14 de janeiro, de 2021 | 08:00

Fim do auxílio emergencial deve impactar economia da Região Metropolitana do Vale do Aço

Arquivo DA
Quem contou com o valor no ano passado terá novos desafios financeiros em 2021Quem contou com o valor no ano passado terá novos desafios financeiros em 2021

(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)

O ano de 2021 deve ser de desafios para uma parte da população da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). Isso porque o pagamento do auxílio emergencial não será renovado, deixando “órfãos” os que foram contemplados com o benefício. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), anunciou o fim do benefício no mês de dezembro, e disse para os brasileiros “tocarem a vida”.

A reportagem do Diário do Aço apurou que, ao longo do ano passado, 69.194 pessoas receberam o benefício em Ipatinga, o que representou R$ 176.477.400. Em Coronel Fabriciano o auxílio foi pago a 30.690, somando um montante de R$ 78.982.200. Já em Timóteo 21.770 benefícios foram pagos (R$ 53.200.800) e Santana do Paraíso 11.613, perfazendo um total de R$ 29.992.200. Os dados são da Caixa Econômica Federal, tabulados pelo Observatório das Metropolizações, do geógrafo William Passos, a pedido do jornal.

William avalia que, para as famílias, o fim do pagamento significa o aumento da pobreza e da miséria, além da queda do consumo, justamente das pessoas mais afetadas pela pandemia da covid-19. “Para a economia significa menos vendas e menos lucro para o comércio e para o setor de serviços, podendo culminar no fechamento de algumas empresas e mais desemprego. Há, por outro lado, aumento do trabalho informal, mas os ganhos com a renda auferida com esse trabalho não compensam a perda do auxílio emergencial. É um círculo vicioso”, pontua.

Municípios
Questionado sobre de que maneira os municípios podem lidar com essa “perda de receita”, o geógrafo opina que eles precisam ser criativos e buscar se aproximar do conhecimento técnico disponível. Devem listar as famílias atingidas pela perda do auxílio emergencial, avaliar sua situação e monitorá-las permanentemente, oferecendo apoio e assistência social, dentro das condições possíveis, e atuando em duas frentes.

“Uma é o combate à vulnerabilidade: auxílio emergencial da própria prefeitura, cesta básica ou algum tipo de auxílio à alimentação e a oferta de subsídios sociais, que são descontos ou a isenção de pagamentos em necessidades básicas, como conta de luz e de água, gás de cozinha, passagens de ônibus e pagamento de aluguéis. Outra frente é a inserção no mercado de trabalho, encaminhando desempregados a ofertas de emprego, requalificando trabalhadores e orientando e dando suporte ao trabalho autônomo individual e ao microempreendedorismo”, aponta.

O especialista acrescenta que investir em obras também é uma alternativa importante, por causa da mão de obra, isto é, empregam bastantes trabalhadores. O geógrafo frisa que, pessoalmente, defende também programas municipais de incentivo a construções e reformas de casas, qualificando desempregados para trabalharem como pedreiros, pintores, serralheiros e carpinteiros.

“A construção civil oferece muitas oportunidades, dinamiza muito a economia local, melhora a casa das pessoas e, em alguns casos, resolvem o problema da moradia. Os municípios podiam juntar tudo isso e, como complemento às ações, criar programas de construção e reformas de casas para as pessoas que mais precisam. Coloco-me à disposição dos prefeitos e secretários que quiserem apoio. Estou sempre à disposição. Como especialista em desenvolvimento regional, meu objetivo é o de sempre contribuir para o desenvolvimento das regiões”, esclarece.

Auxílio
Criado em abril de 2020 pelo Governo Federal, o benefício financeiro foi destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, com o objetivo fornecer proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia da covid-19, com valores de R$ 300 e R$ 600.

Prorrogação
Apesar do anúncio de Bolsonaro, de encerrar o programa, deputados buscam a prorrogação do pagamento. Um deles é o Projeto de Lei 5509/20, do deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS). Ele avalia que as consequências econômicas da pandemia não se esgotaram em dezembro de 2020 e que o auxílio emergencial foi fundamental para garantir dignidade a milhões de brasileiros sem emprego. Entretanto, ainda não há nenhuma confirmação sobre a ampliação do benefício neste ano.

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Comentários

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Viana

14 de janeiro, 2021 | 14:28

“A economia no Vale do Aço já estava impctada muito...mas muito antes da Pandemia e do auxilio emergencial....”

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