Expo Usipa 2024 02 - 728x90

10 de novembro, de 2020 | 09:00

Uso inadequado do solo ainda ameaça vazão do ribeirão Ipanema

Divulgação
Diagnóstico da vazão hidrológica da bacia hidrográfica é realizado desde o ano de 2017Diagnóstico da vazão hidrológica da bacia hidrográfica é realizado desde o ano de 2017

O Instituto Interagir em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais desenvolve o projeto intitulado Mapa da Mina, que tem como uma de suas funções a medição e monitoramento de vazão do ribeirão Ipanema nas estações do ano, atividade de extrema importância para conservação e preservação dos recursos hídricos. A poluição hídrica tem alcançado níveis alarmantes, interferindo diretamente na bacia hidrográfica. Diante deste cenário, quantificar o volume da água por meio da medição de vazão é de suma importância para caracterização do regime hidrológico, como explica o geógrafo e diretor do Instituto, Alessandro de Sá.

“Atualmente o monitoramento ocorre em dez pontos principais de medição na microbacia, do ribeirão Ipanema: Taúbas, Tribuna, Ipanemão, Ipaneminha, calha inicial, calha final, Morro Escuro, Pedra Branca, Córrego dos Becas e Bom Jardim. Utiliza-se o método flutuador que consiste em determinar a velocidade de deslocamento de um flutuante, medindo quantidade de tempo utilizado para o seu deslocamento em um espaço estimado. Por meio dessas velocidades é possível constatar a vazão mediante a fórmulas matemáticas”, explica.

Conforme explicou o geógrafo, os resultados obtidos com o transcorrer do projeto demostram que a vazão hidrográfica tem diminuído gradativamente, gerando efeitos negativos em toda bacia hidrográfica. “Contudo, vale ressaltar o papel da preservação e proteção de nascentes, que abastecem cursos d’água e que abastecem rios. Assim, quanto maior a conservação diminui o risco de escassez hídrica afetando todos seres vivos”, pondera.

O diagnóstico da vazão hidrológica da bacia hidrográfica do ribeirão Ipanema é realizado pelo Programa Mapa da Mina desde o ano de 2017. Sendo uma atividade permanente, sem data de término, diante da necessidade de monitorar o principal curso de água do município e suas resultantes do uso de solo durante toda a bacia. Com o passar do diagnóstico e do monitoramento da vazão, foi identificado que apresentam índices preocupantes nos períodos de amostragens.

“Muitas são as causas ao longo da bacia, como uso inadequado do solo nas áreas de preservação permanente de nascentes e matas ciliares e em áreas de recargas; período de precipitação irregular, com chuva mais concentrada e pouco distribuídas no período de verão; poucos projetos de intervenção no âmbito da bacia hidrográfica para intervenções de recargas de aquíferos e assim possibilitando maior oferta hídrica nas sub-bacias do ribeirão Ipanema”, exemplifica Alessandro.

Segundo o profissional, foram identificados até o momento a ineficiência da gestão pública na resolução de políticas públicas voltadas para as questões hídricas da bacia hidrográfica do município. O projeto Mapa da Mina tem toda parte técnica e financeira acompanhada pela CeMais (Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais) por meio da plataforma Semente.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário