19 de dezembro, de 2020 | 15:20

Redução do pó-preto em Ipatinga poderá chegar até 35% em 2021

O Ministério Público e a Usiminas ajustaram acordo para estabelecer metas de redução da contribuição da empresa no acúmulo de partículas sedimentáveis, conhecidas como “pó-preto”, no último dia 18, informou a 9ª Promotoria de Justiça de Ipatinga.

O ajuste é um desdobramento do TAC firmado em outubro de 2019, pelo qual a Usiminas comprometeu-se a criar uma rede permanente de monitoramento de partículas sedimentáveis e tomar medidas para diminuição das emissões, com resultados efetivos.

Pelas metas firmadas nesta data, a empresa deverá, no ano de 2021, diminuir sua contribuição para o acúmulo do “pó-preto” em, no mínimo 35% no Bairro das Águas, 30% no bairro Cariru e 25 % nos índices das demais estações de monitoramento da cidade. Caso não atingidas as metas, a empresa incidirá em multa de até R$ 7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos mil reais) por bairro, detalha o MP.

No novo acordo, a empresa aceitou ainda a proposta do Ministério Público de ampliar a rede de monitoramento das partículas, que, a partir de 2021, passará a ter três novas estações a serem instaladas nos bairros Bela Vista, Horto e Iguaçu.

O promotor de Justiça Rafael Pureza informou que as metas estabelecidas para redução em 2021 foram bastante significativas e deverão ser suficientes para que a população perceba alguma melhora em breve. Esclareceu ainda que, até o fim do ano de 2021, serão estabelecidas as metas plurianuais definitivas para redução contínua da emissão do pó-preto até que se alcance o patamar tolerável permitido pelas normas. Segundo o Promotor de Justiça, a população é o melhor termômetro da questão e tem participação fundamental na solução do problema.

Usiminas reforça seu compromisso
Em nota enviada ao Diário do Aço, a Usiminas informa que, em mais uma etapa do compromisso assumido com a comunidade de Ipatinga e Ministério Público, definiu junto à promotoria de Meio Ambiente metas para a redução da taxa de deposição de partículas sedimentáveis em alguns bairros da cidade. A redução do material deverá ocorrer ao longo do próximo ano e será mensurada pela rede de monitoramento específica instalada na cidade.

Desde o final de 2019, a Usiminas afirma que vem adotando uma série de medidas para reduzir a dispersão do material. Entre outras ações, a companhia instalou oito canhões de névoa na Usina, adotou a aplicação de polímeros nas pilhas de matérias primas e realizou o enclausuramento de equipamentos com maior potencial emissor. Também está sendo realizada a revitalização do cinturão verde da Usina, além de reforços na varrição mecânica e na umectação de vias internas. "A Usiminas, em ação proativa, também investiu na instalação de uma Central de Monitoramento de toda a Usina e em uma rede automática de monitoramento de particulado, iniciativa pioneira na indústria siderúrgica. Os equipamentos permitem o acompanhamento em tempo real das operações e a rápida correção de eventuais anormalidades. Todas essas ações refletem a visão de sustentabilidade da Usiminas e reforçam a relação de diálogo e parceria com as comunidades, construída ao longo de seus 58 anos de operação", concluiu a nota.