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02 de março, de 2021 | 06:52

Sindicato dos médicos de Minas divulga alerta sobre colapso na saúde

Reprodução de vídeo
Médicos alertam para agravamento da crise sanitária provocada pela covid e a falta de uma ação concentrada do governo federal Médicos alertam para agravamento da crise sanitária provocada pela covid e a falta de uma ação concentrada do governo federal

O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) divulgou nota em que alerta para o colapso da saúde no país e preocupação com o agravamento da pandemia de covid-19.

A direção da entidade avalia que, um ano depois dos primeiros casos de covid-19 registrados no Brasil, no mês de março de 2020, a situação atual mostra dados estatísticos absurdos e críticos revelando que o colapso se instalou na saúde. Cita entre os absurdos a média móvel acima de mil mortos por covid, diários, desde 21 de janeiro.

“Diariamente, chegam-nos mais informações desoladoras: falta de leitos em todo o país, novas cepas do vírus com maior transmissibilidade e suspeitas de maior letalidade e resistência às vacinas, aumento das mortes entre os profissionais da saúde. Tudo isso, aliado à negligência e à incapacidade dos gestores em tentar reverter esse quadro tão caótico.”

O comunicado ressalta que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das entidades mais respeitadas no Brasil e no mundo em doenças infecciosas, apresentou um documento mostrando que “o Brasil vive o pior momento da pandemia da covid-19 desde o primeiro caso de infecção registrado no país há um ano”.

O documento cita que a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em todo o Brasil, já que o índice atinge 80% ou mais em 17 estados e está acima de 90% em outros oito estados.

O Sinmed-MG também critica a falta de postura do governo federal no processo de enfrentamento da doença ao contrariar a ciência, desestimular o uso de máscaras e de medidas restritivas, usar afirmativas de que a falta de leitos já existia antes da pandemia, estimular uso de protocolos sem comprovação científica de eficácia ou atribuir sua responsabilidade a outros (governadores e prefeitos).

O Sindmed/MG destaca que, desde o início da pandemia, a luta da categoria médica é pela assistência à saúde da população, além de se esforçar para mostrar a necessidade de gerir melhor a situação para evitar chegar “a tal ponto preocupante, assolador e triste.”

De acordo com o sindicato, foram tomadas várias ações jurídicas junto ao governo do estado, às prefeituras e ao Ministério Público ou por meio de ações educativas para a população.
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A íntegra da nota é a seguinte:

A situação é mais grave a cada dia e exige ação e seriedade!

O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais conclama a população para unir-se na luta contra a pandemia da COVID-19 e apela às autoridades públicas que se ocupem do seu devido papel, com responsabilidade.

O país alcança um ano de luta contra a pandemia de COVID-19 sem esboçar estratégias eficazes de controle e ainda com a perspectiva clara de agravamento. Ultrapassamos a triste marca de 250 mil mortos e batemos recordes diários de novos óbitos. No estado de Minas Gerais, o interior enfrenta o aumento acelerado do número de casos e de casos graves da doença, já com preocupante insuficiência na capacidade de assistência. Na capital a situação também não está sob controle.

A essa altura, é inadmissível que autoridades ou figuras públicas, de qualquer espectro político, ainda protelem tratar a situação com a seriedade e a coragem necessárias.

O mundo inteiro se debruça sobre dados e pesquisas, apostando na ciência, na racionalidade humana, para buscar melhor controle dessa tragédia. Já é, há muito, passado o tempo para conjecturas e opiniões pessoais.

O distanciamento social, o uso da máscara, a higiene respiratória e a vacinação têm produzido resultados positivos no restante do globo. Para almejar o mesmo sucesso, precisamos de liderança e responsabilidade nas falas e nos atos.

O debate sobre tratamentos precisa deixar a esfera política e avançar no terreno que lhe é próprio, o da ciência, com humildade para vislumbrar novas alternativas e descartar opções de comprovada ineficácia ou inaceitável risco.

A atuação do Ministério da Saúde como orientador das estratégias de prevenção, vacinação e assistência tem se mostrado lenta neste momento dramático, desorganizada e tecnicamente insuficiente, muitas vezes subjugada a interesses políticos e ideológicos, agravando o quadro que já é dramático.

De outro lado, é importante destacar o nobre papel desempenhado pelas nossas Sociedades Médicas de Especialidade e nossa comunidade científica, que ajudam a iluminar os caminhos possíveis.

Desejos individuais não podem prejudicar o bem coletivo. Somente juntos daremos fim à colheita diária que a morte e a dor fazem em nosso país - dentre os mortos, diversos profissionais de saúde, categoria de maior risco de contaminação.

O SINMED-MG, mais uma vez se solidariza com as famílias das vítimas, alerta para gravidade da situação e se coloca à disposição para auxiliar em todas as iniciativas de defesa da saúde e da vida humana.

Diretoria do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais - Sinmed-MG

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Comentários

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Rick

02 de março, 2021 | 12:03

“Ipatinga está livre de covid”

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