12 de janeiro, de 2020 | 08:00

Mais aliviado

Depois da vitória por 1 a 0 contra o Sampaio Corrêa, na sexta-feira (8), o Cruzeiro respira mais aliviado, pois afastou o risco de rebaixamento à Série C, objetivo que fez parte do discurso do técnico Felipão desde que chegou ao clube.
Agora é pensar na próxima temporada, a começar pelo dilema: vai ou fica, Felipão? Após o jogo no Maranhão, Felipão não cravou a sua permanência, ao dizer que prefere conversar primeiro com o novo diretor de futebol, André Mazzuco, para depois definir seu futuro.

O veterano treinador anda visivelmente incomodado com o atraso de salários dos jogadores, dele próprio e de sua comissão técnica, além de funcionários, que já entrou no terceiro mês sem uma solução à vista.

Felipão ainda exige a contratação de pelo menos cinco reforços, indicados por ele, para poder brigar de fato pelo acesso, o que pode se tornar inviável em virtude da situação financeira caótica, que se agravou ainda mais por causa da permanência na Série B.

Outra chance
Da falta de chances o Galo de Sampaoli não tem do que reclamar, pois até ontem, quando entrou em campo para enfrentar o Bragantino, em Bragança Paulista, os resultados dos principais jogos de seus concorrentes diretos na briga pelo título foram em sua maioria favoráveis.

Só o Inter é que não vacilou na rodada do fim de semana, ao derrotar o Goiás por 1 x 0, no Beira Rio. O Grêmio, fora de casa, não passou de um empate com o Fortaleza, 0 a 0. Pior ainda fez o Flamengo, ao ser derrotado em pleno Maracanã por 2 x 0 pelo Ceará, enquanto o líder, São Paulo, sucumbiu diante do time reserva do Santos por 1 x 0.
Caso tenha vencido, o Atlético ficaria apenas quatro pontos distante do ainda líder São Paulo, mas com um jogo a menos, o que na prática pode significar estar a apenas um ponto.

Pelo batido da lata, ou como a gente costuma dizer aqui nos nossos grotões, pelo “andar da carruagem”, como há muito tempo não se via, teremos uma reta final de Brasileirão das mais acirradas, com vários times em condições de conquistar o título: São Paulo, Inter, Galo, Flamengo, Grêmio, Palmeiras e até o Santos estão na fila. Haja Coração para tanta emoção!

FIM DE PAPO
· Após os primeiros jogos do ano, o time mineiro com melhor desempenho é o América, que só por um desses caprichos dos números ainda não pode ser considerado matematicamente classificado à Série A, o que poderá ocorrer hoje, se ao menos empatar com o Náutico, em Recife. O Coelho está perto também de conquistar o título da Série B pela terceira vez. Depois que venceu o Vitória-BA por 4 x 0, sábado (9), no Indepa, alcançando a liderança isolada da competição com 66 pontos, três a mais que a Chapecoense, que perdeu para o Botafogo-SP de 3 x 0.

· O desafio maior da diretoria do América agora será manter a base do elenco, mas, sobretudo, garantir a permanência do técnico Lisca para a disputa da Série A. Além do técnico, vários jogadores estão sendo assediados por clubes nacionais e do exterior, o que se supõe uma tarefa árdua pela frente do presidente Marcos Salum, que já viu o diretor de futebol, Paulo Bratz, trocar o Coelho pelo Internacional, antes mesmo do fim da Série B.

· No sufoco, após uma primeira tentativa frustrada, o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, fez inúmeras promessas e concessões, acabando por seduzir o experiente técnico Felipão, que assinou contrato até 2022, a princípio com o propósito de tirar o time da zona de rebaixamento. Mas, apesar de uma melhora considerável, o time sob seu comando não conseguiu decolar rumo ao acesso, complicando ainda mais a sua já frágil situação financeira.

· Nem de longe Felipão tem o perfil de treinador para comandar o Cruzeiro este ano na Série B, pois se a grana já era curta, agora para contratar bons reforços como ele quer teria de conseguir apoio de algum mecenas, algo cada vez mais raro no futebol de hoje. O grande dilema agora do presidente celeste parece ser como sair dessa enrascada que ele próprio se meteu. Caso seja demitido pelo clube, Felipão tem direito a uma multa que gira em torno de R$ 10 milhões. Caso ele mesmo queira sair, não terá que pagar nada ao Cruzeiro. Como se diz na gíria da boleirada, este é o verdadeiro contrato “caracu”. (Fecha o pano!)