11 de novembro, de 2020 | 14:36

Diferença geracional: professores x alunos

Fabiana Kadota Pereira *

As diferenças entre professores e alunos sempre existiram e vão muito além dos papéis “mestre” e “aprendiz”. A reforma trabalhista prorrogou a permanência do professor na sala de aula e os avanços tecnológicos, tendo como consequência as novas metodologias que aumentaram os desafios a serem enfrentadas pela docência.

Professores mais velhos, que podem apresentar uma diferença de três, quatro ou até cinco décadas em relação a idade de seus alunos, sofrem ainda mais na aproximação e compreensão dos conteúdos, metodologias, tecnologias, comportamento, linguagens e interesses.

Os conflitos são inevitáveis: alunos agitados, ansiosos, questionadores e muitas vezes sem limites, em contraponto a professores educados tradicionalmente. A convivência pode se tornar insustentável. Um professor exausto, no seu limite físico e mental, pode gerar um cenário de caos: cenas de conflitos, desgastes e pouco aprendizado. Um ambiente de enfrentamento, onde o processo de ensino/aprendizagem fica em segundo plano.

Como preparar o campo da aprendizagem com tantas diferenças? Sem dúvida um dos grandes desafios do milênio: o inevitável encontro entre diferentes gerações. Como preparar os jovens e adultos para este desafio? Como encontrar o equilíbrio entre os saberes, os contextos e os interesses?

Ser professor, nas próximas décadas, é descobrir constantemente na própria experiência a habilidade do fazer, ensinar e aprender. Apostar na capacidade de se reinventar e aceitar o novo sem perder a essência da docência. As novas gerações estão em acelerada transformação. Tudo se conecta, se faz e desfaz com extrema rapidez e facilidade.
De um lado, temos o imediatismo e a irreverência do jovem aluno sendo interpretados como desinteresse; na outra ponta encontramos um professor com 20, 25 ou 30 anos de docência por vezes desmotivado e pouco disposto a se adaptar ao novo.

Há solução? O primeiro passo deve ser o incentivo e a realização de programas de formação continuada que tenham como foco a mudança destes paradigmas, mostrando que neste novo processo de ensino/aprendizagem não existe o certo ou o errado, mas sim o adequado.

* Especialista em Recreação e Lazer; professora nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter
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Comentários

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Tião Aranha

11 de novembro, 2020 | 16:36

“Em qualquer ofício, tem que procurar ser doutor naquilo que faz. Infelizmente o prof. não é tratado como profissional. Tá mais como missão do ato de ensinar. O professor é a mais importante peça de engrenagem do desenvolvimento de qualquer grande nação. Eu disse qualquer grande nação. Quem está ensinando tb está aprendendo. Como jardineiro, e a vida um grande jardim, plantemo-nos as sementes e regando-as todos os dias com bastante carinho - porque cada dia é apenas uma importante linha da jornada desta que é a grande página da vida - mesmo sabendo que a morte pode levar-nos a qualquer momento - antes de vermos mesmo o rebento da flor - desse dia tão almejado que 'já é tarde demais'. Temos sempre que recomeçarmos. Infelizmente a Educação não faz parte de nenhum processo de independência deste país. A Escola, aqui, não acompanha a evolução do mundo, pois cada professor vence os seus 30 anos trabalhados, saindo e entrando da mesma escola de 50 anos atrás. O que falta é vontade política.”

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