09 de novembro, de 2020 | 11:59

Sapeca do Galo

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Nem o mais otimista dos atleticanos esperava ver uma exibição como a mostrada pelo time no último domingo, quando o Galo passou por cima do Flamengo, no Mineirão, enfiando um ‘sapeca iaiá’ de 4 x 0 no atual campeão brasileiro e do continente.

Apontados como favoritos ao título, Atlético e Flamengo vinham enfrentando problemas comuns, devido à falta de ajustamento defensivo em seus esquemas táticos. A média de gols sofridos pelo Galo, por exemplo, é de 1,27 por jogo, uma das piores entre todos os integrantes do G-6 e de todos os participantes da competição. A média do Flamengo é ainda pior, atingindo agora 1,45 por partida, e o rubro-negro só não teve a sua rede vazada em quatro partidas das 20 disputadas.

O técnico argentino, Jorge Sampaoli, teve humildade para reconhecer as deficiências de sua equipe e fazer - com inteligência - as correções defensivas necessárias. O time entrou com três zagueiros e optou por dar a posse de bola ao Flamengo, que ficou quase 80% com ela nos pés. Foi mesmo esquema adotado pelo Galo no turno, quando venceu de 1 x 0, no Maracanã.

Deu certo
O técnico Jorge Sampaoli mudou radicalmente o jeito habitual de jogar do time atleticano, e deu tudo certo, com a equipe fazendo dois gols em oito minutos, desarticulando totalmente a capacidade de reação do Flamengo.
Foi, sem dúvida, uma das melhores partidas do Galo desde a chegada do argentino Sampaoli e sua comissão técnica, sem haver falhas individuais bisonhas, como as que vinham acontecendo antes e comprometiam o resultado.

Dois jogadores bastante criticados, Guga e o goleiro Everson, fizeram boas partidas. O goleiro, inclusive, salvou a equipe de levar gols fazendo duas defesas difíceis, além de mostrar a sua habitual capacidade de jogar bem com os pés.

O Galo subiu para o 2º lugar, um ponto atrás do líder Internacional, mas com um jogo a menos. O Flamengo caiu para o 3º lugar e vive agora um inferno astral, com críticas e pressão cada vez maiores sendo feitas sobre o trabalho do técnico catalão, Domènec Torrent.

FIM DE PAPO
• Todos os jogadores do Galo atuaram bem, mas alguns merecem destaque. Sasha, pelos dois gols marcados e a movimentação constante, confundindo os zagueiros rubro-negros. Igor Rabelo, zagueiro lento de natureza, desta vez não perdeu uma disputa de bola sequer. Mas quem mais infernizou a defesa carioca foi o venezuelano Savarino, autor de assistências e jogadas de velocidade que abriram espaço para os companheiros. Allan lembrou a sua passagem pelo Fluminense, onde se destacou por marcar firme e ter eficiência nas saídas de bola alimentando o ataque.

• O chileno Eduardo Vargas, novo atacante contratado a pedido de Sampaoli, poderá estrear contra o Corinthians no sábado, em São Paulo. Ele assistiu a goleada de camarote, no Mineirão, e deve ter gostado do que viu. Vargas completa 31 anos de idade no próximo dia 20.

Ele mede 1,75m, só dez centímetros a mais do que Sampaoli. Tem um perfil estranho, pois joga melhor na seleção de seu país do que nos clubes por onde passou. Sua média de gols no geral é baixa, 0,21 por partida, ou um gol a cada 4,5 jogos. Mas, estando sob o comando do argentino, sua média atingiu 0,6 por partida, ou um gol a cada jogo e meio.

• Agitado por natureza, Jorge Sampaoli também viu o “massacre” do seu time de um camarote, suspenso pela segunda vez neste Brasileirão. Muitos torcedores defendem que ele continue longe da beira do gramado, o que é uma grande bobagem. Assim como teve humildade para mudar o esquema tático e proteger a defesa da sua equipe, tomara que ele se convença da necessidade de ser menos resmungão à beira do gramado, evitando assim eventuais conflitos desnecessários com as arbitragens.

• E os problemas com o retorno das competições, em meio à pandemia da Covid-19 continuam acontecendo. Agora a CBF incluiu jogadores com sintomas de Covid, lesionados e suspensos em uma lista do São Bento, para garantir o mínimo de jogadores e realizar uma partida do Brasileiro da Série C.

O time paulista só teve 12 atletas para enfrentar o Criciúma, sendo um machucado, quando o mínimo previsto na diretriz divulgada pela entidade para a Covid é de 13 atletas. O São Bento foi mais um clube do Brasileiro atingido pelo surto de Covid. Só Jesus na causa! (Fecha o pano!)
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