Público

Atualmente o Núcleo não recebe nenhuma pessoa, em razão de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado junto ao Ministério Público. “Hoje o maior bem que fazemos, além de acolher, é dar emprego para quem não consegue em outro lugar. Trazemos para cá mulheres que apanham do marido, por exemplo, montamos uma casa pra elas. O trabalho social que prestamos é tanto para quem mora, quanto para quem trabalha aqui”, acrescenta Tia Lúcia.

Lição

Questionada sobre a lição que a sociedade pode tirar com o Naemc e pessoas atendidas no local, Tia Lúcia menciona a convivência, a facilidade de tratar o outro como irmão. “De preocupar um com o outro. Ver um paralitico na cadeira de rodas dando comida ao que não levanta, dar almoço ao irmão que não anda, perguntar ao outro porque está triste, vir me chamar porque tem alguém chorando. A maior lição é que é mais fácil lidar com eles do que com os normais. Eles são verdadeiros”, avalia.

Alessandro da Silva tem 43 anos e mora no local “há muitos anos”. Ele afirma ter em Tia Lúcia a figura de uma mãe. “Eu morava na rua e ela me acolheu. Quando eu estava lá fora não tinha nada, aqui tenho tudo o que um homem precisa”, celebra. Tafarel Martins também é um dos atendidos no espaço. “Sou morador e eles são minha família, dependemos muito da casa, aqui é muito bom de viver, é legal mesmo. Tenho amigos aqui, sou feliz”, assegura.

Trabalho

Nilma Maria Pereira trabalha no local e também tem uma filha atendida. “Ela tem paralisia cerebral. Tenho muita gratidão pelo serviço que é prestado pelo Núcleo, é uma família. A minha vida e da minha família não seria nada sem eles. Tenho mais dois e não sabia o que fazer, como iria criar todos eles? O Naemc ajuda a gente e o bairro todo. É um trabalho importante para a cidade, Ipatinga e cidades vizinhas”, pontua.


Situação financeira tem sido desafio ao longo dos anos


O administrador do Naemc, Ralphy Oliveira Moreira, detalha que atualmente há dois convênios junto ao poder público e o restante vem de doações e do benefício dos assistidos. “Mas uma casa desse tamanho, se você pegar um salário mínimo não sustenta a própria pessoa. E num ambiente com 116 funcionários, 120 moradores, com uma demanda de medicamentos, vestuário, água, luz, material de limpeza, a coisa complica um pouco”, relata

Só com a folha de pagamento o Naemc tem um gasto mensal de quase R$ 150 mil, além da conta de luz (R$ 10 mil), de água (R$6 mil), farmácia (sempre em torno de R$5 mil). “São gastos essenciais e que você não pode atrasar. Infelizmente a receita da instituição já não contempla. Então, mês a mês, é preciso vencer desafios, contornar dificuldades para fazer dar certo”, salienta Ralphy.

Doações

O espaço sobrevive por meio de doações. “Quem quiser e puder ajudar pode o fazer via depósito, mas temos outras necessidades como vestuário, alimentos, medicamentos, tudo é muito bem-vindo. Pedimos que liguem no (31) 3826-1221 e buscaremos a doação, o dia e a hora que a pessoa determinar”, concluiu o administrador.

Bruna Lage


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Comentários

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Eliane Lima Gonçalves Ferreira

05 de setembro, 2023 | 10:45

“? um dos trabalhos mais lindos em Ipatinga MG.
Ajuda muita gente”

Michele Costa

08 de março, 2021 | 12:56

“Tive o prazer de trabalhar na casa como recepcionista , e acompanhar de perto a demanda da Casa da esperança. Por isso expresso aqui minha gratidão e peço a todos possam contribuir de alguma maneira para a continuação da existência deste trabalho incrível!”

José Carlos

07 de março, 2021 | 23:36

“Eu tive o prazer de fazer parte dessa família Naenc uma instituição que deveria ter mais apoio da tanto faz dos governantes e empresários da nossa micro região um projeto de amor ao próximo tive o prazer de crescer vo Ralf e tio duda na infância e tive previlégio de fazer parte da equipe naenc minha irmã tem varios anos lá e ama o que faz vamos Ipatinga e região ajudar essa instituição a cuidar dos nossos irmãos Deus abençoe a tia Lúcia a tia verá e a todos da casa da esperança Naenc amor incondicional”

Ralphy Oliveira Moreira

07 de março, 2021 | 12:24

“Parabéns a Bruna Lage pela excelente reportagem.
Expressou com fidelidade um pouco da história do NAEMC durante os seus 30 anos de caminhada.
Tenho orgulho de fazer parte desta história.”

Amadeu

07 de março, 2021 | 10:51

“Bom dia:
Porque esse politicos não faz uma boa ação , doando pelo menos 1% do seus salarios a Naemc e se alguns politicos já fez pelo menos uma visita a essa casa?
ok”

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