05 de novembro, de 2020 | 04:30

Votação acirrada deve definir novo presidente dos EUA

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Campanha 2020 foi abalada pela pandemia do coronavírus e no contexto de uma polarização extremamente forte da sociedade estadunidenseCampanha 2020 foi abalada pela pandemia do coronavírus e no contexto de uma polarização extremamente forte da sociedade estadunidense

Tem sequência nessa quinta-feira a apuração manual dos votos da eleição presidencial nos Estados Unidos. Após mais de 22 horas desde o início da apuração de votos, o resultado das eleições continuava indefinido na noite de quarta-feira.

Faltam contagem de votos em cinco dos 50 estados para concluir a apuração – Alasca, Carolina do Norte, Geórgia, Nevada e Pensilvânia.

O cenário indica para uma disputa apertada entre o candidato democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, a ser definida por Estados do Meio-Oeste, como Pensilvânia, Wisconsin e Michigan (que já aponta vitória para Biden), justamente aqueles em que há grande volume de votos pelo correio a serem contabilizados e nos quais a apuração pode se estender pelos próximos dias.

A demora na contagem dos votos em papel levou Trump a concretizar a estratégia que ensaiou ao longo da campanha. Sem provas de fraude no processo, o presidente se declarou vencedor e disse que vai contestar a contagem de votos na Suprema Corte.

"Isso é uma vergonha para o nosso país. Nós estávamos prontos para ganhar. Francamente, nós ganhamos as eleições. Pelo bem dessa nação, isso é uma grande fraude. Nós queremos que a lei seja aplicada da forma correta, vamos à Suprema Corte. Nós queremos que todos os votos parem. Não queremos que eles achem dez mil novos votos às 4 da manhã", disse Trump, em pronunciamento na Casa Branca.

A medida gerou reação imediata de Biden. Para a campanha democrata, as declarações são "ultrajantes, sem precedentes e incorretas" e parte de um "esforço descarado para retirar os direitos democráticos dos cidadãos americanos".

No início da noite desta quarta-feira (4/11), o candidato democrata fez um discurso se dizendo confiante.

"Não estou aqui para declarar que ganhamos", afirmou Biden. "Mas estou aqui para relatar que, quando a contagem acabar, acreditamos que seremos os vencedores."

Já nas primeiras horas após o fechamento das urnas na terça-feira (3/11), ficou claro que a eleição não seria uma lavada para nenhum dos lados. Trump, que concorre à reeleição, saiu na frente na contagem em Flórida, Geórgia, Carolina do Norte e Texas, quatro Estados nos quais venceu em 2016 contra Hillary Clinton.

Horas depois, Flórida e Texas confirmaram a vitória do republicano em 2020.

Nos EUA, o voto é indireto e conquista a Presidência o candidato que somar no mínimo 270 dos 538 delegados em disputa no colégio eleitoral estadunidense.

Às 19h20 desta quarta-feira (horário de Brasília), a apuração mostrava 243 para Biden contra 214 para Trump.

A eleição de 2020 é sem precedentes no país por uma série de motivos. A pandemia de covid-19 levou 101 milhões de americanos a votarem antecipadamente, mais de 60 milhões deles via correio, um recorde.

Além disso, a projeção de participação eleitoral é a maior em mais de 100 anos. Cerca de 67% dos eleitores — ou 160 milhões de pessoas — compareceram às urnas esse ano. Nos EUA, o voto não é obrigatório.

O processo eleitoral não é centralizado e cada Estado tem regras próprias — e diferentes — para a condução do processo, o que explica porque o ritmo de divulgação dos resultados é tão diverso. (Com informações da BBC)

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