07 de dezembro, de 2020 | 16:00

Agora vai?

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Fora de campo, a semana que passou foi um desastre para o Cruzeiro, com troca de farpas e acusações entre dirigentes, conselheiros, enfim, o eterno balaio de gatos em que se transformou a política interna do clube, fato que o levou à situação atual, atolado em dívidas até o pescoço, sem sequer conseguir honrar compromissos essenciais como o pagamento do salário dos jogadores e funcionários, que já beira três meses de atraso.

Mas dentro de campo, graças ao trabalho do técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, pode-se dizer que o Cruzeiro teve uma semana praticamente perfeita, após o inesperado vexame que foi a derrota para o Confiança, dentro do Mineirão.

As duas vitórias em sequência, no clássico contra o América e sobre o Brasil de Pelotas (RS), com direito a gol de placa de Rafael Sóbis, do meio de campo, o gol que Pelé tentou e não conseguiu fazer, deixaram o torcedor celeste entusiasmado de novo e sonhando com a desejada sequência de vitórias que poderá levar o time de volta à Série A ainda nesta temporada.

Pra baixo
Um empate com sabor de derrota e outra decepção para o torcedor do Galo, que deixou escapar a chance de se aproximar do São Paulo para continuar brigando na cabeça pela liderança e o título do Campeonato Brasileiro.

O gol do Internacional, que decretou o empate de 2 a 2, no finalzinho da partida, resultou de lambanças do volante Allan e do zagueiro Réver e deixou o Atlético com 43 pontos, quatro a menos que o tricolor paulista, que ainda fará nesta quarta-feira, em casa, um jogo atrasado contra o Botafogo, um dos piores times da competição.

O técnico Jorge Sampaoli surpreendeu novamente, ao colocar em campo uma zaga em tese mais sólida, formando um trio com Gabriel, ao lado de Igor Rabelo e Réver, o que de nada adiantou, pois os dois últimos destoam do restante do time.

O próximo jogo do Galo será no sábado, às 17h, contra um adversário encardido, o Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba, onde o “Furacão” é um osso duro de roer.

Para piorar a situação, a grave contusão muscular do volante Jair, que pode afastá-lo provavelmente pelo que resta do ano, irá causar sérios prejuízos ao time. Definitivamente, o vento mudou de direção e o pão do Galo passou a cair virado sempre com a manteiga para baixo.

FIM DE PAPO
• Lentidão, má colocação em campo, falta de impulsão, são características comuns da dupla de zagueiros Igor Rabelo e Réver. Qualquer adversário do Atlético, tendo os dois na zaga, já sabe onde é o caminho das pedras. São incontáveis as falhas dessa dupla que acabaram resultando em pontos perdidos e afastaram o Atlético de ter maiores chances para conquistar o tão sonhado título. O único que se salva nesta zaga atleticana é o paraguaio Junior Alonso, que estava suspenso e não pode jogar contra o colorado gaúcho.

• Diante de mais este fracasso, somados aos pontos perdidos para times que estão brigando apenas contra o rebaixamento, casos do Botafogo, Athletico-PR, Fortaleza, Bahia, Fluminense e Sport, o torcedor alvinegro pode ir se preparando para continuar na fila sem conquistar o principal título nacional, que já dura 49 anos. Dos 14 jogos que ainda restam, oito serão disputados fora do Mineirão, onde o desempenho da equipe não é nada bom. Sampaoli e seus jogadores vão cruzar os bigodes fora de casa com Athletico-PR, São Paulo, Bragantino, Grêmio, Vasco, Goiás, Fluminense e Sport. Se mantiver essa mesma toada, uma vaga na fase de grupos da Libertadores de 2021 já será visto como um grande feito.

• O Cruzeiro agora está a nove pontos do primeiro clube do G-4, o Cuiabá, que tem 43 pontos ganhos. E é inevitável a lembrança dos seis pontos perdidos, devido à punição imposta pela Fifa pelo não pagamento de uma dívida. Com eles, a situação do Cruzeiro seria hoje bem mais tranquila. Mas o importante para o torcedor celeste, agora bem mais confiante e animado com o futebol apresentado pelo time, é ver a busca do acesso à Série A tornar-se real ainda este ano.

• O time celeste vai agora cumprir dois compromissos fora, contra o CRB, em Maceió (AL), e o Vitória, em Salvador (BA). O aproveitamento nos jogos fora de casa tem sido excelente, portanto, nada impede que consiga duas vitórias e se aproxime ainda mais do G-4. Felipão não mudou o discurso, continua moderado e falando apenas em não ser rebaixado este ano. Se essas duas vitórias vierem terá que virar o disco e finalmente falar o que todo torcedor cruzeirense quer ouvir, a palavra “acesso” já. (Fecha o pano!)
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