01 de novembro, de 2020 | 11:00

Destaque do futebol regional na década de 1970, Del Pretes rememora seus tempos de jogador

Álbum pessoal
Da esquerda para a direita, Del Pretes é o último agachado. De pé ao lado dele, com as mãos na cintura, está Reinaldo, ídolo do AtléticoDa esquerda para a direita, Del Pretes é o último agachado. De pé ao lado dele, com as mãos na cintura, está Reinaldo, ídolo do Atlético

Ponteiro que fez história no cenário do futebol regional na década de 1970, Del Pretes, de 70 anos, concedeu entrevista ao Diário do Aço na semana que passou e falou do início de sua carreira, os jogos mais importantes, os gols que marcaram e sobre a importância do esporte em sua vida. Entre os clubes pelos quais ele atuou, estão Acesita e Valeriodoce, de Itabira.

A história de Del Pretes no futebol começou ainda na escola. “Estudei no Colégio Macedo Soares, no Centro de Acesita, e ali participava de todas as modalidades esportivas internas. Dentre elas, os torneios de campo de terra, onde percebi minha preferência pelo futebol”, contou o ex-boleiro.

Na época, ele atuava pelo Sideral e pelo clube do bairro Bromélias, time da família Otoni, onde ele já fazia o que gostava: jogar futebol. Ainda menino, suas inspirações no esporte eram Nenenzão (Acesita) e Zico, ídolo do Flamengo.
Ao longo de sua carreira, Del Pretes passou por Acesita Esporte Clube, Valeriodoce e América de Linhares-ES, onde foi a convite de Paulo Schimith, da rádio Tropical.

Ele conta que “já estava sendo visto pelo time do Acesita e fui para lá por meio do convite do Airton Carlos (Careca), um dos atletas mais completos, tanto na parte física quanto na tática”. Já a passagem pelo Valeriodoce “durou três anos e foi muito gratificante e contribuiu muito para o meu amadurecimento. Joguei em grandes estádios, contra times como Atlético, Cruzeiro, América e Bonsucesso-RJ”, recordou.

Álbum pessoal
Del Pretes ao lado do amigo Pelota, em 1971, após o jogo Valeriodoce 3 x 0 Acesita, no estádio Timirim Del Pretes ao lado do amigo Pelota, em 1971, após o jogo Valeriodoce 3 x 0 Acesita, no estádio Timirim
Fatos marcantes da carreira

Para o ex-jogador, todos os títulos que conquistou na carreira foram marcantes, mas ele destaca dois inesquecíveis: “o tricampeonato acesitano, anos de 1972 a 1974, e o tetra entre os anos de 1976 e 1978, pelo Acesita”, apontou.

Além dos feitos, Del Pretes destacou também os bons atletas que viu jogar de perto. “Destaco o endiabrado Pelota e Alvacir, com suas cabeçadas certeiras para o gol”, contou. A respeito dos muitos treinadores que comandaram seu trabalho, ele ressalta a qualidade de todos.

Já sobre as dezenas de gols marcados na carreira, Del Pretes disse que todo gol é inesquecível, mas rememora alguns que ficaram mais firmes na memória. “Num amistoso entre América Linhares e Vasco da Gama, marquei o primeiro gol do jogo. Furei a defesa do goleiro Mazaropi com um chute forte que entrou no ângulo do canto esquerdo. Ganhamos esse jogo por 3 a 1 e recebi parabéns do goleiro e do lateral vascaíno Orlando Lelé”, lembrou.

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Ex-jogador também atuou pelo Linhares. Da esquerda para a direita, Del Pretes é o penúltimo agachadoEx-jogador também atuou pelo Linhares. Da esquerda para a direita, Del Pretes é o penúltimo agachado
Além dos gols, o que também fica na memória são os jogos importantes. Del Pretes cita como exemplo a partida entre América-RJ e Acesita, na qual ele conseguiu se destacar contra Rosã, Alex, Badeco e Edu (irmão de Zico). Outro jogo que ficou para sempre na memória do ex-jogador foi Atlético x Valeriodoce, no Independência. “Apesar da marcação forte, me sobressaí bem contra o time de Telê Santana, mas acabamos perdendo por 2 a 1”.

