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12 de novembro, de 2020 | 05:56

Apagão elétrico no Amapá foi provocado por superaquecimento, aponta laudo

Dos três transformadores na estação, um pegou fogo e sobrecarregou o segundo, que acabou danificado e o terceiro já não estava funcionando

Com informações de Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
Divulgação MME
Transformador parou por superaquecimento, aponta laudo Transformador parou por superaquecimento, aponta laudo

Um laudo preliminar realizado no transformador que pegou fogo em uma subestação em Macapá detectou que o incêndio teve início após uma peça do equipamento superaquecer. Esse mesmo laudo descarta que foi o raio o causador da avaria do transformador. Além disso, o para-raios do local não acusou nenhuma anormalidade. O incêndio provocou um apagão em 13 das 16 cidades do estado, afetando cerca de 700 mil pessoas.

“O perito emitiu uma constatação informando que o problema ocorreu em uma das buchas do transformador, houve um superaquecimento, e isso gerou o incêndio. E esse incêndio foi contido pelo corpo de bombeiros do estado.

Na empresa não havia uma guarnição que pudesse conter o fogo”, informou a delegada Janeci Monteiro, da Polícia Civil do Amapá, em coletiva realizada hoje (11). Dos três transformadores no local, um pegou fogo e sobrecarregou o segundo, que acabou danificado. O terceiro já não estava funcionando.

Segundo a polícia, haverá outro laudo mais detalhado, com informações mais precisas, que ainda estão sendo apuradas. A polícia abriu investigações para verificar se o incêndio foi provocado por ação humana. Essa suspeita levou a polícia a cumprir mandados no escritório da empresa responsável pela subestação. Também o Ministério Público Federal instaurou um inquérito para apurar responsabilidades no apagão.

Eleições adiadas em Macapá
Com a capital tomada por protestos, a Justiça Eleitoral do Amapá pediu nessa quarta-feira (11) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o adiamento das eleições municipais em Macapá. Em ofício enviado à Corte, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) diz a falta de luz na capital está provocando ações de vandalismo. O primeiro turno está previsto para domingo (15) e seria mantido nas demais cidades do Amapá, onde há aparato policial suficiente para garantir a segurança.

O pedido foi acatado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, por volta de meia noite de quarta-feira.
Reprodução
Amapá faz fronteira com a Guiana Francesa, Suriname e divisa com o ParáAmapá faz fronteira com a Guiana Francesa, Suriname e divisa com o Pará

Empresas privadas

A empresa responsável pela transmissão de energia no Amapá é a Linhas de Macapá Transmissora de Energia, que pertence ao grupo Gemini, e que comprou a Isolux, empresa que prestava o serviço anteriormente. Caso seja comprovada a responsabilidade da empresa, ela poderá responder pelo crime de atentado à segurança ou ao fornecimento de serviço público. A pena é de um a cinco anos de reclusão, além de reparação civil.

O apagão deixou praticamente todo o estado sem energia por cerca de 80 horas. Após esse primeiro momento, a luz começou a ser distribuída, mas de forma insuficiente. Regiões ficam por algumas horas com luz e depois ela é cortada, para que outras regiões passem a receber luz. Mas os moradores reclamam que o rodízio está sendo feito de forma desigual, com alguns locais recebendo energia por mais tempo que outras.

Investigação policial

Em relação aos pontos levantados pela Polícia Civil do Amapá, a Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) divulgou que tem a esclarecer que estava operando de acordo com o contrato vigente e a anuência dos órgãos reguladores; que as causas do acidente estão sendo investigadas pela empresa e pelos órgãos competentes e ainda não há como esclarecer a origem do problema; e que as medidas de contenção respeitaram todas as normas, tendo evitado, inclusive a propagação do fogo para os demais equipamentos da subestação.

A LMTE também disse que não tomou conhecimento de nenhuma acusação formal ou processo judicial sobre supostas alegações de atentado ao serviço público e bloqueio de bens da empresa.
O Ministério Público Federal instaurou um inquérito para apurar responsabilidades no apagão (Foto: Rudja Santos/Amazônia Real/Divulgação)O Ministério Público Federal instaurou um inquérito para apurar responsabilidades no apagão (Foto: Rudja Santos/Amazônia Real/Divulgação)

Solução estatal para a crise



A Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, assumiu o suprimento emergencial de energia no Amapá. A portaria foi publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em edição extraordinário do Diário Oficial da União (DOU), no dia 6.

As Forças Armadas auxiliam na logística. Uma aeronave KC-390 da Força Aérea Brasileira saiu da base aérea de Boa Vista (RR) e foi para Manaus (AM), onde teve embarcados quatro geradores que foram levados para Macapá.

Segundo a portaria, as despesas para implantação, operação e abastecimento dos geradores serão cobertos por meio de encargos setoriais previstos para casos de restrição da operação no Sistema Interligado Nacional (SIN). Os valores precisarão ser aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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