CADERNO IPATINGA 2024

07 de novembro, de 2020 | 13:00

Nova arrancada

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
A expectativa é que tenhamos um clássico futebolístico sensacional entre Atlético x Flamengo, hoje, às 18h15, no Mineirão, abrindo o returno do Campeonato Brasileiro. Com maior poder de investimento e o melhor elenco do país, o atual campeão, Flamengo, vem de um “sacode” sofrido em casa, 4 x 1 para o São Paulo, mas continua favorito ao título, se mantendo na ponta da tabela.

Sob pressão da torcida, após quatro rodadas sem vencer, vindo de uma goleada acachapante fora de casa, 3 x 0, diante do Palmeiras, o Galo necessita muito da vitória para acalmar as marolas provocadas pelas críticas da sua exigente torcida e a imprensa alvinegra.

Quanto ao esquema tático extremamente ofensivo, que de fato expõe muito a zaga, este carece de ajustes, mas é preciso ter calma. Se isso deu certo no início, o momento é de consertar, e não destruir o que há de bom.
A chegada do atacante chileno Vargas poderá melhorar o rendimento do ataque, que deixou a desejar nas últimas partidas, por falta de pontaria, capricho e até ansiedade dos homens de frente, que criam e desperdiçam muitas chances.

Mais uma
O Cruzeiro de Felipão mudou da água para o vinho, sem grandes novidades no elenco, apenas pela força da sua presença no comando, com a experiência e capacidade de quem já conquistou e viveu tudo o que um técnico de futebol deseja na carreira.
O time celeste tem jogado o feijão com arroz, organizado dentro de campo, suficiente para somar os pontos necessários e se livrar aos poucos da ameaça de rebaixamento à Série C, primeiro objetivo traçado pelo longevo Felipão.

Com a vitória sobre o Botafogo, em Ribeirão Preto (SP), na última sexta-feira (6), o Cruzeiro subiu para o meio da tabela, ocupando no limiar da rodada o 13º lugar, com 23 pontos ganhos, podendo melhorar na classificação a depender dos dois próximos jogos que fará em casa, contra o Guarani e o Figueirense.
Felipão não gostou do desempenho da equipe nesta vitória, obtida pelo magro placar de 1 x 0, mas o importante foi somar os três pontos, para dar ainda mais tranquilidade e confiança aos jogadores, que parecem finalmente terem entendido e encarnado o espírito da Série B, onde às vezes menos é mais e mais é menos.

FIM DE PAPO
• As críticas quanto à formação do elenco feitas ao técnico Sampaoli deveriam ser endereçadas também ao mecenas, Rubens Menin, investidor que já gastou cerca de R$ 150 milhões na contratação de reforços para o Atlético. Ninguém dá nada de graça, sobretudo quando se trata de um empresário do seu patamar. A maioria dos que foram contratados por ele são jovens promessas, na faixa dos 20 a 25 anos, com potencial de revenda. O maior nome do time atual, Keno, 31 anos, foi um investimento do próprio clube, que se quiser ter jogadores experientes no seu elenco, como agora na contratação do atacante chileno Vargas, precisa enfiar a mão no bolso. E, como se sabe, a maioria dos clubes brasileiros, incluindo o Galo, mal e mal tem dado conta de pagar, com atraso, não mais que a folha salarial.

• A ‘pilha’ colocada pela mídia nacional, após o bom começo do Galo sob o comando de Sampaoli, fez a torcida atleticana acreditar que poderia ser o campeão nacional este ano com o pé nas costas, quebrando finalmente o incômodo jejum de quase meio século sem o título. Mas acontece que o elenco do Galo não é isso tudo que foi alardeado, vieram os maus resultados, alguns deles bisonhos, contra times que lutam apenas para evitar o rebaixamento, causando um enorme mau humor nos torcedores alvinegros. Na sua bipolaridade normal, o torcedor quer mudanças em tudo, esquecendo-se de que até recentemente o Galo vivia flertando com a zona de rebaixamento e agora está na prateleira de cima, em 3º lugar, já tendo liderado a competição durante cinco rodadas.

• O que parece estar faltando na diretoria do Atlético é alguém com autoridade suficiente para cobrar e exigir um comportamento diferente do técnico argentino quanto à indisciplina na beira do gramado, que já lhe valeu pela segunda vez nesta competição a suspensão pelo terceiro cartão amarelo. Hoje Sampaoli não ficará no banco de reservas e, juntamente com sua comissão técnica, ele já acumula mais cartões do que os jogadores do Galo, um absurdo sem tamanho.

• Em tempo de eleições, promessas mirabolantes feitas por candidatos, alguns deles com a ficha suja, se tornaram um interessante tema abordado pelo cineasta paulista Ugo Giorgetti, em sua coluna no “Estadão”. Giorgetti defende uma cobertura da imprensa mais investigativa, vasculhando o passado e presente dos candidatos, o que eles pensam, quando se trata de eleições para presidente dos clubes de futebol no país, assim como acontece na política tradicional. Suponho que, agindo assim, a imprensa estaria dando uma contribuição efetiva para evitar, por exemplo, o que aconteceu recentemente com o Cruzeiro. (Fecha o pano!)
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