Sobre o marcador mais difícil que encontrou nos gramados, o ex-ponta cita João Luiz, do São Cristóvão. “Era um atleta inteligente e respeitoso na marcação”, contou.

Conselhos e agradecimentos

Depois de anos de sucesso no futebol regional, Del Pretes aconselha os jovens que querem entrar para o mundo do esporte: “Que digam não aos vícios e que não deixem de estudar, pois futebol pode ser uma carreira de incerteza para os sonhos de cada um”, reforça.

Embora esteja aposentado dos gramados, o amor pelo futebol segue firme e forte na vida de Del Pretes. “Futebol sempre será minha paixão, às vezes gosto de ver pela TV”, disse ele, que não deixou de apontar suas críticas sobre o futebol moderno. “Temos poucas revelações, que geralmente são fracas devido ao futebol laboratório, iniciado logo nas categorias de base”, disse.

Apesar da cutucada no futebol atual, Del Pretes exalta o papel importante do esporte em sua vida. “O futebol foi para mim uma sequência de respeito, amizade e carinho para com o próximo. São características que me foram passadas pelos meus pais e que terei para sempre”, exaltou.

Del Pretes ainda fez questão de agradecer as pessoas que fizeram parte de sua vida esportiva. “Agradeço aos diretores do Acesita, Cirênio Pires Guerra e o senhor José de Oliveira (pai do árbitro Márcio Rezende Freitas), homem de índole altíssima”, disse o ex-jogador. Ambos os diretores citados já faleceram.

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Del Pretes ao lado da esposa Mirtes de Oliveira Duqueiro, com quem tem dois filhosDel Pretes ao lado da esposa Mirtes de Oliveira Duqueiro, com quem tem dois filhos
Vida pessoal

Batizado de Del Pretes Seixas Duqueiro, o ex-jogador de 70 anos nasceu em Timóteo e vive em Coronel Fabriciano desde 1984. Ele é casado com Mirtes de Oliveira Duqueiro, com quem tem dois filhos: Juliano, que vive no Pará e Lorena, que mora em Guarapari. O casal ainda tem um neto, que nasceu no Estado do Pará.

Longe dos campos, o ex-jogador exerceu uma nova profissão na Usiminas, empresa pela qual se aposentou. “A agradeço muito à empresa por ter me acolhido e me dado uma ótima base de vida”, afirmou.

Curiosidades

Aos 17 anos o jogador foi diplomado como atleta pela Liga Acesitana de Futebol (LAD). Em 1976 ele foi artilheiro pelo Acesita, com 19 gols na temporada.

Também foi eleito o melhor jogador da partida entre Valeriodoce x América em 8 de julho de 1970, que terminou num empate sem gols. Pelo lado do Coelho, atuavam Misael, Café, Pedro Omar e Jair Bala.


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Comentários

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Osmar J Teixeira

01 de novembro, 2020 | 22:06

“Um dos mais talentosos jogadores que conheci e vi jogar. Meu amigo Delprestes. Jogou muito e olha se quizer ainda joga no futebol de hoje. Lembro que em 1974 na prelimnar da final do Mineiro entre Cruzeiro x Atletico só faltou fazer chover e . assombrou a defesa do mistão do Cruizeiro jogando na seleção Acesitana. Nossa jogou muito e eu estava lá e sou testemunha. Abraços amigo e que Deus te abençoe sempre. .”

José Cordeiro Neves

01 de novembro, 2020 | 21:37

“Sou contemporâneo do Del Pretes Seixas Duqueiro. Estudamos na mesma ocasião no Colégio General Macedo Soares.
Minha posição no futebol era goleiro. O estimado colega, era bom de bola mesmo! Fazia jogadas e gols memoráveis. Sou testemunha de tudo o que foi narrado sobre o Del Pretes.
O irmão dele (Deusdete) também jogava um bolão. Família boa de bola.
Acrescente-se ainda que o pai deles, Sr. Abelardo, foi um "ícone" dentre os pioneiros da ACESITA. Senhor muito culto.
Gostei muito da reportagem, que valoriza e traz à memória valores da nossa região.
Parabéns!”

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