08 de novembro, de 2020 | 10:00

Chefe do cartório de Ipatinga ressalta confiabilidade das urnas eletrônicas

Tiago Araújo
Leonardo Souza salientou que, até o momento, não foi comprovado registro de fraudes envolvendo urnas eletrônicas Leonardo Souza salientou que, até o momento, não foi comprovado registro de fraudes envolvendo urnas eletrônicas
(Tiago Araújo - Repórter do Diário do Aço)
Com a aproximação das eleições municipais, que serão realizadas no próximo domingo (15), um tema vem ganhando destaque nas discussões entre os eleitores, que é a confiabilidade das urnas eletrônicas. Um dos motivos recentes que contribuiu para aquecer esse debate foi a eleição presidencial nos Estados Unidos, que ainda utiliza o voto impresso em boa parte do seu território, sendo que o país é uma das maiores potências tecnológicas do mundo.

Em entrevista ao Diário do Aço, o chefe da 131ª Zona Eleitoral, Leonardo Souza, ressaltou a confiabilidade das urnas eletrônicas, que passaram a ser utilizadas nas eleições do Brasil a partir de 1996, com o intuito de evitar fraudes no processo eleitoral, que contava com cédulas impressas. “Toda a preparação das urnas eletrônicas é um processo que começa um ano anterior ao pleito, com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contratando empresas de Tecnologia da Informação para realizar testes dos softwares e aferição da sua confiabilidade. Em relação ao processo local, que cada zona eleitoral realiza, as urnas chegaram ao cartório no dia 17 de setembro e, desde então, vêm sendo trabalhadas no sentido de verificar a sua autenticidade e dos sistemas controlados pelo TSE”, afirmou.

Dados

Conforme Leonardo Souza, desde o dia 31 de outubro os cartórios eleitorais estão fazendo a geração dos dados das urnas, por meio de um sistema seguro, com o nome dos candidatos, partidos, coligações partidárias e dados dos eleitores (nome, local de votação, número do título de eleitor e dentre outros). “Esses dados, de maneira criptografada, são transferidos pela nossa rede segura e são inseridos na memória de resultado, que acompanham as urnas eletrônicas, e também nos cartões de memória, também conhecidos como ‘flash card’, que são armazenados dentro do equipamento. Após a preparação das urnas, os compartimentos delas são lacrados”, explicou.

Medidas

O chefe do cartório também salienta que a urna eletrônica funciona com um sistema em que não há interferência externa, ou seja, não é conectada com nenhum tipo de rede de internet, nem Wi-Fi ou via cabo. “Às 7h da manhã do dia da eleição ocorre a emissão da zerésima, que é um relatório que mostra que nenhum candidato ainda tem voto. Encerrado o período de votação, sob atenta fiscalização dos fiscais de partido, é emitido o boletim de urna que vem codificando todos os dados de voto de cada partido e de cada candidato, também os votos brancos e nulos”, citou.

Transmissão

Após a emissão do boletim de urna, a memória de resultado, que é uma espécie de pen-drive, é extraída do equipamento na presença da fiscalização e entregue ao cartório, juntamente com juízes, promotores eleitorais e representantes de partido. “Todos os dados são transmitidos pela nossa rede segura do sistema de informática e, por se tratar de eleição municipal, os votos são totalizados pela própria zona eleitoral do município. Com isso, dentre uma hora, já saberemos quem foi eleito”, explicou Leonardo.

Auditorias

Para reforçar a confiabilidade das urnas eletrônicas, Leonardo Souza informa que são realizadas duas auditorias nos equipamentos antes do período de votação. “A primeira auditoria é aquela realizada pelos tribunais regionais eleitorais, no sábado, onde são escolhidas, por meio de sorteio, uma urna da capital e quatro urnas do interior. O processo é público e pode ser acompanhado por qualquer interessado. E desde 2018, é realizada uma segunda auditoria com outras urnas, tanto da capital quanto do interior, que são escolhidas por sorteio. Esse processo é acompanhado por juízes, promotores eleitorais, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e representante de partidos. Após certificado de que não há nenhum voto na urna, é carregada e lacrada novamente”, detalhou.

Batalhão

Segundo o chefe do cartório eleitoral, após o lacre final de todas as urnas, no próximo sábado (14), será montada uma operação para transportar as urnas ao 14º Batalhão da Polícia Militar. “As urnas, sob forte escolta policial, serão transportadas e pernoitam dentro do 14º BPM, em ônibus lacrados. Por volta das 4h15 de domingo (15) começarão a ser distribuídas para as zonas eleitorais dos municípios de Santana do Paraíso, Bugre, Ipaba e Ipatinga”, detalhou.

Verificação

Leonardo Souza ainda acrescentou que nessa semana será feito outro processo de segurança, que é a verificação da data e hora das urnas eletrônicas. “Isso será realizado entre os dias 9 e 13 (segunda a sexta-feira). Vamos verificar se os equipamentos estão com o horário de Brasília e se a bateria está em condições de funcionar durante todo o período da eleição”, citou.

Confiabilidade

Ao comparar com as eleições presidenciais nos EUA, o chefe do cartório aponta que as urnas eletrônicas têm suas vantagens, como sua segurança e agilidade. “A urna eletrônica é uma invenção brasileira que vem sendo utilizada com êxito para coibir fraudes, que aconteciam com o voto impresso no passado. Acompanhamos as eleições estadunidenses e percebemos o quanto o nosso processo é bem mais célebre em relação ao deles, já que antes das 22h do mesmo dia do pleito já sabemos quem são os eleitos. Portanto, a urna eletrônica funciona porque a fiscalização não é somente da Justiça Eleitoral, mas dos próprios fiscais, representantes de partidos e candidatos, que podem contestar sua confiabilidade. E até o momento não houve uma prova de fraude envolvendo as urnas eletrônicas, ou seja, nosso equipamento é seguro e a cada eleição temos essa comprovação”, concluiu.
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Comentários

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Jose

09 de novembro, 2020 | 07:30

“Hakners invadiram sistema da NASA, ONU, CIA, STJ, mas, as urna eletrônicas e o sistema daqui é seguro 100% kkkkkk”

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