17 de janeiro, de 2021 | 12:00

Por que devemos nos vacinar?

William Passos *


“O objetivo das vacinas que estão sendo aplicadas neste momento no mundo não é a eliminação do vírus, como ocorre com outras vacinas, mas a redução drástica das mortes e internações”

Embora o novo agente do coronavírus (nCoV-2019) tenha sido descoberto em 31/12/2019 na China, os primeiros coronavírus (família de vírus que causam infecções respiratórias) foram identificados em meados da década de 1960. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida (alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43 e HKU1), principalmente as crianças pequenas.
A primeira pandemia global de coronavirus surgiu em 2002, sob a forma da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
Em poucos meses, a SARS espalhou-se pelo mundo, mas foi rapidamente contida. Desde 2004, não há nenhum registro de transmissão da doença.

Em 2012, um novo coronavírus apareceu na Arábia Saudita, com MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).
Apesar de não ter se espalhado como a SARS, nem se transformado numa pandemia global, motivou novos estudos acerca da produção de uma vacina contra os coronavírus, que haviam começado uma década antes.
Lá atrás, em 1976, na República Democrática do Congo, foram reportados os primeiros casos de infecção por uma variante de coronavírus às margens do rio Ebola.

Partindo, portanto, do conhecimento acumulado com as pesquisas das vacinas contra o MERS e o Ebola, ao longo do ano de 2020, cientistas em todo o planeta participaram de um esforço sem precedentes para desenvolver, em tempo recorde, uma vacina contra o nCoV-2019. Neste momento, em torno de 25 milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo.

No Brasil, duas vacinas começarão a ser aplicadas nos próximos dias: a da Sinovac Biotech e a da Oxford/AstraZeneca. A primeira tem proteção de 50%, mas que aumenta para 78% nas pessoas com sintomas do novo coronavírus e para 100% nas pessoas com casos graves ou moderados.

Isso significa que uma pessoa não vacinada e exposta ao coronavírus tem o dobro de chance de ter a Covid-19 em comparação com alguém que for vacinado pela CoronaVac. Já a segunda vacina, desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca (no Brasil em parceria com a Fiocruz) tem proteção de 70% já na primeira dose, aumentando para 80% após a segunda. Pela falta de conhecimento sobre o tempo de vida dos anticorpos adquiridos na primeira aplicação, ainda não é possível dispensar a segunda dose da vacina.

Também não será possível dispensar imediatamente o uso de máscaras e o distanciamento das outras pessoas. O objetivo das vacinas que estão sendo aplicadas neste momento no mundo não é a eliminação do vírus, como ocorre com outras vacinas, mas a redução drástica das mortes e internações para que a ameaça de novos fechamentos de comércio, shoppings, etc, acabe e para que possamos voltar progressivamente a nossa vida normal. Ou seja, as vacinas foram desenvolvidas para transformar essa enorme pandemia apenas numa gripezinha.

E qual o risco de tomar as vacinas que estão sendo aplicadas? No máximo, uma febre fraca, bem menor do que o risco de não tomá-las, que é o de morrer. Os resultados de todas as vacinas estão disponíveis na internet e podem ser acessados por qualquer pessoa, desde que dominem a linguagem especializada. Na maioria dos casos, os resultados estão publicados em inglês, a língua científica internacional.

Médicos, jornalistas e demais profissionais responsáveis por levar informação às pessoas consultam constantemente esses resultados, e são as únicas fontes em quem devemos confiar! Vídeos e textos de Whatsapp não são produzidos por profissionais! Maguito Villela, prefeito eleito de Goiânia, e mais 200 mil pessoas já morreram de covid no país. Se você não se vacinar, o próximo pode ser você! E sem direito a velório!

* Geógrafo, doutorando pelo IPPUR/UFRJ e colaborador do Jornal Diário do Aço. Email: [email protected]
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Comentários

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Alex Sandro da Costa Barcelos

17 de janeiro, 2021 | 22:44

“Excelente texto. Muito esclarecedor. Esperamos que esse artigo possa ajudar a alguns que ainda estejam na dúvida sobre a vacinação!”

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