23 de fevereiro, de 2021 | 11:22
Sai o registro definitivo à vacina da Pfizer contra covid-19
Negociações entre laboratório e o governo federal estão parados num impasse e não há previsão de compra da vacina
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que concedeu, nesta terça-feira (23), o registro definitivo à vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19. Esta é a primeira vacina a obter o registro sanitário definitivo no Brasil.Em nota, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse que "o imunizante teve sua segurança, qualidade e eficácia, aferidas e atestadas", após um período de análise de 17 dias pela Gerência Geral de Medicamentos da agência.
Impasse no governo
A vacina do laboratório alemão, no entanto, ainda não foi adquirida pelo governo federal. As negociações com o laboratório sofreram um impasse depois que a União se recusou a aceitar as cláusulas contratuais propostas, consideradas pelo presidente Bolsonaro como abusivas.
Na semana passada, o Ministério da Saúde se reuniu com representantes da empresas, e logo após, resolveu solicitar de forma pública ao Palácio do Planalto um auxílio para a compra das vacinas. O governo declarou por meio de uma nota divulgada no domingo (21), que deseja comprar o imunizante, mas que as propostas apresentadas vão "além de sua capacidade de prosseguir as negociações para contratação".
Estudos de eficácia
Dados preliminares de um estudo realizado na Escócia mostraram que uma única dose das vacinas contra covid-19 da Pfizer reduziu significativamente o risco de internação hospitalar
O estudo aponta que o risco de internação entre pessoas que receberam a vacina da Pfizer foi 85% menor do que entre indivíduos não imunizados entre 28 e 34 dias após a dose. A descoberta, no entanto, ainda não passou por uma revisão por pares.
Entenda a causa do entrave entre o governo Bolsonaro e a Pfizer
O principal entrave nas negociações para disponibilização da vacina da Pfizer, que já é aplicada em 69 países, é a cláusula que repassa ao governo brasileiro a responsabilidade por eventuais disputas na Justiça por causa de efeitos adversos provocados pelo imunizante, desde que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tenha concedido o registro ou autorizado seu uso emergencial e temporário.
Apesar do impasse, a empresa apresentou uma proposta do governo brasileiro de fornecer, ainda em 2021, mais de 100 milhões de doses da vacina. A proposta foi feita em documento entregue ao Ministério da Saúde na semana passada, ainda sem uma resposta definitiva do governo, conforme divulgado pela TV CNN.
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