08 de janeiro, de 2021 | 15:45

Butantan e Fiocruz pedem à Anvisa uso emergencial de vacinas

Anvisa tem dez dias para avaliar os pedidos feitos nesta sexta-feira

Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu nesta sexta-feira (8) dois pedidos de autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, de vacinas contra a covid-19 no Brasil. Os pedidos foram feitos pelo Instituto Butantan, que conduz no país os estudos da Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que conduz no Brasil os estudos do imunizante desenvolvido pela biofarmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido.

A Anvisa tem dez dias para avaliar os pedidos, descontando eventual tempo que o processo possa ficar pendente de informações, a serem apresentadas pelos laboratórios. A análise para o uso emergencial será feita por uma equipe multidisciplinar, que envolve especialista das áreas de registro, monitoramento e inspeção, destaca a agência.

Fiocruz
O pedido feito pela Fiocruz é para o uso de 2 milhões de doses de vacinas que devem ser importadas do laboratório Serum, sediado na Índia. O laboratório é um dos fabricantes da vacina da AstraZeneca. De acordo com o Itamaraty, as doses começam a chegar ao Brasil ainda neste mês de janeiro.

Em agosto, o governo brasileiro já havia comprado 100 milhões de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca por R$ 1,9 bilhão

Eficácia
A vacina de Oxford/AstraZeneca tem eficácia que varia de 62% a 90%, dependendo da dosagem aplicada, aponta estudos. Os resultados preliminares levam em consideração testes feitos no Reino Unido e no Brasil.

A eficácia ficou em 90% quando os participantes receberam meia dose da vacina e, um mês depois, uma dose completa. Quando foram aplicadas duas doses completas, também com um mês de diferença entre elas, a eficácia caiu para 62%.

A proteção ocorre a partir de 14 dias da aplicação da segunda dose da vacina. Segundo a AstraZeneca, nenhum caso grave da doença foi relatado nos participantes que receberam o imunizante.

Já a Coronavac, segundo divulgado na quinta-feira (7) pelo Governo de São Paulo e Instituto Butantan, atingiu índice de eficácia de 78% para os infectados que apresentaram casos leves ou precisaram de atendimento ambulatorial e 100% de eficácia contra casos graves e moderados.

Aquisição da vacina
Na quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a assinatura de contrato com o Instituto Butantan para adquirir até 100 milhões de doses da vacina CoronaVac para este ano.

O contrato envolve a compra inicial de 46 milhões de unidades, prevendo a possibilidade de renovação com a aquisição de outros 54 milhões de doses posteriormente. Esse modelo foi adotado pelo ministério pela falta de orçamento para comercializar a integralidade das 100 milhões de doses.
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