04 de dezembro, de 2020 | 19:50

Golpe da portabilidade faz vítimas no Vale do Aço

Entenda como golpistas enganavam idosos no Vale do Aço e acabavam fazendo mais um empréstimo em nome dos aposentados

A Polícia Civil prendeu essa semana três investigados como suspeitos de participarem no “golpe da portabilidade”. Eles estariam lesando pessoas que têm empréstimos junto a bancos ou financeiras ao prometerem reduzir a dívida por meio da portabilidade do débito com outro banco. Pelo menos 13 contratos foram encontrados com os detidos pela Polícia Civil em um hotel de Coronel Fabriciano.

A delegada Joana Darc Temponi informou na manhã dessa sexta-feira (4), em entrevista à imprensa, que o número de vítimas pode ser bem maior que os os 13 contratos encontrados com os investigados. O alvo seriam preferencialmente pessoas idosas e que recebem aposentadoria. A descoberta do golpe ocorreu depois que um aposentado, de 62 anos, procurou a Polícia Civil para denunciar que pode ter sido lesado.

Essa vítima foi procurada por D.M., de 21 anos, que se apresentou como funcionário de um banco e que iria fazer a portabilidade da dívida que o aposentado tinha com outra instituição. O golpista, de posse dos dados dos documentos do aposentado, conseguiu transferir para a conta do idoso o R$ 21.696,69.

Este aposentado desconfiou quando o funcionário disse que teria que transferir este dinheiro para outro banco. A vítima contatou um policial civil que, ao saber da situação, ligou o fato às pessoas que procuraram a delegacia nos últimos dias para denunciar que foram lesadas por estelionatários com empréstimos realizados sem a autorização delas.

A equipe da PC conseguiu localizar onde estavam os suspeitos, em um hotel de Coronel Fabriciano. Eles estavam hospedados no local havia 45 dias. Nos quartos foram encontrados cadernos, contratos, cartões bancários e outros objetos utilizados no suposto esquema de empréstimo. Além do jovem D.M., foram presas J.S., de 24, e B.C.S., de 23 anos, que estariam participando do golpe.

Vítimas são enganadas e ficam devendo mais um empréstimo

A delegada Joana Darc reforçou que nenhum funcionário de banco vai até às casas das pessoas para fazer empréstimos, sem a autorização delas. Ela alertou que as vítimas, na verdade, ao fazerem a tal portabilidade, na verdade estavam contraindo um outro empréstimo consignado. “A vítima ficava com a outra dívida, a antiga, e contraía mais uma outra, sem saber”, comentou ao apresentar o caso.

A delegada da PC solicitou às vítimas do golpe que procurem a delegacia para fazer a representação com o objetivo de ter mais provas no inquérito aberto para investigar o caso. Os suspeitos negaram, inicialmente, que estariam lesando as vítimas e informaram que trabalham para uma empresa sediada na cidade do Rio de Janeiro. O caso ainda está em investigação.