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10 de janeiro, de 2021 | 09:00

Situação política vivida nos Estados Unidos é um alerta para o Brasil

Imbróglio envolvendo eleição e invasão ao Congresso chamaram a atenção do mundo, advogados e historiador alertam brasileiros para riscos em 2022

U.S. Department of Homeland Security (DHS)
No dia 6, o Capitólio foi alvo da invasão de 'trumpistas' No dia 6, o Capitólio foi alvo da invasão de 'trumpistas'

Repórter Bruna Lage
O comportamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a atenção do mundo. Após perder a eleição para o democrata Joe Biden, o republicano questionou a validade do pleito, pediu recontagem dos votos e convidou apoiadores a andar até o Capitólio, sede do congresso do país. Na quarta-feira (6), uma invasão de “trumpistas” foi noticiada por veículos de comunicação do mundo inteiro.

Líderes das principais nações condenaram os atos de violência, que resultaram na morte de cinco pessoas. No Brasil, onde um novo líder será escolhido em 2022, profissionais do Direito e um professor de História avaliam a possiblidade de um cenário como esse se repetir por aqui.

O advogado, escritor e professor universitário Hiltomar Martins Oliveira recorda que, em meados de 2020, Trump começou a emitir mensagens de que poderia haver fraudes nas eleições. “O Congresso americano, uma vez que a epidemia da covid-19 não apresentava sinais de diminuir, resolveu, então, autorizar o voto pelos Correios de uma forma bem mais ampla. Somente o tempo poderá dizer sobre o acerto dessa decisão, mais inicialmente, ela não foi devidamente acautelada, pois nunca houve no país um processo eleitoral autorizando o voto pelos Correios tão ampliado”, aponta.

Vieram as eleições e, como anunciado, Trump não aceitou o resultado e partiu para as medidas legais para anular o pleito, sem provas de que havia ocorrido fraude, mas não obteve êxito. Para o advogado, pode-se afirmar que os últimos episódios políticos nos Estados Unidos podem servir de alerta para o Brasil.

“Há variáveis que, seguramente, influirão nas decisões a serem tomadas a respeito. Acredito que a principal delas decorre das consequências do enfrentamento da epidemia no Brasil. Não se pode desconsiderar que o pivô do questionamento do resultado das eleições americanas por Trump se deveu ao uso maciço do voto pelos Correios. Assim, essa deve ser a nossa fonte de preocupação, guardadas as devidas proporções entre os dois processos eleitorais, que são muito diferentes. Deve-se acender a luz amarela”, alertou Hiltomar.
Arquivo DA
Para Hiltomar, guardadas as devidas proporções, deve-se acender a luz amarelaPara Hiltomar, guardadas as devidas proporções, deve-se acender a luz amarela


Outro lado

Hiltomar pondera que o Brasil já registrou mais crises políticas e institucionais do que os Estados Unidos e, no entanto, o país não se desuniu e manteve-se a integridade da federação. Segundo ele, basta relembrar que tivemos, nos últimos 30 anos, dois processos de impeachment em que os presidentes foram considerados culpados e a sucessão teve que se realizar.

Democracia em risco

Advogado, especialista em Direito Processual e em Ciência Política, Jonair Cordeiro pontua que há muitos líderes populistas, tanto de direita quanto de esquerda, que tentam agir contra a democracia de seus países. “Trump somente está seguindo uma cartilha internacional e fica o alerta para nós brasileiros. Nós estamos no mesmo caminho. O presidente Jair Bolsonaro fez uma ameaça à nação, ameaça aos demais poderes e às instituições democráticas. Isso não pode ser tolerado. Essa medida tem que ser rebatida com muita veemência”, alertou.
Arquivo pessoal
Jonair Cordeiro:  'O grande problema é que hoje, com as mídias sociais, o insano não fica sozinho, ele arruma adeptos, arruma seguidores que saem propagando as mesmas sandices que disse o presidente'Jonair Cordeiro: 'O grande problema é que hoje, com as mídias sociais, o insano não fica sozinho, ele arruma adeptos, arruma seguidores que saem propagando as mesmas sandices que disse o presidente'

Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o voto impresso na quinta-feira (7) para seus apoiadores. Para ele, sem voto impresso, o Brasil vai ter “problema pior que os Estados Unidos”, se referindo à invasão do Congresso americano.

“Isso é uma insanidade, as urnas eletrônicas existem no Brasil há várias eleições. Já elegeram os prefeitos desse país, cinco mil e tantos a cada vez, governadores, presidentes da República. Inclusive é a primeira vez que um eleito diz que o sistema que o elegeu não funciona. É uma insanidade, completa e total, e o grande problema disso é que hoje, com as mídias sociais, o insano não fica sozinho, ele arruma adeptos, arruma seguidores que saem propagando as mesmas sandices que disse o presidente do Brasil”, lamentou Jonair.

Sistema democrático forte



O professor de História, Breno Martins Zeferino, lembra que historicamente, no Brasil, é possível citar pelo menos um momento de maior destaque em que a oposição contestou a vitória de um presidente.

“Foi em 1950, quando Vargas foi eleito pela primeira vez, lembrando que entre 1930 e 1945 ele não foi eleito, se tornou presidente por meio de manobras políticas. Eleito mesmo só em 1950. Naquela ocasião, ficou com 48,7% dos votos e a oposição reivindicava que fosse empossado se tivesse maioria absoluta, ou seja, 50% mais um. Mas acabou sendo empossado assim mesmo”, relembra.
Álbum pessoal
Para Breno, o sistema democrático brasileiro deu sinais de solidez e resistênciaPara Breno, o sistema democrático brasileiro deu sinais de solidez e resistência

Segurança

Para Breno, o sistema democrático brasileiro, por mais recente que seja, deu sinais de solidez e resistência de que as instituições prevalecem, mas é preciso que haja equilíbrio de poder entre elas.

“Sem defender partido x ou y. Esse voto colocou o atual presidente no poder, o prefeito de Ipatinga, o de Governador Valadares, elegeu os quatro presidentes antecessores. O mais importante é garantir um voto seguro, bem auditado, para que não haja risco de contestação e nem fraude, como tem sido desde a implantação da urna eletrônica, em 1996. Não há indícios de fraude sistemáticas nesse processo, apesar de discursos aqui e ali, acredito que o sistema democrático brasileiro é muito forte e tem sido fortalecido desde 1996”, conclui.
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Comentários

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Patriota Sem Partido

11 de janeiro, 2021 | 09:03

“Sr. Daniel, no Brasil, quem está sempre tentando chegar ao poder "fora dos processos legais" (eleições livres e pluripartidarismo?) são as chamadas direitas. Exemplos significativos a partir do golpe da Proclamação da República: Revolução de 1930, Estado Novo (1937-1945), Deposição de Vargas em 1945, Golpe de 1964 ou Ditadura Civil-Militar (1964-1985) e Deposição da Dilma em 2016. As direitas dão golpes nelas mesmo. O AI-5, de 13/12/1968, uma sexta-feira, é considerado pelos historiadores como um dos mais importantes "Golpes dentro do golpe". Segundo Mário Magalhães, autor de "Marighella", os golpes "são como coelhas: gestam um filhote atrás do outro".”

Daniel Florentino de Souza

10 de janeiro, 2021 | 16:47

“Bolsonaro tem razão.esquerda de novo só se for fora dos processos legais.”

Gildázio Garcia Vitor

10 de janeiro, 2021 | 12:51

“Tenho uma grande admiração e respeito muito o conhecimento do Professor Breno, com quem tive a honra de trabalhar por um curto período na E. E. Laura Xavier Santana, do Bairro BJ, mas não concordo quando ele afirma que "o sistema democrático brasileiro é muito forte", isto porque os partidos políticos, inclusive os de esquerda, têm interesses maiores que a preservação do Estado Democrático (e) de Direito. Basta analisar os atuais "conchavos" para a eleição da Presidência da Câmara e do Senado.”

Paulo Cesar

10 de janeiro, 2021 | 10:43

“Carlos Roberto foi de uma precisão cirúrgica ao definir o presidente do brasil (minúsculo). Resta saber quando o povo brasileiro deixará de ser cabestrado principalmente por falsos pastores e acreditar também nas destruições de reputação de pessoas com falsas notícias tão usado na campanha presidencial. Por falar em campanha presidencial, bolsominion vai uma mamadeira de pi...... Aí?”

Carlos Roberto

09 de janeiro, 2021 | 09:42

“BOÇALNARO
UM PRESIDENTE DE EXTREMA
Extrema direita
Extrema pobreza
Extrema ignorância
Extrema burrice
Extrema incompetência
Extrema idiotice
Extrema boçalidade
Extrema canalhice
Extrema mentira
Extrema maldade
Extrema bizarrice
Extrema arrogância
Extrema picaretagem
Extrema malandragem
Extrema frivolidade
Extrema inaptidão
Extrema covardia
Extrema feiúra
Extrema falta de caráter
Extrema irônia
Extrema fraude
Extrema molecagem
Extrema maluquice
Extrema agressividade
Extrema truculência
Extrema malevolência
Extrema birra
Extrema chatice
Extrema cólera
Extrema fraqueza
Extrema vigarice
Extrema brutalidade
Extrema inexperiência
Extrema presunção
???...você pode acrescentar mais desqualidades desta porqueira enviada sabe-se-lá de que região do inferno, se quecesva lá, pois com todos estes agravantes, nem as trevas teria lugar para esta mula sem cabeça. Imbatível, ele vai para o Guinness Word Records. E nós, pobres mortais brasileiros, estamos comendo o pão que a igreja evangélica amassou, temperos com mentiras e assou  nós fornos das heresias. Aleluia?”

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